terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Oração a Nossa Senhora do Bom Sucesso

Oração a Nossa Senhora do Bom Sucesso
Oração a Nossa Senhora do Bom Sucesso
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Ó Senhora do Bom Sucesso, que considerais com olhar maternalmente amoroso o Brasil, atentai para a desolação dos dias que correm, caracterizados por uma total confusão dos espíritos.

Para onde se encaminha a Cristandade? Qual será o seu dia de amanhã?

Estas são perguntas a que ninguém ousa dar resposta.

A atual confusão atinge não apenas a esfera temporal, subvertendo a fundo os campos cultural, político, social e econômico, mas – ó dor! – penetra também na própria esfera espiritual.

Assistiremos já amanhã à explosão da terrível guerra que constituiria o desdobramento lógico desse caos?

Ou veremos o mundo ocidental – para obter um simulacro miserável de paz – capitular vergonhosamente em face do inimigo mortal da civilização cristã, isto é, o comunismo?

Ó Senhora da Candelária! Colocados diante dessas aterradoras hipóteses, nossos corações se voltam para Vós, em busca de luz, socorro e alento.

E nos persuadimos de quão oportuno é, para nós, recordar o que revelastes a uma filha escolhida vossa.

Em 1634, no Mosteiro da Conceição da cidade de Quito, no Equador, quando Sóror Mariana de Jesus Torres rezava diante do Santíssimo Sacramento, apagou-se subitamente a lâmpada que ardia no altar.

Ao procurar reacendê-la, uma luz sobrenatural inundou a igreja. E vossa Voz se fez ouvir:

“Filha querida de meu coração, sou Maria do Bom Sucesso, tua Mãe e Protetora.

“A lâmpada que ... viste apagar-se tem muito significado ....

“No século XIX – em seu término – e em grande parte do século XX, várias heresias se propagarão por estas terras, então república livre.

“Apagar-se-á nas almas a luz preciosa da Fé, por causa da corrupção quase total dos costumes.

“Nesse tempo haverá grandes calamidades, físicas e morais, públicas e privadas.

“O restrito número de almas nas quais se conservará o culto da Fé e das virtudes sofrerá um cruel e indizível padecimento, a par de prolongado martírio. ....

“Nesses tempos, a atmosfera estará saturada do espírito de impureza, o qual, à maneira de um mar imundo, correrá pelas ruas, praças e lugares públicos, numa liberdade assustadora, de tal modo que não haverá no mundo almas virgens. ....

“Os Sacerdotes se descuidarão de seu sagrado dever; perdida a Bússola Divina, se desviarão do caminho traçado por Deus ....

“Para libertar da escravidão dessas heresias, aqueles a quem o amor misericordioso de meu Filho Santíssimo destinar para esta restauração precisarão ter grande força de vontade, perseverança, coragem e muita confiança em Deus.

“Para pôr à prova nos justos, esta Fé e confiança, haverá momentos em que tudo parecerá perdido e sem possibilidade de andar.

“Então será o princípio feliz da restauração completa ....

“Terá chegado a Minha hora, na qual, de maneira magnífica e impressionante, destronarei o soberbo Satanás, colocando-o sob meus pés, acorrentando-o no abismo infernal, e libertando por fim a Igreja e a Pátria dessa cruel tirania” (apud “El Ecuatoriano”, 4-4-1951).

Ó Mãe e Protetora nossa!

Fazei com que, pela intercessão de Sóror Mariana de Jesus Torres e das beneméritas fundadoras do Mosteiro da Conceição de Quito, estas vossas palavras tragam orientação e segurança às almas que as lerem.

Que, mais do que nunca, todos nos empenhemos em Vos invocar como Mãe do Bom Sucesso, na esperança de que assim apresseis para nós, perturbados e confundidos, o caminho de luz que, em meio às trevas, nos conduza a vosso divino e adorado Filho. Assim seja..




domingo, 29 de janeiro de 2023

A festa e a importância de Nossa Senhora do Bom Sucesso

Nossa Senhora do Bom Sucesso, foto do dia domingo 23-01-2023
Nossa Senhora do Bom Sucesso, foto do dia domingo 23-01-2023
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Nossa Senhora do Bom Sucesso! Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Purificação!

O que é que querem dizer essas três invocações? O que é que elas falam da vida de Nossa Senhora? Em que sentido nos fazem compreender as relações profundas entre a festa do Bom Sucesso, das Candeias e da Purificação?

A invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso, do que é que se trata propriamente?

Imaginemos o Menino Jesus recém-nascido, deitado no berço em Belém numa noite fria.

Ela, na meia noite de Natal entrou num êxtase altíssimo e nesse êxtase, Ela deu à luz o Menino Jesus de um modo maravilhoso pelo qual antes do parto, durante o parto e depois do parto Ela foi virgem.

Nós podemos imaginar que Ela tenha visto uma luz extraordinária e, sobretudo, uma voz: “Minha Mãe!”

Para Ela estava tudo dito. Voltou-se para Ele, olhando para o Deus dEla, e disse: “Meu Filho!”

Ela tinha, então, uma primeira missão: concebê-Lo. E O concebeu esplendidamente.

Tinha outra missão: gerá-Lo. Mas para gerá-lo quantos cuidados que toda mãe deve tomar com seu filho.

Ele se comunicava com Ela por oração. Ele estava dentro dEla como a Eucaristia está em nós.

E depois de tê-Lo gerado, de cuidá-Lo perfeitamente.

Ela age com cuidado e o Menino nasce. No momento em que nasce Ele olha para a face dEla.

Face pequena, de menino inocente, mas já face de rei!... de mestre, de quem vai fazer milagres.

Ela imediatamente tem a incumbência de vestir a Deus!

Depois vem outras tarefas. Educar o Menino, formá-Lo até vir a ser o Homem-Deus perfeito, que vai percorrer a Galiléia.

Acompanhá-Lo até o alto da Cruz e receber Seu último olhar e receber o primeiro filho que Ele dá a Ela: “Mãe, eis aí o Teu Filho”: é o discípulo virgem, São João Evangelista!

Por fim, Ela O vê desnudo na Cruz. Que despojamento, que coisa tremenda! Ela O recebe abandonado, apedrejado, flagelado, conspurcado, caluniado vilmente!

O seu coração ficou traspassado: Coração de Jesus traspassado pela lança, tende piedade de nós!

Imaginemos Nossa Senhora começando a indumentária fúnebre, indo para a sepultura, a pedra que se fecha e tudo acaba! A morte está reinando.

Nossa Senhora do Bom Sucesso executa todas essas etapas.

Toda gestação tem perigos. Mas, afinal, Ele nasceu. Ó sucesso! Ó sucesso feliz!

Pela lei do Antigo Testamento, as mães que tivessem uma criança deviam, logo que possível, ir ao Templo para apresentar o menino a Deus e se purificarem.

