segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Pe.Reus: certeza dos fenômenos místicos litúrgicos surpreendentes

Servo de Deus João Batista Reus SJ 16, No quartel, como aspirante a oficial, em 1890. Seu espírito reto era muito afim com o perfil militar
Servo de Deus João Batista Reus SJ,
No quartel, como aspirante a oficial, em 1890.
Seu espírito reto era muito afim com o perfil militar
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Continuação do post anterior: Pe.Reus e a transverberação, fenômeno místico excepcional



O Pe. Reus, por natureza, não era inclinado para o misticismo ou fenômenos extraordinários sobrenaturais.

Esses, entretanto, começaram a lhe acontecer e até num grau comparável ao dos máximos místicos da Igreja Católica. Ele se inclinava a atribui-los a enganos do demônio, mas todas as tentativas de esclarecimento que ele procurou, confirmaram que eram autenticamente sobrenaturais.

Acrescia que o mau cheiro do progressismo que subverte hoje a liturgia com fenômenos estranhos, enganosamente atribuídos à divindade ou a forças supostamente sobrenaturais já se infiltrava na Igreja como energias divinas resultantes de práticas litúrgicas relativistas ou heterodoxas.

A primeira preocupação do Pe. Reus foi se abrir com as autoridades de sua ordem, a jesuítica. Esta prática apela a um juiz que determinará se são obra ou não do diabo e assim afasta o demônio.

Em 1º de agosto de 1942, o Pe. Reus rendeu contas de consciência ao Pe. Provincial. “Ele aprovou tudo e pediu que continuasse fazendo minhas anotações, como o Provincial anterior, Pe. Leopoldo Arntzan, já havia solicitado. (...)

O juízo dos superiores

O padre Ferdinand Baumann, seu consciencioso biógrafo, que o conhecia pessoalmente, relata o seguinte:

“Todos viram no Padre Reus um homem sério, razoabilíssimo, firme nas suas atitudes, de mentalidade crítica, enérgico, livre de sentimentalismo e exaltação.

“Todos conheciam sua veracidade inabalável e sabiam que se devia dar crédito incondicional ao que dizia.

“Os superiores conheciam suas virtudes heroicas: penitências e mortificações extraordinárias, adorações noturnas, permanente e notório recolhimento e autocontrole. Não poderia ter praticado tudo isso sem ser misticamente agraciado”.

Como prova convincente da autenticidade de suas visões, o Padre Reus declara:

“... não dependem de mim. Sobrevêm frequentemente, em dias comuns, e não nas festas comemorativas (por exemplo Sexta-feira Santa), quando a alma está repleta do mistério do dia. Também não me é possível modificar algo nas visões, circunstâncias mencionadas também por Santa Teresa”.

Por outro lado, o Padre Reus não desejava o extraordinário. Rezava e pedia ao seu Senhor e Deus: “Sabeis que não procuro coisas extraordinárias, admito-as, unicamente, porque Vós mas enviais”. (apud “As visões e êxtases do Padre João Batista Reus”)

“Do dia 8 de julho de 1937 até 16 de agosto de 1941, por ser necessário para as anotações, contei 414 visões, das quais, com exceção talvez de seis, nenhuma foi totalmente igual às outras.” (AeD, vol.4, nº3943)

Esta prática dominou toda sua vida. Mais tarde escreveu que falando com o Pe. Provincial,

“em muitas visões, não há nenhum vestígio de algo impróprio; assim, é impossível uma dúvida fundamentada sobre a autenticidade. O Pe. Provincial esteve de acordo e fundamentou isso argumentando com a Sagrada Escritura” (AeD, vol.4, nº4736)

Acresce que seus fenômenos místicos eram estritamente sobrenaturais. Por isso confessou: “Nunca pelo que sei, vi algo com os olhos do corpo” (AeD, vol.4, nº4739)

E em espírito de humildade, acrescentou: “eu tenho, como parece, uma graça especial: a de distinguir o verdadeiro e o falso” (AeD, vol.4, nº4737)

As certezas que lhe davam os juízos dos superiores, foram um constante conforto espiritual:

“Os superiores aprovam meu comportamento e minhas visões” (AeD, vol.4, nº4741)

 O próprio Jesus Cristo quis premiá-lo pela sua observância das regras litúrgicas


Anjos seguram a coroa de Cristo sobre o Pe. Reus. Desenho do Pe.Reus
Anjos seguram a coroa de Cristo sobre o Pe. Reus.
Desenho do Pe.Reus
Ele conta que quando cumpria 51 anos de Ordenação Sacerdotal, no Credo da Missa “vi dois anjos que seguravam uma coroa sobre mim, a qual pende como condecoração da dignidade sacerdotal” (AeD, vol.4, nº4713)

“Ambos os anjos tomaram do amado Salvador e a ergueram sobre mim até o final da santa Missa. E, então, devolveram a coroa ao amável Salvador.

“Aí eu observei também como o Pai Celestial e o Espírito Santo permaneceram com sua coroa, enquanto o Divino Salvador punha a dele à disposição de seu sacerdote no altar, ...

A coroa é o poder do sacerdote, porém o verdadeiro Senhor dela é Cristo Sumo e Eterno Sacerdote. Ele a compartilha com seus servos escolhidos.

“Ele realmente dá a sua coroa ao sacerdote no altar. Esse amor é sem limites. Infelizmente muitas vezes é desprezado”. (AeD, vol.4, nº4713)

Cristo coroa de espinhos na Missa ao sacerdote que celebra seriamente como o Pe. Reus
Cristo coroa de espinhos na Missa
ao sacerdote que celebra seriamente
como o Pe. Reus
E não somente foi coroado com uma coroa de glória divina, mas simbolicamente com a coroa de espinhos, em contradição com a procura de coroas de sensações que se espalhava nas “experiências litúrgicas” que apareciam subterraneamente na Igreja à procura de um enganoso 'espírito comunitário'.

Em 19 de setembro de 1944 “depois da Consagração, pareceu-me que tivessem colocado a coroa de espinhos sobre mim.

“Vi a coroa de espinhos entre mim e o trono da Santíssima Trindade
; ... vi o Menino Jesus com a cruz à direita da Santíssima Trindade, cercado de santos anjos. (AeD, vol.4, nº4773)







Fonte: “Autobiografia e Diário do Padre Reus”, editora Unisinos – Livraria e Editora Pe. Reus, Porto Alegre, 1999, 5 volumes. Fundamentamos estes posts nos cinco volumes desta autobiografia, que citaremos por brevidade como AeD. Em caso de recorrermos a outra fonte, faremos menção completa dela.


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