segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Por que Deus salva imagens, mas permite
que a obra dos homens em volta seja arrasada?

Nossa Senhora do Monte Carmelo, diante da escola do mesmo nome, após o furacão Katrina, New Orleans, EUA, 2005.
Nossa Senhora do Monte Carmelo, diante da escola do mesmo nome,
após o furacão Katrina, New Orleans, EUA, 2005.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Com relativa frequência chegam até nós comentários, que tal vez não sejam de fonte católica, mas certamente fazem sentir a necessidade de maior fé.

Esses dizem: se Deus tem poder de impedir que suas imagens, de Nossa Senhora ou dos santos sejam poupadas em catástrofes, por que é que Ele não impede essas mesmas catástrofes poupando seres humanos, suas vidas, suas dores e seus bens também?

Que Deus é esse? conclui a objeção um pouco apressadamente.

Não somos teólogos nem religiosos. Mas o sermão do arcebispo emérito de Nova Orleans (EUA) Mons. Philip M. Hannan para os fiéis flagelados pela gigantesca calamidade provocada pelo furacão Katrina, fornece esclarecedoras respostas.

E por isso a reproduzimos a seguir.

Mons. Philip M. Hannan, arcebispo de Nova Orleans explicou que o pecado causou o castigo divino do do Katrina.
Mons. Philip Hannan, arcebispo de Nova Orleans
explicou que o pecado atraiu o castigo divino.
Também nesse cataclismo histórico a mão de Deus todo-poderoso protegeu imagens de sua predileção e impediu, de modo admirável para os homens, que os elementos desencadeados as destruíssem.

Sobre algumas dessas admiráveis, ou milagrosas de imagens, proteções confira nossa página especial:

Imagens intactas nas catástrofes. Por que?


O sermão explicativo do arcebispo de Nova Orleans


“Tenho pregado nas paróquias locais, disse o arcebispo, e venho dizendo que somos responsáveis perante Deus não apenas pelas nossas ações pessoais, referiu na oportunidade o site LifeSiteNews. 

“Somos também cidadãos de uma nação, e no Antigo e Novo Testamentos está dito que somos co-responsáveis pela sua moralidade.

“Como cidadãos, somos responsáveis pela atitude da nação em questões sexuais, pelo desrespeito aos direitos da família, pelo uso de drogas, pela morte de 45 milhões de crianças abortadas, pelo procedimento escandaloso de alguns sacerdotes.

“Portanto devemos compreender que certamente Deus tem o direito de castigar.

O Sagrado Coração de Jesus foi posto para proteger a casa. E resistiu ao furacão Katrina, Nova Orleans, EUA, 2005.
O Sagrado Coração de Jesus foi posto para proteger a casa.
E resistiu ao furacão Katrina, Nova Orleans, EUA, 2005.
“Se me perguntarem se Deus tinha conhecimento dessa que foi a maior tempestade em nosso país, direi que certamente Ele a permitiu.

“Negá-lo, seria uma tolice tão grande quanto afirmar que Henry Ford não conhecia como funciona o automóvel”.

Estas graves e transcendentes lições religiosas foram dadas por Mons. Philip M. Hannan, de 92 anos, arcebispo emérito de Nova Orleans (EUA), em declarações à TV local.

Ele esteve à frente da diocese durante 23 anos. Agora é diretor da rede católica WLAE TV e Focus Worldwide TV. Ele é tão respeitado na cidade, que foi chamado de “o Papa de Nova Orleans”.

Os fiéis querem conhecer a verdade inteira

Mons. Hannan ficou na cidade durante e após o furacão Katrina, e dedicou-se a socorrer vítimas e visitar as igrejas devastadas.

Segundo ele, o povo “está começando a reagir, afinando com a moral".

Quando ele pregou a noção de castigo, num domingo em Mandeville, diante de 1.000 fiéis, “o povo aplaudiu intensamente. Eles queriam que lhes fosse dita a verdade.