Ela toma a criança e vai até o Templo e oferece a Deus aquele menino que é Deus. A antiga lei tornava isso obrigatório.

Episódio único na história do Templo, o próprio Deus encarnado entra no Templo.

Ela entrou, mas ninguém ouviu os Anjos. A decadência religiosa do povo eleito era enorme.

Aquilo estava cheio de barracas com gente fazendo comerciata de toda a ordem; os sacerdotes eram próximos precursores daqueles que haveriam de trabalhar para a crucifixão dEle.

Ela cumpre o rito da apresentação e um profeta, Simeão, recebendo o Menino nos braços, tem aquele cântico que começa assim, em latim:

“Nunc dimittis servum tuum, Domine, secundum verbum tuum in pace, quia viderunt oculi mei salutare tuum”.... — “Agora, Senhor; deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra, porque os meus olhos viram a vossa salvação” (Lc 2, 29-30).

Nossa Senhora apresenta o Menino Jesus ao Templo recebido pelo profeta Simeão, Notre Dame de Paris
Nossa Senhora apresenta o Menino Jesus ao Templo
recebido pelo profeta Simeão, Notre Dame de Paris
Simeão prevê o futuro daquele Menino dizendo: “Eis que este Menino está posto para ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo da contradição. E uma espada transpassará a tua alma, a fim de se descobrirem os pensamentos escondidos nos corações de muitos” (Lc 2, 34-35).

E uma profetiza, Ana, por inspiração divina também canta as glórias dEle. Os dois sabem o que até então só São José e Ela sabiam: que aquele era o Filho de Deus.

O que significa aí o bom sucesso?

Nossa Senhora do Bom Sucesso é padroeira de todos aqueles que procuram o bom sucesso para o serviço da causa dEla entregues a uma tarefa árdua, que tem uma responsabilidade grande.

Merece ser chamado de bom sucesso o sucesso daqueles que, nas trevas da noite do neopaganismo de nossos dias, trabalham para que nasça o sol do Reino de Maria.

Não será Nossa Senhora do Bom Sucesso uma padroeira muito felizmente indicada para a hora em que o Reino de Maria, afinal, nasça na Terra?

Então, é razoável que nós pensemos nos acontecimentos previstos por Nossa Senhora em Fátima, ou mesmo nas profecias de Nossa Senhora do Bom Sucesso .

Todos os que trabalham para que nasça o sol do Reino de Maria sobre o mundo fazem algo parecido com uma geração. E o Reino de Maria se parecerá admiravelmente com um bom sucesso, um magnífico sucesso!

Nossa Senhora do Bom Sucesso. A seus pés Madre Mariana. Foto de domingo 23-01-2023
Nossa Senhora do Bom Sucesso. A seus pés Madre Mariana.
Foto de domingo 23-01-2023
Nossa Senhora certas vezes aparecia para conversar com Madre Mariana de Jesus Torres e andavam juntas pelos claustros do mosteiro. De maneira que, quando chegava a manhã, às vezes o manto dEla estava todo molhando de orvalho.

Ninguém, nunca, nenhum palácio de rei, nenhuma coroa, nenhum diadema, nem nada, teve a beleza destas gotas de orvalho pousando e cintilando sobre o manto da Virgem.

Precisamente a Sóror Mariana de Jesus Torres Ela apareceu fazendo impressionantes revelações que mantém uma notável proximidade com as de Fátima.

Nossa Senhora do Bom Sucesso tem, portanto, uma relação com os acontecimentos previstos em Fátima.

Pensemos em tudo isto na festa de Nossa Senhora do Bom Sucesso.

Nesta festa peçamos a Ela que nos dê a graça de trabalhar e lutar pela implantação do Reino de Maria.

E nas horas mais difíceis nós poderemos dizer a Ela: – “Minha Mãe, venha a nós o vosso reino, seja feita a Vossa vontade assim na terra como no Céu!”

É o reino dEla! É o reino de Nosso Senhor Jesus Cristo na sua expressão mais perfeita, mais quintessenciada: o Reino de Maria!

Sóror Mariana de Jesus Torres conversou com Nossa Senhora do Bom Sucesso. Conversas parecidas com as de Adão com Deus no Paraíso.

Meus caros, nos castigos de Fátima haverá momentos em que nos perguntaremos: não será o Inferno? Respondamos então: “Nossa Senhora do Bom Sucesso rogai por nós!”

Haverá momentos de tanta alegria interior que perguntaremos: “já não é o Céu entre nós” Respondamos também: “Nossa Senhora do Bom Sucesso rogai por nós!”

Haverá afinal o momento em que toda a obra da iniquidade cairá por terra, e não passará de casca vil de uma cobra moribunda.

Começará o Reino de Maria e nós cantaremos o cântico do Bom Sucesso!

É assim que eu imagino os castigos de Fátima.



(Excertos de: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra de 02-02-1985. Apud Pliniocorreadeoliveira.info)


quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Mais santos falam que não nos aproximamos do fim do mundo, mas de um triunfo divino

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Sonhos e antevisões proféticas de São João Bosco

Também o grande Dom Bosco ficou famoso pelas suas luzes proféticas. Em diversos “sonhos” e cartas, ele viu e apontou a vinda de uma terrível crise na Igreja e no mundo.

Nessas ocasiões, o santo piemontês anunciou um grande triunfo da Igreja e uma era de paz que afasta qualquer veleidade de um fim do mundo próximo. E menos ainda para 2012!

Poderíamos citar vários documentos incontestáveis do fundador dos salesianos. A exiguidade do espaço nos leva a escolher um: o “sonho das duas colunas”.

O santo narrou ter visto “uma multidão incontável de naves dispostas em ordem de batalha, (...) carregadas de fuzis e armas de diferentes classes; de material incendiário e também de livros, e dirigem-se contra outra nave muito maior e mais alta, tentando cravar-lhe o esporão, incendiá-la, ou ao menos fazer-lhe o maior dano possível.

“Em meio da imensidão do mar levantam-se, sobre as ondas, duas robustas colunas, muito altas, pouco distantes a uma da outra. Sobre uma delas está a estátua da Virgem Imaculada, a cujos pés vê-se um amplo cartaz com esta inscrição: Auxilium Christianorum.

“Sobre a outra coluna, que é muito mais alta e mais grossa, há uma Hóstia de tamanho proporcionado ao pedestal e, debaixo dela, outro cartaz com estas palavras: Salus credentium”.
A nave maior representa a Igreja e o comandante supremo é o Papa. O Pontífice assume o seu leme e tenta ancorá-la nas duas colunas. Mas,

São João Bosco e o sonho das duas colunas
São João Bosco e o sonho das duas colunas
“as naves inimigas dispõem-se todas a assaltá-la, fazendo o possível por deter sua marcha e afundá-la.

“Umas com os escritos, outras com os livros, outras com materiais incendiários de que contam em grande abundância, materiais que tentam arrojar a bordo; outras com os canhões, com os fuzis, com os esporões: o combate torna-se cada vez mais encarniçado”.

