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Demônios se assanham contra o sacerdote orante. No quadro: Santo Arsenio o Grande (350 - 445) Padre do Deserto |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Continuação do post anterior: O Pe. Reus e os assaltos do diabo contra a Missa
Ao longo dos já numerosos posts que temos publicado sobre o Pe. Reus, pudemos observar as rispidezes de trato que se voltavam contra ele pela sua estrita obediência ao rito da Missa.
Sem dúvida, os extraordinários fenômenos místicos de que foi objeto o confirmavam na sua atitude amorosa e estrita ao ritual romano.
Porém, se compreende que a Providência tenha querido reafirmar enfaticamente a aprovação de sua santa conduta sacerdotal na Liturgia imutável segundo desejo de muitos séculos da Igreja.
Dentre os muitos exemplos que se podem citar, em 29 de julho de 1941, no cerne da Missa o Pe. Reus se viu “diante da Santíssima Trindade”.
“O amado Pai Celeste me abençoava e me dava o osculo do amor na fronte, durante pouco tempo, o amado Salvador me abraçou” (AeD, vol.4, nº3522).
No dia seguinte no Memento da Missa “pedi que ele me renovasse a graça do sacerdócio, ... Durante a oração seguinte Communicantes ... o Divino Salvador se levantou e pôs ambas as mãos sobre mim. ...
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Nosso Senhor lhe impõe as mãos. Desenho do Pe.Reus |
“Isso deve significar com certeza, que Ele realmente renova aquela primeira graça, e também para todo sacerdote que lhe pede isso” (AeD, vol.4, nº3523)
A última frase é consoladora. Pois o Pe. Reus não se via de modo exclusivista e pensava constantemente nos sacerdotes espalhados pelo mundo e em diferentes épocas. Até em alguns de seus alunos do seminário de São Leopoldo.
E em 9 de agosto do mesmo ano:
“O amado Pai Celeste e o amado Salvador colocaram ambas as mãos sobre mim, em sinal de completo perdão de todos os meus pecados e erros. ...
“Ao redor, havia santos anjos. Eles se alegram quando um pecador faz penitência”. (AeD, vol.4, nº3532)
A penitência! Que Nossa Senhora tanto pede, também pode ser necessária ao sacerdote e, quando acontece, causa regozijo na corte celeste.
E não só isso. O próprio São Miguel Arcanjo, príncipe da milícia celeste, paira com seus anjos sobre o sacerdote que reza bem a Missa para protege-lo das insídias infernais que nesse momento podem se multiplicar.
Ainda durante a Missa do 18 de agosto de 1941, “na última oração a São Miguel vi o arcanjo pairar sobre mim para me proteger. Acredito que essas graças valem para todo sacerdote, pois ele é abraçado da forma mais íntima, na Comunhão” (AeD, vol.4, nº3542)
De fato, o Pe. Reus via que Satanás se assanha contra o Santo Sacrifício bem celebrado. Ele estava muito longe de ver a Missa como uma festa comunitária.
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Anjos protegem a Missa dos assaltos dos demônios. Desenho do Pe Reus |
“Quase no mesmo momento o amado Salvador ... enviou-me seus santos anjos em auxílio. Primeiramente pairava sobre mim o arcanjo São Miguel, para me defender.
“Outros santos anjos formavam, ao redor de mim, um muro de proteção, vivo e resistente para defender o sacerdote de Deus contra os maus espíritos” (AeD, vol.4, nº3543)
E não só a proteção de Nosso Senhor e dos anjos, mas também dos santos padroeiros do país, cidade ou local.
O Pe. Reus via a grande glorificação que rendem ao Coração de Jesus e à Mãe de Deus “os corajosos guerreiros mártires. Mas também para alegrar-se com os heróis triunfantes, modelos para nós” (AeD, vol.4, nº3559).
Guerreiros, heróis triunfantes, modelos para nós: assim eram os modelos para os sacerdotes segundo via o Pe. Reus. E também para nós simples fiéis, ainda mais fracos e desamparados que os religiosos.
Com uma participação protetora especial de Nossa Senhora:
Foi o caso durante a Consagração na festa de Nossa Senhora Aparecida (então 7 de setembro), viu diante dela o venerável (hoje Santo) Pe. Anchieta, provavelmente como representante de todo o Brasil cuja padroeira é Nossa Senhora Aparecida...
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Exposição de pertences do Pe Reus SJ, São Leopoldo |
E em 9 de setembro de 1941, “nas orações do Ofertório vi, sobre o altar, Nossa Senhora de Fátima ... a amável Mãe de Deus me deu a honra de se mostrar a mim, como prova de seu grande amor e agrado em relação ao rosário”. (AeD, vol.4, nº3564)
Mas essa presença, proteção e participação tem um troco que o celebrante – e também os fiéis presentes – devem dar com a veneração devida aos santos mistérios que se oferecem no altar “para não nos envergonharmos diante dos santos anjos”
Em 21.9.1941, “no final da Santa Missa, dava a bênção, vi, por cima de mim e por cima do altar, o amável Salvador na Cruz, dando a bênção ao mesmo tempo que eu, com sua mão direita, que se soltara da cruz. ... Ele é também o sacerdote que sacrifica, reza e abençoa. O que o sacerdote faz, faz nele e com Ele. (AeD, vol.4, nº3576)
Em 23.9.1941, nas palavras Per eundem Christum Dominum nostrum – Pelo mesmo Cristo nosso Senhor, em que, por instrução da Igreja, o sacerdote deve fazer uma reverência que certamente significa a última reverência do Redentor crucificado, vi de repente bem claro diante de mim, como o amável Salvador na cruz fazia uma reverência com sua santa cabeça” (AeD, vol.4, nº3578)
Na missa de 25.9.1941 “vi de repente, duas fileiras de santos anjos que, todos ao mesmo tempo fizeram comigo uma reverência com a cabeça, em profunda veneração.
“É uma advertência sobre a veneração que devemos ter ao rezar estas palavras de louvor, para não nos envergonharmos diante dos santos anjos” (AeD, vol.4, nº3581)
a cidade natal do Pe. João Batista Reus S.J.