“Atingimos um grau de imoralidade nunca visto, e o castigo foi o Katrina.

“Devemos contar à nossa posteridade como ele foi terrível, para que ela entenda que se tratou de um castigo, o qual deve melhorar nossa moralidade.

“Eu penso que nos corresponde pregar muito fortemente, sinceramente e diretamente que isto foi um castigo de Deus.

“Deus nos deu direitos e tudo o mais. Mas também nos deu deveres. Nós temos que prestar atenção neste castigo. [...]

Nossa Senhora das Graças não foi levada pelas águas que destruíram Nova Orleans.
Nossa Senhora das Graças não foi levada pelas águas que destruíram Nova Orleans.

“Para quem lê seriamente as Escrituras, não há como escapar disso. Todos os que eu conheço, sacerdotes e bispos, acreditam nisso também”.

No arvoredo de um jardim atrás da catedral de Nova Orleans há uma bem conhecida imagem do Sagrado Coração de Jesus com os braços abertos.

As árvores foram arrancadas de vez, mas a imagem ficou miraculosamente em pé. Só perdeu dois dedos, logo recuperados e entregues ao arcebispo emérito.

“Os protestantes ficaram muito impressionados pelo fato de que as árvores caindo não a tivessem derrubado”, explicou o prelado.

Nessa proteção surpreendente pôde-se apalpar mais uma vez que a mão de Deus guiou o arrasador furacão.

Silenciar o castigo divino é gravíssima omissão

Em Fátima, em 1917, Nossa Senhora veio pedir penitência, e até chorou miraculosamente pelo mundo em Nova Orleans, em 1972, por meio de sua imagem.

Pregações destemidas e seriamente fundadas nas Escrituras, como a de Mons. Hannan, atendem ao apelo lancinante de Nossa Senhora.

Também vão ao encontro das necessidades das almas sinceras, predispondo-as a mudar de vida e rumar para o Céu.

Entretanto, não se pode dizer o mesmo daqueles que — leigos, sacerdotes e até altos prelados —, nessas circunstâncias, timbram em pregar que o bom Deus jamais pune. Para onde levam eles as almas?

Seria natural que a mídia, sobretudo a mídia católica, desse proporcionado espaço a declarações como essas, indispensáveis aliás para interpretar o que houve.

Mas fez-se um silêncio como que universal. Da participação de Deus nesse flagelo, nada foi dito.

A imoralidade generalizada e sistemática segue se espraiando sobre a Terra, e a “fumaça de Satanás” – para empregar os termos de Paulo VI – não cessa de penetrar na Santa Igreja.

Em frente da catedral São Luís, Jesus atraiu as árvores que caiam e até perdeu um dedo, Katrina, Nova Orleans, 2005.
Em frente da catedral São Luís, Jesus atraiu as árvores que caiam
e até perdeu um dedo, Katrina, Nova Orleans, 2005.
A pregação do arcebispo emérito de Nova Orleans por certo há de ficar inscrita nos anais da História da Igreja, por sua oportunidade e veracidade.

A imprensa americana fez frequentes alusões à dimensão bíblica da tragédia.

O presidente do Conselho de Nova Orleans, Oliver Thomas, após ouvir uma comparação da situação dos costumes da cidade com os de Sodoma e Gomorra, confidenciou: “talvez Deus vá nos purificar”.
Santo Afonso Maria de Ligório redigiu sermões para serem pregados em tempos de grandes calamidades. Num deles diz:

“Alguns veem os castigos e fingem não vê-los.

“Outros ainda, diz Santo Ambrósio, não querem ter medo do castigo se não veem que já chegou.

“Irmão meu, quem sabe se esta é a última chamada que Deus te faz”.

Quando o pecador reconhece a sua culpa e glorifica a Justiça divina, atrai sobre si as doces e inefáveis torrentes de misericórdia de Nossa Senhora.

Porém, quando se torna indiferente ao castigo, só atrai maiores e mais terríveis punições.

Portanto, a culpa do acontecido não pode ser posta em Deus, mas sim no pecado e na impenitência dos homens.

Mas, as imagens intactas, ou quase, estão aí para nos ensinar que Ele nunca nos abandona até mesmo na hora dos mais impressionantes castigos que Ele envia para nos corrigir e salvar.


5 comentários:

  1. Bom dia! O ser humano está desprovido de toda e qualquer vontade de servir a Deus, de compreender os seus mandamentos, não obedecem mais a Deus, acham que podem tudo sozinhos, que não precisam mais de Deus, que não precisam orar, que não precisam se ajoelhar diante de Deus, colocaram Deus em segundo plano em suas vidas. Estão vivendo somente da ganância, da corrupção, da prostituição, cuidando dos seus interesses pensando que se vão morrer, os herdeiros vão ficar com as propriedades, o dinheiro etc. São um bando de tolos e insensatos, não param para pensar que tudo pertence a Deus. Seus bens, seu dinheiro, sua vida! Num abrir e piscar de olhos tudo desaparece na face da Terra, é só Deus querer. Essas imagens intactas nos mostra o grande poder de Deus.ELE que se comunica conosco do jeito que Lhe aprouver. São demonstrações de carinho e amor pela sua criação. Se o humano não entende o poderio de Deus, então, as imagens ficam de pé para que todos entendam que a catástrofe leva as pessoas e os seus bens, mas aquilo que Deus quer, fica de pé. Faz-se necessário que o ser humano entenda que Deus é o Ser Supremo e a ELE devemos prestar toda a Honra, toda a Glória e todo Louvor. A humanidade precisa compreender que Deus sempre será o centro das atenções. Tudo aqui nesta terra vai passar, só Deus permanecerá para sempre. Não tem bens e nem dinheiro que possa nos salvar. Só Jesus Cristo pode fazer isso por nós. Meus irmãos, voltemo-nos mais para Deus e esqueçamos a vida mundana, ELE vai nos agraciar com a Sua Misericórdia e não haverá tantas catástrofes no mundo. Sob a proteção Dele, não só as imagens ficarão de pé, mas todos nós. Pensem nisso! Louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado. Amém!

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    1. A irmã disse muitas coisas verdadeiras, mas creio que se equivoca ao pensar que não haverão tantas catástrofes no mundo. Na verdade, já estão havendo muitas catástrofes no mundo - catástrofes de ordem material, moral e espiritual. Veja como tem aumentado a pobreza material no mundo, quantas doenças tem flagelado os homens do mundo de hoje; veja a que níveis tão baixos de imoralidade as pessoas têm descido, veja as guerras; tudo isso e novos tipos de flagelo tendem a aumentar, inclusive as catástrofes naturais.

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  2. Peço, por favor que divulguem esta homilia de um bispo emérito brasileiro.
    O link do vídeo é
    https://youtu.be/BLKZIKKec7M

    Ele faz uma pregação do Evangelho segundo S. Mateus 6,24-34. É o evangelho que diz que não podemos servir a dois senhores, a Deus ou ao dinheiro.
    A partir desse evangelho, ele prega sobre a situação dos brasileiros como país e povo e toca na questão do desfile de Carnaval com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. É uma pregação de um verdadeiro profeta.

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  3. Deus nos castiga para nos corrigir e nos corrige porque nos ama.

    Aproveito para partilhar uma reflexão sobre os tempos em que vivemos.