No auge da batalha, o Papa cai ferido de morte e falece.

“Um satânico brado se levanta das naves revolucionárias. Porém, apenas morto o Pontífice, outro ocupa o posto vacante. Superando todos os obstáculos, ele guia a nave até as duas colunas, e a amarra nelas. Então se produz uma grande confusão.

Os inimigos “dão-se à fuga, dispersam-se, chocam-se entre si e destroem-se mutuamente. Umas ao afundar-se procuram afundar às demais”. A nave capitã ocupada pelo Papa permanece tranquila e segura. No mar reina uma calma absoluta. (Pietro Zerbino (a.c. di), “I sogni di Don Bosco”, Leumann: LDC, 1995/2ª ristampa, pp 53-55).

São João Bosco escreveu muitas previsões para o ano seguinte num Calendário famoso na Itália, publicado sob o curioso título Il Galantuomo.

Na edição para o ano 1873, o santo parece ter visado as interpretações abusivas sobre os acontecimentos vindouros, esclarecendo o significado profundo dos anúncios celestes.

David vence Golias, Gustave Doré
David vence Golias, Gustave Doré
Ele escreveu:
 “A nossa fé vencerá o mundo, e nossa oração será a pedra de David que arrebentará a cabeça do gigante Golias, quer dizer, os inimigos do Papa e, por isso mesmo, de Jesus Cristo.

“Deus prometeu que os maus não vencerão a Sua Igreja; o céu e a terra passarão, mas a palavra de Deus não passará.

“A Igreja pode ser perseguida, combatida, mas jamais será superada; e quando os ímpios se julgarem certos da vitória, então estejamos atentos, porque esse será o sinal de que está próximo o dia em que a Igreja vestida de festa cantará o ‘Alelluia’ de seu triunfo e o ‘De profundis’ por seus inimigos.

“São Pedro estava na prisão em Jerusalém e Deus mandou um anjo para libertá-lo milagrosamente das mãos de seus inimigos.

“Em nosso tempo, Deus quer fazer um grande milagre. Rezemos e, quando menos pensemos, ouviremos um grande estrépito e será a Torre de Babel que cairá por terra, como um dia caíram os muros de Jericó ao som das trombetas”. (“Il Galantuomo”, ed. 1873, págs. 10-11)

Poderíamos ainda consagrar incontáveis páginas às mensagens celestes recebidas neste sentido através de santos, beatos e almas de escol.
São Maximiliano Maria Kolbe, OFM Conv
São Maximiliano Maria Kolbe, OFM Conv

São Maximiliano Kolbe: a estátua da Imaculada entronizada no coração de Moscou

A limitação de espaço obriga-nos a ficar por aqui, não sem antes citar um santo que precisaria ser mais conhecido no Brasil: São Maximiliano Kolbe. Em 1937, quando a Rússia gemia sob os massacres stalinistas, ele escreveu:

“Não acreditamos estar longe nem ser puro sonho o advento do dia grandioso em que a estátua da Imaculada será entronizada pela obra de seus apóstolos no próprio coração de Moscou!” (Cf. “L’Osservatore Romano”, 14-15 fevereiro 1937).

Impossível encontrar uma imagem mais expressiva do vindouro triunfo do Coração Sapiencial e Imaculado de Maria.

Os boatos enganadores sobre 2012 sequer resistem a um início de comparação.


continua no próximo post: Nossa Senhora anunciou que não vivemos no fim do mundo mas num preâmbulo do triunfo divino




Falsas “profecias” sobre o iminente “fim do mundo” são alarmismo danoso

Avisos do Céu falam que hoje não vivemos o fim mas o prelúdio de um triunfo divino

Mais santos falam que não vivemos no fim do mundo, mas nas proximidades de um triunfo divino

Nossa Senhora anunciou que não vivemos no fim do mundo mas num preâmbulo do triunfo divino

A voz dos Papas aponta a vitória da Igreja sobre o Leviatã do caos universal nos dias vindouros



quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Avisos do Céu falam que hoje não vivemos o fim mas o prelúdio de um triunfo divino

Santa Catarina de Siena,  cabeça incorruta levada em procissão
Santa Catarina de Siena,
cabeça incorrupta levada em procissão
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Santa Catarina de Siena: júbilo pensando na futura era da Igreja

Entre os numerosos dons concedidos por Deus a Santa Catarina de Siena (1347-1380) estava o da profecia.

O papel da santa para resolver o cisma de Avignon tornou-a famosa. Nosso Senhor explicou-lhe a razão de ser dos grandes castigos que Ele estava aplicando:

“Eu permito este tempo de perseguições para arrancar todos os espinheiros que estão em volta de minha Esposa...

“Após essas tribulações e angústias, Deus purgará a Santa Igreja e renovará o espírito de seus eleitos por um meio que não pode ser compreendido pelos homens.

“Haverá na Igreja uma reforma tão grande e uma tão feliz renovação dos santos pastores, que pensando nisso o meu espírito vibra de alegria no Senhor.

“Assim, como Eu já disse, esta Esposa que nesta hora está em andrajos e quase totalmente desfigurada, tornar-se-á maravilhosamente bela e será ornada de pedras preciosas e coroada com todas as virtudes.

“Todas as nações exultarão vendo-se governadas por pastores tão santos; e os povos infiéis, atraídos pelo bom odor de Jesus Cristo ao rebanho católico, converter-se-ão ao Pastor verdadeiro, vigilante guardião de suas almas.

“Portanto, agradecei ao Senhor porque após esta tempestade Ele dará um grandíssima tranquilidade à Sua Igreja” (apud, “Vita Sanctae Catharina Senensis”, Fr. Raymundo a Capua, p. II, cap. X, in R. P. Alphonse Capecelatro, “Histoire de Sainte Catherine de Sienne et de la Papauté de son temps”, Librairie de Mme Ve Poussielgue-Rusand, Paris, 1863, 624 págs, págs. 354-355).



Beata Isabel Canori-Mora: o triunfo de São Pedro

Beata Isabel Canori-Mora
Beata Isabel Canori-Mora
Poucas almas bem-aventuradas receberam tão abundantes e extensas visões sobre os eventos que se aproximam como a bem-aventurada romana Isabel Canori Mora (1774-1825).

Por singular privilégio, Deus quis associá-la à obra de conversão do clero e da humanidade.

Ela viu também, com gáudio inenarrável, a face da Igreja e do mundo regenerado se prolongando através de séculos.

Entre as muitas visões da Beata neste sentido, podemos citar a esmo as seguintes:

“No dia do grande príncipe São Pedro, no ano 1820, (...) pareceu-me que o Céu se abria e descia do alto, em grande majestade, flanqueado por muitos santos e anjos, o grandíssimo Príncipe dos Apóstolos São Pedro, revestido dos paramentos pontificais.

