terça-feira, 29 de setembro de 2020

São Miguel Arcanjo escudo contra a ação diabólica

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Comemora-se a 29 de setembro a festa do glorioso São Miguel, cuja invicta combatividade em defesa do Deus onipotente é assim descrita no Apocalipse:

“Houve uma batalha no Céu: Miguel e os seus Anjos guerrearam contra o Dragão.

“O Dragão batalhou, juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado e não se encontrou mais um lugar para eles no Céu” (Apoc. 12, 7-8).

A devoção ao Príncipe das Milícias Celestes atingiu um desenvolvimento extraordinário na Idade Média. Essa forma de devoção marca ainda todas as modalidades de culto ao chefe das legiões angélicas.

Entre os inúmeros santuários a ele dedicados destaca-se o do Monte Saint-Michel uma das maravilhas do mundo.

Entretanto, ele já era reverenciado no Antigo Testamento.

O Profeta Daniel refere-se a São Miguel nos seguintes termos:

“Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande Príncipe, constituído defensor dos filhos do seu povo [isto é, o povo fiel católico, herdeiro, no Novo Testamento, do povo de Israel], e será tempo de angústia como jamais houve” (Dan. 12, 1).

São Miguel é comumente designado como Arcanjo.

Entretanto, tal qualificação pode ser genérica e não significar que ele pertença ao oitavo coro de Anjos (os Arcanjos).

A esse respeito, merece ser reproduzida significativa citação do grande exegeta jesuíta Pe. Cornélio A Lapide, nascido em Bocholt, província belga de Limburgo, em 1567, e falecido em Roma, a 11 de março de 1637.

A extensa obra desse insigne autor, que comentou todos os livros do Antigo e do Novo Testamento, é até hoje universalmente admirada.

Merecem especial destaque a grande erudição, a escrupulosa diligência e o luminoso engenho com que ele trata da Sagrada Escritura.

Embora num ou noutro ponto do texto bíblico tenham surgido novas questões, é incontestável que seus magníficos comentários e eruditas citações ainda hoje gozam de autoridade.

Eis suas palavras:

“Muitos julgam que Miguel, tanto pela dignidade de natureza, como de graça e de glória é absolutamente o primeiro e o Príncipe de todos os anjos.

São Miguel, catedral de Bruxelas.
“E isso se prova, primeiro, pelo Apocalipse (12, 7), onde se diz que Miguel lutou contra Lúcifer e seus anjos, resistindo à sua soberba com o brado cheio de humildade: ‘Quem (é) como Deus?’

“Portanto, assim como Lúcifer é o chefe dos demônios, Miguel o é dos anjos, sendo o primeiro entre os Serafins.

“Segundo, porque a Igreja o chama de Príncipe da Milícia Celeste, que está posto à entrada do Paraíso.

“E é em seu nome que se celebra a festa de todos os anjos.

“Terceiro, porque Miguel é hoje cultuado como o protetor da Igreja como outrora o foi da Sinagoga.

“Finalmente, em quarto lugar, prova-se que São Miguel é o Príncipe de todos os anjos, e por isso o primeiro entre os Serafins, porque o diz São Basílio na Homilia De Angelis:

“‘A ti, ó Miguel, general dos espíritos celestes, que por honra e dignidade estais posto à frente de todos os outros espíritos celestiais, a ti suplico...’”




(fonte: Cornélio A Lapide, Commentaria in Scripturam Sacram, t 13, pp. 112-114. Apud "Catolicismo", setembro de 2000).





Cânticos gregorianos para São Miguel Arcanjo:

Introito “Benedicite Domino"

Laudate Deo omnes Angeli

Stetit angelus (Alleluia)

Benedicite omnes angeli (Comunhão)

3 comentários:

  1. Muito salutar ler este texto no dia de São Miguel Arcanjo.
    Infelizmente, vivemos em tempos nos quais, a atividade demoníaca recrudesceu. Nesse sentido, há mais necessidade de exorcistas.
    Que os bispos possam ter maior sensibilidade por esse sinal dos tempos, isto é, uma maior necessidade de exorcistas.

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  2. O mundo de hoje banaliza o mal. Nesse sentido, gostaria de citar um pensamento do Pe. Gabriele Amorth.

    “É a astúcia do diabo que retira uma enorme vantagem de uma sociedade que além de negar a sua existência nega também a existência da alma. Se para mim o diabo não existe, para ele torna-se mais fácil agir, se para mim a alma não existe ou é como se não existisse, não tem mais valor pô-la em jogo ou perdê-la.”
    (Gabriele Amorth, Mais Fortes que o mal, Editora Fons Sapientiae, p. 153)

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