segunda-feira, 1 de outubro de 2018

La Salette: como começou tudo numa aldeia esquecida dos Alpes

La Salette-Fallavaux: pequena aldeia nos contrafortes dos Alpes, na diocese de Grenoble (França)
La Salette-Fallavaux: pequena aldeia nos contrafortes dos
Alpes, na diocese de Grenoble (França)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








La Salette-Fallavaux é uma pequena aldeia nos contrafortes dos Alpes, na diocese de Grenoble (França).

Sua pacata igreja, rodeada por um certo número de casas, lembra o fato de Nosso Senhor ter chamado a atenção para a galinha que protege os pintainhos sob suas asas.

Um pouco acima na montanha há outra aldeia, menor que a anterior. Seu nome é Les Ablandens e depende de La Salette.

Panorama austero e grandioso deslumbra pela beleza.

Os Alpes rodeiam o vale. Suas partes mais altas cobrem-se de neve no inverno e brilham iluminadas pelo sol.

Na parte inferior das montanhas a neve se derrete na primavera, aparecendo novamente os prados naturais.

Os habitantes de La Salette há muito tempo levam os seus rebanhos para ali pastar.

E contratam servidores para vigiar o gado.

Foi esta a razão pela qual Mélanie Calvat, de 14 anos, e Maximin Giraud, de 11, subiram o morro de La Salette, conhecido como Sous-les-Baises, no dia 19 de setembro de 1846.

Os dois não eram de La Salette. Suas famílias moravam em Corps, pequena cidade localizada na parte mais quente e acessível do vale.



Maximin Giraud tinha 11 anos quando a aparição
Maximin Giraud tinha 11 anos
quando a aparição
Os lares de ambos eram pobres. A casinha de pedra onde nasceu e viveu Mélanie ainda está em pé e pode ser visitada.

Sua pobreza é acentuada pelo fato de não ter sido restaurada.

Um pouco melhor é a casa de pedra da família de Maximin, hoje transformada em loja.

Os dois jovens precisavam trabalhar para ajudar as famílias. Por isso puseram-se a serviço de dois proprietários de gado na condição de pastores.

Mélanie cuidava do gado de Baptiste Pra, agricultor de Les Ablandens. E Maximin tocava as vacas de Pierre Selme, da mesma aldeia.

O trabalho não era difícil e adequado à idade dos dois.

Na época da aparição havia cerca de 40 pastores trabalhando em condições análogas nas montanhas vizinhas.

Primeiro encontro entre Mélanie e Maximin

Mélanie e Maximin não se conheciam. Ela ficava ocupada em afazeres domésticos ou em encargos que recebia da mãe.

Maximin brincava com os meninos da mesma idade. Em 18 de setembro de 1846, véspera da aparição, repararam um no outro pela primeira vez.

Estava nos planos divinos que os dois testemunhassem juntos a aparição de Nossa Senhora em La Salette e fossem instrumentos privilegiados da difusão da mensagem que Ela havia de revelar.

Quando Mélanie subia o morro, percebeu um menino que se aproximava dela. Era Maximin.

– “Menina, eu vou com você, também sou de Corps”.

Num primeiro momento, Mélanie não quis aceitar.

– “Não quero ninguém, quero ficar sozinha”, respondeu ela.

Mélanie Calvat tinha 14 anos quando viu a Nossa Senhora
Mélanie Calvat tinha 14 anos
quando viu a Nossa Senhora
Mélanie gostava da solidão, do silêncio e da oração. E o menino a iria atrapalhar.

Ela costumava ficar sozinha, falando para “as florzinhas do bom Deus”, que cobrem as encostas das montanhas no verão.

Era sua forma preferida de rezar, que se prendia a fatos extraordinários acontecidos na sua primeira infância. Mas disto ninguém sabia.

Maximin era vivo e loquaz. Ficou insistindo. Mélanie se afastava dele fazendo sinais de que não o queria por perto. Maximin a seguia de longe.

Quando ela se punha a falar com “as florzinhas do bom Deus”, ele se aproximava para ouvir. E insistia:

– “Me leve com você. Serei bem comportado. Meu patrão me disse cuidar as vacas junto com as de você. Também sou de Corps”.

Quando acrescentou que iria ficar sozinho e se entediar muito, Mélanie teve pena.

Ela acabou arrancando de Maximin a promessa de guardar silêncio e não perturbá-la na sua contemplação. Maximin garantiu e não se afastou mais dela.

Mas, como criança, logo esqueceu a promessa e se pôs a perguntar o que ela falava às flores. E pediu com insistência que Mélanie lhe ensinasse um jogo.

Por fim ouviram o sino da igrejinha de La Salette, que chamava a rezar o Angelus. Ela fez sinal a Maximin para tirar o chapéu e rezaram.

Depois ofereceu um pão ao menino e inventou um jogo para ele. A jornada terminava calmamente.


continua no próximo post: Subindo a montanha de La Salette rumo a Nossa Senhora, mas sem sabe-lo! 

6 comentários:

  1. Bom dia,
    Estive em La Salete em 2017. Lugar maravilhoso e de uma energia muito forte.
    A única que tive medo foi subir o monte, aquelas curvas na estrada e de ficar muito apreensiva.
    Mas Nossa Senhora estava sempre conosco.
    Participamos de uma santa missa, e para surpresa o padre do santuário de la Salete é um brasileiro. Emoção dupla.
    att.

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    1. Imagino que ele seja da Saletinos (Missionários de Nossa Senhora de La Salette). Eu conheci alguns seminaristas dessa Congregação quando fui seminarista. No site dos Saletinos, eles colocam como um dos carismas deles o atendimento ao Santuário de La Salette.
      Também não sabia que no Santuário de La Salette tinha um padre brasileiro!!! Surpresa pra mim também!

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    2. Eu já li num texto da Rádio Vaticano que o Santuário de La Salette não funciona no inverno, por causa dos rigores do inverno nas montanhas, dificuldade de acesso, etc.

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  2. