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Nossa Senhora do Rosário com São Domingos e Santa Rosa de Lima, anônimo, Peru |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
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A Festa de Nossa Senhora do Rosário foi instituída em comemoração da vitória de Lepanto (1571), alcançada contra os turcos que ameaçavam a Europa. E foi estendida à Igreja universal em ação de graças.
Em primeiro lugar, esta devoção tem como maior mérito ter sido revelada por Nossa Senhora a São Domingos, e nascer, portanto, de uma das revelações particulares que os inimigos da Igreja tanto abominam.
A devoção se estendeu por toda a Igreja Católica e foi considerada por São Luiz Grignion de Montfort de devoção característica dos predestinados.
É distintiva de muitas ordens religiosas, que em seu hábito traziam o Rosário à cintura e passou a ser o objeto de piedade de todo verdadeiro católico.
Tempo houve em que todo verdadeiro católico levava normalmente o Rosário consigo o dia inteiro.
Pois o um instrumento bento que faz de corrente de ligação com Nossa Senhora e cuja posse física afugenta o demônio, e atrai as graças de Nossa Senhora.
Há episódios de lutas contra o demônio em que exorcistas e outras pessoas com o Rosário o demônio foge correndo.
O que vem a ser o Rosário?
Ele se compõe da meditação dos Mistérios da vida de Nossa Senhora e de Nosso Senhor de maneira que quando pronunciamos as orações vocalmente meditamos a respeito do Mistério.
Nesta conjunção da oração vocal e da meditação enquanto os lábios proferem uma súplica, o espírito se concentra num ponto. Nesta dupla atividade, o homem faz tudo o possível na ordem sobrenatural.
Por esta forma ele se liga intimamente a Deus porque é por meio da Medianeira de todas as Graças que a pessoa se dirige a Deus.
Há um tesouro de teologia que faz do Rosário uma obra prima de Doutrina Católica como deve ser entendida.
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Nossa Senhora do Rosário, Santa Maria Sopra Minerva, Roma |
Não feita de emoções, mas séria, sólida, pensada, com razões de ser, firmes que fazem do Rosário uma devoção suculenta, substanciosa e de grande valor.
De outro lado, cada uma das dezenas tem um Mistério que confere graças próprias. Há graças que nós podemos obter por causa do Mistério da Anunciação; outras, pelo Mistério da Visitação; outras, Mistério da Ascensão.
Nós, rezando e meditando sobre esses Mistérios, atraímos sobre nossas almas todas as graças da Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. É, um périplo que enche a nossa alma.
Ele é raciocinado e ponderado para a vida espiritual do varão católico que é feita de pensamento, de reflexão com base na Fé, de conclusões que constituem sistema.
Há algo mais. Deus governa o Universo com conta, peso e medida.
Por todas as graças que ele tem alcançado para a humanidade, Nossa Senhora quis, entre muitas outras devoções, resolveu realçar esta, e conceder a propósito dela, graças muito especiais.
Além do mais há um motivo histórico. Vemos que esta devoção tem sido uma oportunidade enorme para graças em que Nossa Senhora se afirma como soberana, que paira acima das contingências, com um suprassumo da sabedoria. E nisso nós temos a super-excelência do Rosário.
No dia da Batalha de Lepanto, 07 de outubro, o Papa olhou para a janela e teve a visão da vitória. A notícia só chegou a Roma em 21 de outubro.
Entre outras graças insignes alcançadas pelo Rosário, está a graça da vitória de Lepanto alcançada enquanto São Pio V tinha a visão do triunfo católico.
Ele estava muito aflito, numa reunião de cardeais, e saiu um pouco junto à janela, preocupado porque a derrocada da Cristandade estava iminente.
São Pio V ordenou que a 7 de outubro de todos os anos se comemorasse uma festa em honra de Nossa Senhora das Vitórias, título alterado posteriormente em Nossa Senhora do Rosário, pelo Papa Gregório XIII.
Outra vitória assinalada, no mesmo gênero e contra o mesmo inimigo – o Crescente – foi em 1716, na Hungria.
Nossa Senhora quis obter para a Cristandade duas grandes vitórias contra o grande inimigo da Igreja no tempo, como hoje é o Comunismo.
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Nossa Senhora do Rosário,vitoriosa em Lepanto, Granada |
Nós podemos concluir que, pela devoção do Rosário, que deverá durar certamente até o fim dos tempos, a Igreja poderá alcançar, na luta contra o Comunismo, vitórias também espetaculares.
E nós podemos concluir que a recitação assídua do Rosário por aqueles que lutarem pelo Reino de Maria, conforme as profecias de Fátima, talvez, marcará o momento culminante da plena realização dos acontecimentos ali profetizados.
O Santo Rosário é um penhor de vitórias futuras.
Santo Afonso de Ligório, um santo, bispo, fundador de uma ordem religiosa [os redentoristas], já muito velho, andava de cadeira de rodas levado por um irmão.
Uma vez disse ao irmão que não tinha rezado o Rosário inteiro:
“- Se um dia se passar sem que eu reze o Rosário, eu tenho medo pela minha salvação eterna.”
O Rosário cotidiano é a grande garantia da perseverança final.
O Rosário bem pausadamente rezado, é um elemento magnífico para nos alcançar a perseverança que deve nos levar à fidelidade suprema.
Nesta espécie de prolongado Lepanto que vivemos, o Rosário tem um papel verdadeiramente capital.
A minha indicação é de um veemente esforço para rezarmos o Rosário inteiro todos os dias, superando alguma fraqueza ou cansaço.
A Lepanto da vida de cada um de nós, está ligada à recitação diária do Rosário.
Não adianta vir com essa coisa: “Mas afinal, essa devoção ou outra, não é igual?”
Há um ato de humildade em rezar o Rosário entre tantas devoções tão excelentes; porque Nossa Senhora prefere essa devoção; e porque essa devoção é a mais combatida.
Em muitos lugares há a tradição de sepultar os mortos levando na mão um pequeno crucifixo; e que se completou entrelaçando nas mãos do morto um Rosário.
A ideia é essa: o morto se apresenta ao Céu com a Cruz e o Rosário porque o Rosário passou a ser o elemento inseparável da verdadeira piedade cristã.
Os inimigos da Igreja – internos ou externos – não atacam nenhuma devoção a Nossa Senhora tanto quanto atacam o Rosário.
O demônio sente e sabe que Ela quis, por meio do Rosário, dispensar muitas graças.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de palestra proferida no dia 7 de outubro de 1964. Sem revisão do Autor. Fonte: PlinioCorrêadeOliveira.info)