“Ele tinha nas mãos um báculo com o qual marcou sobre a terra uma vastíssima cruz. (...) no mesmo momento vi aparecerem quatro árvores misteriosas que tinham a forma de cruz. (...)

“Os bons cristãos que terão conservado a Fé de Jesus Cristo ficarão refugiados sob essas misteriosas árvores. (…) Mas ai daqueles religiosos e religiosas não observantes que desprezam as Santas Regras! Ai! Ai!, porque todos perecerão sob o terrível flagelo. (…)

“Todo o mundo entrará em convulsão e matar-se-ão uns aos outros. (…)

“Deus se servirá das potências das trevas para exterminar os homens sectários, iníquos e criminosos que pretendem derrubar, erradicar a Igreja Católica nossa Santa Mãe, (...)

“grandes legiões de demônios percorrerão o mundo todo, causando grandes ruínas e executando as ordens da Justiça Divina (...).

“Os verdadeiros bons cristãos serão protegidos pelos gloriosos Apóstolos Pedro e Paulo, que velarão para que os espíritos malignos não façam mal nem a seus bens nem a suas pessoas. (...)

“punidos os ímpios com cruel morte, demolidos os lugares indignos, vi de repente (…) que o Céu se abria novamente, e com grande pompa e majestade descia o glorioso São Paulo.

“Com o poder e a autoridade de Deus, ele percorria o mundo inteiro como um relâmpago, e acorrentava a todos aqueles malignos espíritos infernais. (…)

“Nesse momento vi um belo resplendor que anunciava a reconciliação de Deus com os homens.

“O pequeno número dos cristãos foi apresentado pelos santos anjos ante o trono do grande Príncipe dos Apóstolos, São Pedro. (...) O santo escolheu o novo pontífice.

“Toda a Igreja foi reordenada segundo os ditames do Santo Evangelho. As ordens religiosas foram restabelecidas e todas as casas dos cristãos se tornaram casas penetradas de religião.

“Eram tão grandes o fervor e o zelo pela glória de Deus, que tudo estava ordenado em função do amor de Deus e do próximo.

“Desta maneira tomou corpo num momento o triunfo, a glória e a honra da Igreja Católica. Ela era aclamada, estimada e venerada por todos. Todos decidiram segui-la, reconhecendo o Vigário de Cristo, o Sumo Pontífice”.

A beata Isabel aceitou sofrer – e padeceu espiritualmente – as dores da Crucifixão, a fim de obter de Deus que o Papado permanecesse em Roma.

Como recompensa, Jesus Cristo lhe fez ver a renovação futura da Igreja e da Cristandade:

“Alegra-te, ó minha filha, objeto de minhas complacências! O cristianismo não mais será disperso, Roma não ficará privada de possuir o tesouro da Cátedra da verdade infalível da Santa Igreja.

“Eu reformarei meu povo e minha Igreja. Enviarei sacerdotes zelosos para pregar a minha Fé. Formarei um novo apostolado. Enviarei Meu Divino Espírito Santo para renovar a terra. Restaurarei as ordens religiosas por meio de reformadores santos e doutos. (…)

“Ele me deu a conhecer muitas outras coisas relativas a esta reforma. Vários soberanos sustentarão a Igreja Católica e serão católicos verdadeiros, depositando seus cetros e coroas aos pés do Santo Padre, Vigário de Jesus Cristo.

“Vários reinos abandonarão seus erros e voltarão ao seio da Fé católica. Povos inteiros converter-se-ão e reconhecerão como verdadeira a Fé de Jesus Cristo”.( apud Intratext)

O falso alarmismo aduz "argumentos científicos" deturpados ou errôneos.


Acena com "profecías" que haveria nas pirâmides maias, fala de alinhamento dos planetas em dezembro, da inversão dos polos magnéticos, da explosão de supervulcões adormecidos, da chegada de tempestades solares devastadoras, da aproximação de um enigmático planeta "Nibiru" ou de grandes asteroides capazes de destruir a vida na Terra, etc..


Esses "argumentos científicos" pouco ou nada têm de científico e enquanto argumentos carecem de seriedade e de lógica interna.

Como o assunto envolve as relações entre a fé, a Igreja Católica e as ciências publicamos uma matéria especial num blog especialmente dedicado à temática: CIÊNCIA CONFIRMA A IGREJA.

Pode se acessar a matéria clicando neste link: Fim do mundo em 2012? Cientistas desmentem alarmismo e superstição




Falsas “profecias” sobre o iminente “fim do mundo” são alarmismo danoso

Avisos do Céu falam que hoje não vivemos o fim mas o prelúdio de um triunfo divino

Mais santos falam que não vivemos no fim do mundo, mas nas proximidades de um triunfo divino

Nossa Senhora anunciou que não vivemos no fim do mundo mas num preâmbulo do triunfo divino

A voz dos Papas aponta a vitória da Igreja sobre o Leviatã do caos universal nos dias vindouros


Continua no próximo post: Mais santos falam que não nos aproximamos do fim do mundo, mas de um triunfo divino

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Quem foram os Reis Magos?

'A viagem dos Magos' (1894), James Jacques-Joseph Tissot (1836-1902). Brooklyn Museum, New York City.
'A viagem dos Magos' (1894), James Jacques-Joseph Tissot (1836-1902).
Brooklyn Museum, New York City.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Um antigo documento conservado nos Arquivos Vaticanos lança uma certa luz, embora indireta e sujeita a caução, sobre a pessoa dos Reis Magos que foram adorar o Menino Jesus na Gruta de Belém. A informação foi veiculada por muitos órgãos de imprensa e páginas da Internet.

O documento é conhecido como “A Revelação dos Magos”. 

Provavelmente seja algum “apócrifo”, nome dado aos livros não incluídos pela Igreja Católica na Bíblia. Portanto, não são “canônicos”, apesar de poderem ser de algum autor sagrado.

“Canônico” deriva de “Cânon”, que é o catálogo de Livros Sagrados admitidos pela Igreja Católica e que constituem a Bíblia. Este catálogo está definitivamente encerrado e não sofrerá mais modificação.

Há uma série de argumentos profundos que justificam esta sábia decisão da Igreja.

Entretanto, uma extrema ponderação em apurar a verdade faz com que a Igreja não recuse em bloco esses “apócrifos” e reconheça que pode haver neles elementos históricos ou outros que ajudem à Fé.

Por isso mesmo, o Vaticano conserva a maior coleção mundial desses “apócrifos”, e os põe à disposição dos críticos de todas as religiões que queiram estudá-los.

A Igreja não tem medo de que possa sair qualquer coisa que desdoure a integridade e a santidade da Bíblia. Antes bem, deseja ardentemente encontrar qualquer dado que possa ajudar a melhor compreendê-la.

O apócrifo “A Revelação dos Magos” aparenta ser um relato de primeira mão da viagem dos Reis do Oriente para homenagear o Filho de Deus.

