Maximin, vidente de La Salette |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
continuação do post anterior: Resistência invicta às ondas contra o segredo de La Salette
Maximin entrou no seminário diocesano, onde primou por sua seriedade e piedade.
O novo bispo de Grenoble, Mons. Jacques Ginoulhiac (1806 - 1875), grande amigo do governo e acérrimo opositor da aparição, impôs-lhe não mais falar do caso e silenciar o segredo para sempre como condição para ser ordenado.
Maximin respondeu em carta:
“Se Sua Excelência Mons. Ginoulhiac tem a intenção de me paralisar antecipadamente, de não me deixar nem agir, nem falar nem escrever, quando a minha missão de apóstolo de La Salette tornar-me-ia obrigatório fazê-lo, pense antes de me dar sua opinião.
“Tal intenção, presente em meu superior, seria um sinal positivo de eu não ter vocação.
“Deus não iria me dar uma vocação sacerdotal diametralmente oposta à vocação que me vem de Maria: a de difundir em todo lugar e sempre, segundo as circunstâncias, suas advertências a seu povo”.
Maximin, em foto de 1861 |
Mas onde ia, seguia-o uma série de maledicências e hostilidades de origem anticatólica ou eclesiástica liberal.
Tal murmuração espalhou ser ele inculto, estúpido, instável, bêbado e dissoluto.
Mons. Ginoulhiac não hesitou em escrever ao Ministro de Instrução Pública, anticatólico, acusando o vidente de “dizer um conjunto de mentiras voluntárias”.
O prelado se gabou de tê-lo banido do seminário como “ato de justa severidade” que o fez “cessar suas fantasias proféticas”.
O vigário de Saint Germain l’Auxerrois, famosa paróquia de Paris, escreveu um livreto acusando-o de viver em concubinato com sua mãe adotiva, piedosa mulher que por sinal, fora dirigida espiritualmente por São Pedro Julião Eymard!
Mensagens pessoais a políticos e eclesiásticos influentes
Maximin transmitiu mensagens pessoais para personagens importantes do tempo.
Ao conde de Chambord, pretendente legitimista à coroa da França, no sentido de dissuadi-lo de reinar.
Ao arcebispo de Paris, Mons. Darboy, a quem predisse que morreria fuzilado, como de fato o foi, pelos revolucionários comunistas da Comuna de Paris.
A Napoleão III, advertindo-o de sua próxima queda caso abandonasse o Papa, como acabou acontecendo.
Maximin alistou-se no corpo dos zuavos pontifícios, regimento de voluntários a serviço do Papa, mas a vida de caserna não correspondia ao seu ideal.
Túmulo de Maximin, no cemitério de Corps |
Ele acabou dormindo ao relento, tendo, por isso contraído a doença que lhe provocou a morte.
Na mais extrema indigência, Maximin pediu a Mons. Ginoulhiac um albergue onde pudesse morrer dignamente.
O prelado recusou o pedido.
O bispo, “turiferário do regime”, tinha sido recompensado por Napoleão III com a Sé primacial de Lyon, que ocupou de 1871 a 1875.
Para agradar os governos maçônicos da época adotou e espalhou a contestada teoria segundo a qual que “a missão (dos videntes) tinha terminado”.
Dolorosamente no fim da vida ele perdeu a razão. O Bem-aventurado Pio IX nunca lhe concedeu a honra do cardinalato, que é outorgada a todos os arcebispos de Lyon.
Na miséria, Maximin entregou sua alma a Deus em sua cidade natal de Corps, em 1º de março de 1875, aos 39 anos de idade.
Deixou o exemplo de uma vida moral íntegra e uma indomável determinação em fazer a vontade de Nossa Senhora, acima da vontade dos homens.
Seu coração foi depositado na basílica de La Salette, e seu corpo no pequeno cemitério de Corps, onde jaz atualmente.
continua no próximo post: O calvário de Mélanie
Maximin foi um grande Mártir, imolado com grande crueldade desde os 11 anos de idade. Desde o inicio das aparições o martírio dele durou cerca de mais ou menos uns 28 anos. A falta de Caridade dos inimigos de la Salette demorou todos esses anos para liquidar com a pobre vida dele; uma morte lenta e dolorosa, foi castigado por todos esses anos. Foi castigado sem nenhuma piedade. O doloroso e longo martírio dele nos ensina o quão grande e urgente é a prática da Caridade, pois o pecado contra a Caridade mata de forma cruel e muito lentamente, o que aumenta ainda mais os sofrimentos. Na Ladainha de Todos os Santos nós cantamos ou rezamos: "A Ira Tua, liberanos, Domine!" Ou seja, pedimos para que Deus nos livre de sempre e sempre estarmos castigando os nossos irmãos ou as pessoas que de alguma forma julgamos dignas de nossa reprovação e censuras. São João Apóstolo disse que quem "odeia seu irmão é um homicida", pois a falta de Caridade mata vagarosamente o irmão, o próximo, tal qual podemos notar na vida desse grande santo e mártir. Maximin, grande mártir da Mãe de Deus, ora pro nobis!
ResponderExcluirParabéns pelo comentário..Deus te abençoe em sua missão.
ExcluirCom certeza agora esta coroado em gloria e interce por nos junto a Virgem Santissima!
ResponderExcluirMeu Deus! São máximo fogão por nós. Gostaria de uma reliquia deste herói. Para mim É um Santo.
ResponderExcluirObrigada
Obrigada PROFESSOR por tanto dado a conhecer sobre "servidores do SENHOR "incompreendidos ,perseguidos e até expulsos".
ResponderExcluirMas ,o SENHOR ,NOSSO DEUS ,está sempre por muito perto.
Seja LOUVADO.