Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Como das outras aparições, os videntes notaram o reflexo de uma luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira:
Lúcia: “Que é que Vossemecê me quer?”
Nossa Senhora: “Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas”.
Lúcia: “Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir. Se curava uns doentes e se convertia uns pecadores...”
Nossa Senhora: “Uns sim, outros não (14). É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados”. E tomando um aspecto triste: “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido” (15).
14. Em carta de 18 de maio de 1941 ao Pe. José Bernardo Gonçalves SJ, a Irmã Lúcia esclarece que, neste ponto, Nossa Senhora disse que concederia algumas dessas graças dentro de um ano, e outras não (cfr. Memórias e Cartas da Irmã Lúcia, p. 442).
15. De Marchi conclui esta aparição da seguinte maneira:
Lúcia: “Não quer mais nada de mim”.
Nossa Senhora: “Não quero mais nada”.
Lúcia: “E eu também não quero mais nada”.
Esse pitoresco colóquio não aparece nas Memórias da Irmã Lúcia. Entretanto, o Pároco de Fátima, em seu interrogatório à vidente logo no dia 16 de outubro, anotou as duas primeiras frases deste diálogo, com pequenas variantes (cfr. Documentação Crítica de Fátima, vol. I, p. 24).
Em seguida, abrindo as mãos, Nossa Senhora fê-las refletir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projetar-se no sol.
Lúcia, nesse momento, exclamou: “Olhem para o sol!”
Três quadros simbólicos dos mistérios do Rosário
Desaparecida Nossa Senhora na imensa distância do firmamento, desenrolaram-se aos olhos dos videntes três quadros, sucessivamente, simbolizando primeiro os mistérios gozosos do Rosário, depois os dolorosos e por fim os gloriosos (apenas Lúcia viu os três quadros; Francisco e Jacinta viram apenas o primeiro):
Apareceram, ao lado do sol, São José com o Menino Jesus, e Nossa Senhora do Rosário. Era a Sagrada Família.
A Virgem estava vestida de branco, com um manto azul.
São José também se vestia de branco e o Menino Jesus de vermelho claro.
São José abençoou a multidão, traçando três vezes o sinal da Cruz.
O Menino Jesus fez o mesmo.
Seguiu-se a visão de Nossa Senhora das Dores e de Nosso Senhor acabrunhado de dor no caminho do Calvário.
Nosso Senhor traçou um sinal da Cruz para abençoar o povo.
Nossa Senhora não tinha a espada no peito.
Lúcia via apenas a parte superior do Corpo de Nosso Senhor.
Finalmente apareceu, numa visão gloriosa, Nossa Senhora do Carmo, coroada Rainha do Céu e da Terra, com o Menino Jesus ao colo.
O milagre do sol
Enquanto estas cenas se desenrolavam aos olhos dos videntes, a grande multidão de 50 a 70 mil espectadores assistia ao milagre do sol.
Chovera durante toda a aparição.
O milagre do sol relatado pela imprensa da época |
Brilhava com intensidade jamais vista, mas não cegava.
Isto durou apenas um instante.
A imensa bola começou a “bailar”.
Qual gigantesca roda de fogo, o sol girava rapidamente.
Parou por certo tempo, para recomeçar, em seguida, a girar sobre si mesmo, vertiginosamente.
Depois seus bordos tornaram-se escarlates e deslizou no céu, como um redemoinho, espargindo chamas vermelhas de fogo.
Essa luz refletia-se no solo, nas árvores, nos arbustos, nas próprias faces das pessoas e nas roupas, tomando tonalidades brilhantes e diferentes cores.
Animado três vezes de um movimento louco, o globo de fogo pareceu tremer, sacudir-se e precipitar-se em ziguezague sobre a multidão aterrorizada.
O milagre do sol noticiado pela imprensa da época |
Finalmente o sol voltou em ziguezague para o ponto de onde se tinha precipitado, ficando novamente tranquilo e brilhante, com o mesmo fulgor de todos os dias.
O ciclo das aparições havia terminado.
Muitas pessoas notaram que suas roupas, ensopadas pela chuva, tinham secado subitamente.
O milagre do sol foi observado também por numerosas testemunhas situadas fora do local das aparições, até a 40 quilômetros de distância.
(Fontes: Cfr. II Memória, p. 162; IV Memória, pp. 348 e 350; De Marchi, pp. 165-166; Walsh, pp. 129-131; Ayres da Fonseca, pp. 91-93; Galamba de Oliveira, pp. 95-97).
Fala Da. Romana de Souza Marques, testemunha ocular do milagre do sol
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