Reis Magos, Nicolás de Verdun (1130 – 1205).
Urna dos Reis Magos na catedral de Colônia
Só recentemente foi traduzido do siríaco antigo.

O mérito é do Dr. Brent Landau, professor de Estudos Religiosos da Universidade de Oklahoma, EUA, que dedicou dois anos para decifrar o frágil manuscrito.

Trata-se de uma cópia feita no século VIII a partir de algum original perdido que, por sua vez, fora transcrito meio milênio antes.

Portanto, a fonte original desse apócrifo dos Reis Magos remonta a menos de um século depois do Evangelho de São Mateus.

O documento levanta questões em extremo interessantes:

Quem foram ao certo, os Reis Magos?

Foram três?

Quais eram seus nomes?

De onde vieram?

Por quê?


Vejamos primeiro o que nos diz a única fonte digna de fé religiosa, o Evangelho de São Mateus:

“1. Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.
“2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.
“3. A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele.
“4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.
“5. Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:
“6. E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo(Miq 5,2).
“7. Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido.
“8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo.
“9. Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.
“10. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria.
“11. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.
“12. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.” (São Mateus, cap. 2, 1ss)

Três Reis Magos, mosaico em San Apollinare Nuovo, Ravenna, Itália.
No muro da igreja, concluida em 569, lê-se os nomes dos três.
Apresentados com gorros frígios (chapéu originário da Ásia Menor.
No Irã era atributo do deus Mitra).
A narração de São Mateus contém tudo o que é necessário para a Fé.

Mas com o beneplácito e a aprovação da Igreja a piedade popular acrescentou muitos outros pormenores, que foram transmitidos por tradição oral e que são aceitos sem contestação.

O que diz a Tradição sobre seu número, condição, proveniência e destino?

É aqui que entra o papel do grande São Beda, o Venerável (673-735), Doutor da Igreja e monge beneditino nas abadias de São Pedro e São Paulo em Wearmouth, e na de Jarrow, na Nortumbria, Inglaterra.

São Beda é uma das máximas autoridades dos primeiros tempos da Idade Média pelo fato de ter recolhido relatos transmitidos oralmente pelos Apóstolos aos seus sucessores, e destes aos continuadores.

São Beda é também considerado como fonte de primeira mão da história inglesa, sendo muito respeitado como historiador. Sua História Eclesiástica do Povo Inglês (Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum) lhe rendeu o título de Pai da História Inglesa.

No tratado “Excerpta et Colletanea”, o Doutor da Igreja assim recolhe as tradições que chegaram até ele:
“Melquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus.
“Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio.
“E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”.
Três Magos adoram o Menino Jesus.
Sarcófago romano dos primeiros tempos do cristianismo, Museu Vaticano.
É, pois, São Beda quem por primeira vez escreveu o nome dos três. Nomes com significados precisos que nos ajudam a compreender suas personalidades.

Melquior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, Gaspar significa “aquele que vai inspecionar” e Baltasar se traduz por “Deus manifesta o Rei”.

Para São Beda – como para os demais Doutores da Igreja que falaram deles – os três representavam as três raças humanas existentes, em idades diferentes.

Neste sentido, eles representavam os reis e os povos de todo o mundo.

Também seus presentes têm um significado simbólico. Melquior deu ao Menino Jesus ouro, o que na Antiguidade queria dizer reconhecimento da realeza, pois era presente reservado aos reis.

Gaspar ofereceu-Lhe incenso (ou olíbano), em reconhecimento da divindade. Este presente era reservado aos sacerdotes.

Por fim, Baltasar fez um tributo de mirra, em reconhecimento da humanidade. Mas como a mirra é símbolo de sofrimento, veem-se nela preanunciadas as dores da Paixão redentora. A mirra era presente para um profeta. Era usada para embalsamar corpos e representava simbolicamente a imortalidade.

Desta maneira, temos o Menino Jesus reconhecido como Rei, Deus e Profeta pelas figuras que encarnavam toda a humanidade.

Em coerência com essa visão, a exegese católica interpreta a chegada dos Reis Magos como o cumprimento da profecia de Davi:

“Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. 11. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações”. (Sl. 71, 10-11) (P.S.: na numeração das traduções direto do hebraico, é o Sl. 72, 10-11).

Alguns especularam que talvez pelo menos um deles veio da terra de Shir (não identificada nos mapas modernos), na antiga China.

Em livro – escrito a título pessoal, portanto não sendo documento do magistério eclesiástico – Joseph Ratzinger (S.S.Bento XVI) comenta que “a promessa contida nestes textos [N.R.: Salmo 72,10] estende a proveniência destes homens até ao extremo Ocidente (Tarsis, Tartessos em Espanha), mas a tradição desenvolveu posteriormente este anúncio da universalidade aos reinos de que eram soberanos, como reis dos três continentes então conhecidos: África, Ásia e Europa”, segundo informou “Religión Digital” de Espanha.


A amplidão do leque de possibilidades geográficas fica patente neste comentário.

Tarsis ou Tartessos ficaria na Andaluzia, Espanha, especificamente em “algum lugar compreendido entre Cádiz, Huelva e Sevilha”. 

Segundo o “ABC” de Madri, os sevilhanos acham que se Melquior, Gaspar e Baltasar fossem andaluzes teriam se manifestado mais alegremente, teriam cantado “sevilhanas” e levado pandeiros.

A reação popular suscita um amável sorriso.

O que foi depois dos Reis Magos?

Reis Magos. Representam todas as raças. Andrea Mantegna (1431-1506). J. Paul Getty Museum, Los Angeles.
Reis Magos. Representam todas as raças.
Andrea Mantegna (1431-1506). J. Paul Getty Museum, Los Angeles.
De acordo com uma tradição acolhida por São João Crisóstomo, Padre da Igreja, os três Reis Magos foram posteriormente batizados pelo Apóstolo São Tomé e trabalharam muito pela expansão da Fé (Patrologia Grega, LVI, 644).

A fama de santidade dos Reis Magos chega até os nossos dias.

Seus restos são venerados na nave central da Catedral de Colônia, Alemanha, em magnífica urna de ouro e de pedras preciosas que extasia os visitantes.

As relíquias deles foram descobertas na Pérsia pela imperatriz Santa Helena e levadas a Constantinopla, capital do Império Romano de Oriente.

Depois foram transferidas a outra capital imperial no Ocidente – Milão –, até que foram guardadas definitivamente na Catedral de Colônia em 1163 (Acta SS., I, 323).

Por que eram "Magos"?

O nome “mago” era sinônimo de “sábio”. O tratamento dado a eles como grandes eruditos, prudentes e judiciosos, provinha do fato de os sacerdotes da Caldeia serem muito voltados para a consideração dos astros com uma sabedoria que surpreende até hoje.

A eles devemos o início da ciência astronômica.