    Excerto da homilia do Cardeal Ivan Dias no dia 8 de dezembro de 2007 em Lourdes
    “As aparições de Lourdes devem colocar-se no contexto mais amplo da luta, permanente e furiosa, entre as forças do bem e as do mal, a partir do início da história da humanidade no Paraíso terrestre, e que continuará até ao fim dos tempos. Em particular, devem considerar-se entre as primeiras de uma longa cadeia de aparições, iniciadas 28 anos antes, em 1830, na Rue du Bac, em Paris, que anunciavam o ingresso decisivo da Virgem Maria em cheio nas hostilidades entre ela e o diabo, tal como está escrito no Génesis e no Apocalipse. A medalha, chamada milagrosa, que a Virgem mandou que se gravasse, naquela circunstância, representava-a com os braços abertos e raios luminosos que saíam das mãos, símbolo das graças que ela distribuía ao mundo inteiro. Os seus pés pousavam no globo terrestre e esmagavam a cabeça da Serpente, o diabo, para indicar a vitória da Virgem sobre o Maligno e as forças do mal. Ao redor da imagem lia-se a inscrição: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.” É muito significativo que esta grande verdade da Imaculada Conceição de Maria tenha sido afirmada precisamente aqui, vinte e quatro anos antes de o papa Pio IX a ter definido como dogma de fé (1854): quatro anos mais tarde, aqui em Lourdes, Nossa Senhora quis, ela própria, revelar a Bernadette que era a Imaculada Conceição. Depois das aparições de Lourdes, a Santa Virgem não deixou de manifestar as suas vivas e maternas preocupações no mundo inteiro. Por toda a parte, pediu orações e penitência pela conversão dos pecadores, porque previa a ruína espiritual de certos países, os sofrimentos que o Santo Padre haveria de sofrer, o enfraquecimento geral da fé cristã, as dificuldades da Igreja, a ascensão do anticristo e as suas tentativas de substituir Deus por si, na vida dos homens: tentativas que, malgrado os sucessos deslumbrantes, haveriam de ficar em xeque. Aqui em Lourdes, como em toda a parte do mundo, a Virgem Maria está a tecer uma imensa rede de seus filhos e filhas espirituais para lançar uma forte ofensiva contra as forças do Maligno, para aprisiona-lo e preparar assim a vitória final do seu Divino Filho, Jesus Cristo. [...]
    Fonte: A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos.

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  4. Continuação do comentário anterior.

    A Virgem Maria convida-nos, uma vez mais, hoje, a fazer parte da sua legião de combatentes contra as forças do mal. Como sinal da nossa participação na sua oferenda, ela pede entre outras coisas, a conversão do coração, uma grande devoção à Santa Eucaristia, a reza diária do Rosário, a oração incessante sem hipocrisia, a aceitação dos sofrimentos pela salvação do mundo. Poderiam parecer coisas pequenas, mas são poderosas nas mãos de Deus, a quem nada é impossível. Assim como o jovem David que, com uma pedrinha e uma funda, abateu o gigante Golias armado de espada, lança e dardo, assim também nós, com as pequenas contas do nosso Rosário, poderemos enfrentar heroicamente os assaltos do nosso adversário obstinado e vencê-lo. A luta entre Deus e o seu inimigo está cada vez mais furiosa, muito mais hoje que nos tempos de Bernadette, há 150 anos, porque o mundo encontra-se terrivelmente engolido no pântano de uma secularização que quer criar um mundo sem Deus; de um relativismo que sufoca os valores permanentes e imutáveis do Evangelho; e de uma indiferença religiosa que permanece imperturbável diante do bem superior das coisas que dizem respeito a Deus e à Igreja. Esta batalha faz numerosas vítimas nas nossas famílias, entre os nossos jovens. Algum tempo antes de tornar-se papa, João Paulo II, o cardeal Karol Wojtyla, dizia: “Hoje, estamos diante do maior combate a que a humanidade já assistiu. Não penso que a comunidade cristã o tenha compreendido totalmente. Hoje, estamos diante da luta final entre a Igreja e a Anti-igreja, entre o Evangelho e o Antievangelho.” Uma coisa, porém, é certa: a vitória final é de Deus e realizar-se-á graças a Maria, a mulher do Génesis e do Apocalipse, aquela que combaterá à cabeça dos exército dos seus filhos e filhas contra as forças adversárias de Satanás, e que esmagará a cabeça da Serpente.”

    Francesco Bamonte, A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos, Paulinas Editora, pp. 167-169.

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