Sem dúvida, seu caráter de “magos”, reconhecido pelo Evangelho de São Mateus, aponta para a área da civilização caldeia (cujo epicentro foi no atual Iraque, mas incluiu diversos países vizinhos, entre eles o Irã).

Com a decadência moral, os “magos” caldeus viraram uma espécie de bruxos, divulgadores de toda espécie de superstições.

Os Três Reis Magos teriam sido os últimos sacerdotes honrados daquele mundo pagão que aspiravam sinceramente conhecer o Salvador.

Relicário dos Três Reis Magos, catedral de Colônia.
Neste caso, foram exemplos arquetípicos do pagão de boa-fé que deseja conhecer a verdadeira religião, e que assim que a encontra adere a ela sem demoras nem restrições.

Foram "Reis"?

Discute-se também em que sentido podem ser chamados de “Reis”, pois não se lhes conhece a procedência e menos ainda a localização do reino.

Porém, na Antiguidade, os patriarcas, ou chefes de grandes clãs, ou grupos étnico-culturais, governavam com poderes próprios de um rei, sem terem esse título ou equivalente. E seu reinado se concentrava sobre sua hoste, por vezes nômade.

São João Damasceno não recusava que eles fossem descendentes de Set, terceiro filho de Adão.

E este pormenor nos leva de volta ao “apócrifo” do Vaticano.

A estrela que os guiou

O referido manuscrito estava na Biblioteca Vaticana havia pelo menos 250 anos, mas não se sabe mais nada de sua proveniência.

Está escrito em siríaco, língua falada pelos primeiros cristãos da Síria e ainda hoje, bem como do Iraque e do Irã.

O Prof. Landau acredita que no apócrifo entra muita imaginação. Mas, há uma muito longa descrição das supostas práticas, culto e rituais dos Reis Magos.

Relicário dos Três Reis Magos, catedral de Colônia, Alemanha.
Feitos, pois, os devidos descontos no apócrifo, lemos nele que Set, terceiro filho de Adão, transmitiu uma profecia, talvez recebida de seu pai, de que uma estrela apareceria para sinalizar o nascimento de Deus encarnado num homem.

Prêmio a uma fidelidade de séculos

Gerações de Magos teriam aguardado durante milênios até a estrela aparecer, confiantes no aviso de Set.

Mistérios da fidelidade! Milênios aguardando, gerações morrendo na esperança e transmitindo aos filhos o anúncio de um dia remoto em que o mundo receberia o Salvador!

Segundo o Prof. Landau, o apócrifo diz que a estrela no fim “transformou-se num pequeno ser luminoso de forma humana que foi Cristo, na gruta de Belém”.

A afirmação não é procedente se a interpretarmos ao pé da letra. Mas, levando em conta o estilo altamente poético do Oriente, poderíamos supor que o brilho da estrela de Belém convergiu no Menino Jesus e desapareceu.

E, de fato, depois de encontrar o Menino Deus, os Magos não mais viram a estrela.

Alertados por um anjo, voltaram por outro caminho às suas terras, como ensina o Evangelho de São Mateus, que não mais menciona a estrela no retorno.

Anúncio dos profetas e juízo de Padres e Doutores da Igreja

Adoração dos Magos, Gentile da Fabriano (1370-1427). Galleria degli Uffizi, Florença
Adoração dos Magos, Gentile da Fabriano (1370-1427). Galleria degli Uffizi, Florença
A festa da adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus recebeu o nome de Epifania do Senhor. Epifania vem do grego: πιφάνεια que significa “aparição; fenômeno miraculoso”.

A festa se comemora no dia 6 de janeiro, ou seja, doze dias após o Natal, ou 2 domingos após o Natal, dependendo do calendário litúrgico usado.

“Andaram as gentes na tua luz e os reis no esplendor do teu nascimento”, profetizou Isaías (Is 60, 3).

E São Tomás de Aquino explica: ‘Os Magos foram as primícias dos gentios que acreditaram em Cristo. E neles se manifestou, como um presságio, a fé e a devoção das gentes que vieram a Cristo das mais remotas regiões’.

Santo Agostinho sublinha que eles procuraram com fé mais ardente Àquele que punham de manifesto o clarão da estrela e a autoridade das profecias.

São João Crisóstomo completa dizendo: “porque buscavam um Rei celeste, embora nada descobrissem nele denotador da excelência real, contudo, satisfeitos só com o testemunho da estrela, adoraram-no”.

Veja também: Dado essencial: houve o fenômeno astronômico denominado “estrela de Belém”

Astrônomo defende com computador a existência da estrela de Belém


segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Pelo “desditado mundo que pelo ódio e descrença, caiu na desgraça e na miséria”

Padre João Batista Reus SJ (1868-1947)
Padre João Batista Reus SJ (1868-1947)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Continuação do post anterior: Pe.Reus: certeza dos fenômenos místicos litúrgicos surpreendentes



O espírito moderno banalizou a Santa Comunhão especialissimamente quando desde o Vaticano II se generalizou o mal costume de qualquer um comungar em qualquer estado inclusive no pecado mortal como se a Santa Comunhão fosse a mera partilha de um pão como outros.

Que diabólico erro!

O Pe. Reus nos deixou o exemplo do contrário: na Comunhão recebemos o Santíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

E o próprio Deus se encarregou de lhe deixar esta tremenda verdade em evidencia.

Em 11 de setembro de 1942 “na Comunhão ... me vi numa espécie tipo fogo, porém não claro e brilhante como nas outras vezes. Contemplei como que um sol dentro do qual estava a Santíssima Trindade, ...

Santinho piedoso representa o Menino Jesus na Hóstia
Santinho piedoso representa o Menino Jesus na Hóstia
“De repente, percebi que meus braços se moviam lentamente para baixo e que traziam consigo aquele sol com a Santíssima Trindade. Queria resistir, para que o ajudante de Missa não percebesse ... Não consegui.

“Quando este sol celestial chegou mais ou menos ao alcance de minhas mãos, de repente, estava brilhante dentro de mim.

“Este é o efeito da Comunhão numa imagem visível: união com a Divina Majestade” (AeD, vol.4, nº3983)

O valor da Comunhão se estende a todo mundo, mesmo aos setores mais decadentes da humanidade pecadora, insistia o santo jesuíta, afastando a interpretação moderna da partilha comunitária.

Pelo “desditado mundo que caiu na desgraça e na miséria”


No Confiteor da Missa de 9 de outubro de 1942 “ofereci ao Divino Pai o precioso Sacrifício de Jesus Cristo para o desditado mundo, que por causa das guerras, [naquela data a II Guerra Mundial atingia um paroxismo] ódio e descrença, caiu na desgraça e na miséria.

Mais um testemunho de líder católico contemporâneo do Pe. Reus

"Minha Vida Pública":
uma prodigiosa fonte de informação exclusiva
para compreender a história do Brasil e da Igreja

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira que foi aluno dos jesuítas no Colégio São Luis, na atual avenida Paulista em São Paulo comentou do Pe. Reus:

O Prof. Plinio foi presidente da Junta Arquidiocesana da Ação Católica de São Paulo e manteve estreitas relações com os líderes eclesiásticos e civis católicos do Brasil todo. Tirou da insignificância e dirigiu o jornal “O Legionário” – hoje “O São Paulo” – com difusão nacional.

É uma testemunha privilegiada contemporânea do Pe. Reus e cultivou valiosas amizades com padres jesuítas de São Paulo e também alguns de São Leopoldo.

Pela amizade com alguns noviços ou ex-noviços de São Leopoldo ouviu relatos da vida e dos fenômenos místicos extraordinários do Pe. Reus que corriam de boca em boca.

“Morou e morreu n0 seminário de São Leopoldo, um padre jesuíta de nome Reus, que eu não conheci pessoalmente e que levou uma vida muito apagada em São Leopoldo mas cujo eco não chegou a São Paulo.

“Eu fui largamente contemporâneo dele.

“Ele era mais velho que eu, mas quando ele morreu eu já era homem feito. Mas eu não ouvi falar dele.

“Foi só depois dele morto, aliás um pouco antes de ele morrer, que me falaram dele.

“Quando ele morreu me mostraram a fotografia dele, e ou eu me engano enormemente ou esse padre foi um verdadeiro santo.

“Eu sei que a sepultura dele, que deve ser provavelmente no cemitério de São Leopoldo é visitada continuamente por pessoas que depositam flores, pedem graças, etc., etc. e na minha caixa de relíquias eu tenho uma relíquia indireta dele, um pano que tocou nele.

“Eu osculo metodicamente cada dia uma das minhas relíquias e quando chega a vez do padre Réus eu osculo a dele com uma particular piedade”.

(Anotações de palestra de 12/6/82, sem revisão do Autor)
“Ao rezar: Misereatur vestri – Tenha compaixão de nós, pareceu-me que o Divino Pai derramava a sua misericórdia sobre a dor e a miséria do mundo.

“Na oferta da Hóstia, eu me vi diante do Divino Pai nas alturas, com o mundo em minhas mãos ... o universo em minhas mãos, rodeado de muitos anjos, que envolvem o sacerdote no santo Sacrifício ...

“como se o amável Salvador fizesse pessoalmente o que antes da Consagração só faz através da mão do Sacerdote, isto é, apresentar o universo ao Divino Pai, para implorar misericórdia” (AeD, vol.4, nº4011)

A Eucaristia atrai a misericórdia para os pecados abissais do mundo


Na 3ª meditação dos Exercícios Espirituais de 1943 focou os conceitos de Peccatum, diluvium – O pecado, o dilúvio.

“Tudo destruído, pela ira de Deus. Portanto, mantenha distância desta ira: Quod pefectus esse sciam, faciam – Farei o que for mais perfeito. (AeD, vol.4, nº4118)

“Na meditação desses conceitos “eu me vi imerso no mundo sobrenatural. ...

“uma visão da luta entre o bem e o mal, da terrível realidade da queda de tantas almas, um grito contínuo dos infelizes condenados e dos levianos da humanidade. ...

“Neste mundo, o sacerdote atua como salvador e mediador, o que é uma tarefa nada fácil.” (AeD, vol.4, nº4122)

O Menino Jesus na Eucaristia


Em 4 de setembro de 1944 “uma encantadora visão tive no êxtase antes da Comunhão. Segurei a santa Hóstia, com o Menino Jesus perceptível, ... vi como o Menino Jesus ergueu a mão e a estendeu a mim. ... Por um instante, tocou de leve o eu coração.

“No entanto ardor, o fogo, a dor na parte tocada foi de tal modo quente e forte, que soltei um suspiro alto, ...essa visão é preciosa, pois ela representa uma prova de que as visões são verdadeiras e me mantém vivo.

“Um resultado final dessa grandiosa graça foi um profundo ato de desprezo de mim mesmo” (AeD, vol.4, nº4741)

Como aparecia certas vezes o Menino Jesus na Missa ao Pe. Reus. (desenho dele)
Como aparecia certas vezes o Menino Jesus na Missa
ao Pe. Reus. (desenho dele)

Em 7 de outubro de 1944 “apareceu o Menino Jesus” na santa Missa e na festa dedicada à reparação ao Imaculado Coração da Mãe de Deus. Foi essa a razão que prevaleceu. ...

“A minha frente estava deitado o Menino Jesus de maneira visível. Nisso, de repente, ele ergueu os bracinhos para o alto, para a Mãe de Deus, e ela estendeu seus braços em direção do Menino no altar. ...

“Não poderia haver expressão mais bela. Que alegria sente a amável Mãe de Deus, quando a criança, em sua honra, se oferece no altar!” (AeD, vol.4, nº4791)



Continua no próximo post:


Fonte: “Autobiografia e Diário do Padre Reus”, editora Unisinos – Livraria e Editora Pe. Reus, Porto Alegre, 1999, 5 volumes. Fundamentamos estes posts nos cinco volumes desta autobiografia, que citaremos por brevidade como AeD. Em caso de recorrermos a outra fonte, faremos menção completa dela.


terça-feira, 11 de outubro de 2022

A solução está em Aparecida e não em Brasília

Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora Aparecida
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Nossa Senhora Aparecida 305 anos depois

Existem devoções nacionais a Nossa Senhora, como é o caso de Aparecida, da mesma maneira que há grandes invocações que têm uma realeza entre as invocações de Nossa Senhora, como é o caso de Nossa Senhora do Rosário.

Quase não existe um país da Terra que não tenha uma grande devoção a Nossa Senhora e de que Ela não seja, debaixo de algum título, a Padroeira.

Também existem as invocações a Nossa Senhora das regiões e das cidades, como é, por exemplo, Nossa Senhora da Penha, em São Paulo.

E, às vezes, ainda há imagens de Nossa Senhora particularmente invocadas numa paróquia, numa parte de uma cidade, etc.

Há até famílias que têm uma devoção especial por alguma imagem de Nossa Senhora por alguma relação especial dEla com aquela família.

Por exemplo, na minha família paterna há devoção a Nossa Senhora da Piedade, é mais uma acomodação desse trato de Nossa Senhora com os homens, individualmente.

E depois, existe ainda, para cada um uma invocação especial de Nossa Senhora por alguma graça pessoal ou algum fato que liga a pessoa a essa imagem.

Nossa Senhora, com aquela índole materna que é característica dEla se faz grande com os grandes, e se faz pequena com os pequenos.

Se faz universal para as grandes coletividades e se faz regional para grupos humanos menores.

Nós podemos admirá-La em todas as dimensões: como Rainha das grandes coletividades e como Mãe das pequenas unidades.

É dentro dessa linha que nós devemos ver a devoção a Nossa Senhora Aparecida como Rainha do Brasil.

A América Latina inteira tem como padroeira a Nossa Senhora de Guadalupe, e, no Brasil, nós temos Nossa Senhora Aparecida.

Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil! Que é que, propriamente, deve significar para nós?

Nós sabemos o ponto de partida dessa devoção: na segunda quinzena de outubro de 1717 uns pescadores estavam pescando no Rio Paraíba quando eles recolheram, de repente, um tronco de imagem. Depois, mais adiante, pescaram uma cabeça.

Nossa Senhora Aparecida, réplica na Basílica velha
Nossa Senhora Aparecida, réplica na Basílica velha
E a pesca, que era inútil até aquele momento, passou a ser, então, muito abundante. E eles, junto do rio, construíram uma capelinha para aquela imagem que tinham encontrado.

As graças alcançadas ali foram extraordinariamente numerosas. Então, construiu-se a Basílica de Nossa Senhora Aparecida.

O povo começou e a afluir em quantidade, recebendo graças extraordinárias, entre as quais se conta a de um escravo perseguido por seu senhor e que, rezando a Nossa Senhora Aparecida, viu que suas algemas se partiram.

E seu senhor, que ia puni-lo com grande ferocidade, viu-se desarmado e deu ao escravo a liberdade. Disseram-me que as correntes desse escravo ainda se conservam na sala dos milagres de Nossa Senhora Aparecida.

De lá para cá, a devoção a Nossa Senhora Aparecida se tem generalizado.

O ambiente em Aparecida é de grande afluência de povo pobre e do povo sofredor. E Nossa Senhora Aparecida atendendo e concedendo, continuamente, graças extraordinárias.

Ao mesmo tempo, a devoção a Nossa Senhora Aparecida foi marcando a vida da Igreja.

E no pontificado de São Pio X acabou sendo coroada solenemente Rainha do Brasil, por todo o episcopado nacional, num ato oficial.

E a coroa foi colocada sobre a imagem de acordo com um decreto da Santa Sé, e a Santa Sé autorizou a que Nossa Senhora Aparecida fosse considerada Rainha do Brasil!

Então, essa devoção nascida tão humildemente, acabou fazendo seu caminho, culminando num ato que é um verdadeiro jurídico.

É jurídico pelo emprego do Poder das Chaves! A Santa Sé tem o direito de constituir uma Padroeira. Ela tem o direito de erigir uma realeza que estabelece um vínculo especial de um povo com Nossa Senhora.

E de Nossa Senhora com esse povo! O poder de desligar e ligar na Terra e no Céu que Nosso Senhor concedeu a São Pedro tem esse efeito, entre outros.

Nota do blog:

Na Bolivia, o ditador Evo Morales
presenteia o Papa com foice e martelo em lugar de Cruz
No Terceiro Centenário: O grande ausente

A visita do Papa Francisco no grande aniversário de nossa Mãe comum foi aguardada até o último momento pelo Brasil católico.

Sua descumprida promessa e a recusa de insistentes convites, foi atribuída por alguns à derrocada do PT e amigos.

Nós preferimos implorar empenhadamente para que Nossa Senhora Aparecida que toque seu coração e aja como só Ela, Mãe extremosa, sabe fazer nas circunstâncias complexas.

Nossa Senhora ficou sendo no Céu, advogada e Rainha do Brasil pelo poder das Chaves do Papa, que nessa época era o grande São Pio X.

Nesse ato jurídico nós devemos ver um prenúncio do Reino de Maria.

A partir do momento que Nossa Senhora foi aclamada Rainha do Brasil, ficou juridicamente declarado o Reino de Maria no País.

Para os efeitos celestes e para os efeitos terrestres, Nossa Senhora tem direitos jurídicos sobre o Brasil ainda maiores do que os que Ela teria se fosse uma rainha temporal, ainda que muito santa.

Por causa disto nós temos uma obrigação especial de cultuar, de dar glória a Nossa Senhora, de espalhar Sua devoção por toda parte, de lutar junto aos outros povos do mundo que não queiram receber o culto de Nossa Senhora.

De fazer, portanto, cruzadas em nome de Nossa Senhora!

É toda uma vocação nacional e mundial que se delineia para o Brasil a partir precisamente dessa coroação de Nossa Senhora como nossa Rainha.

Daí decorre que se o Brasil não fosse o pobre país agnóstico e interconfessional que é, o verdadeiro seria que, para determinados efeitos, a capital verdadeira do Brasil, fosse Aparecida.

Depois de Nossa Senhora ter sido declarada Rainha do Brasil, eu não concebo a possibilidade que os grandes atos da vida nacional se façam em outro lugar que não em Aparecida!

Reconstituição do achado milagroso da imagem no Paraíba. Crédito foto Thiago Leon
Reconstituição do achado milagroso da imagem no Paraíba.
Na segunda quinzena de outubro de 1717.
Crédito foto Thiago Leon
A promulgação das leis célebres, a declaração das guerras, os tratados de paz, as grandes solenidades das grandes famílias do país; todas estas coisas, eu só concebo como sendo realizados na Aparecida!

E no momento que tanto se discute sobre o que acontece em Brasília, nós esquecemos o verdadeiro polo.

E o verdadeiro polo é Aparecida.

A verdadeira capital do país, para os grandes efeitos, deveria ser Aparecida. Aí temos bem a perspectiva de como Aparecida deveria ser.

É inútil dizer o contrário. É uma grande baixa de nível, em comparação com considerações desta elevação.

O que seria bonito é a gente imaginar como seria a Basílica de Nossa Senhora Aparecida quando for instaurado o Reino Maria no Brasil.

Que honra, que pompa, que grandeza, que nobreza, que elevação esta basílica deveria ter!

Que grande conjunção de ordens contemplativas deveria se estabelecer ali; que grandes confessores deveriam ir ali para fazer bem às almas; que centros especiais para cursos para intensificação da devoção mariana; enfim, quanta e quanta coisa!

Essas são coisas que não estão no reino dos sonhos! Estão no reino dos ideais!

Para nós, que confiamos na Providência Divina, nós sabemos bem a diferença que há entre um sonho e um ideal.

Para o homem que não confia na Providência, todo ideal não é senão um sonho.

Para o homem que confia na Providência, muita coisa que parece sonho é um ideal realizável!

Eu acho que nós devemos apresentar a Nossa Senhora Aparecida o desejo de que Ela faça realizar estas coisas. De que Ela apresse o dia em que essas coisas se realizarão.

E que a constituição em Aparecida de uma ordem de coisas como deve ser, seja o sintoma e o efeito da remodelação de todas as coisas no Brasil e no mundo para o cumprimento da promessa de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”.

É para o triunfo do Coração Imaculado de Maria, que no Brasil se apresenta sob a devoção de Nossa Senhora Aparecida, que nós devemos rezar afincadamente e cheios de confiança de que Ela atenderá nossa oração!



(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de palestra em 5.10.64, sem revisão do autor)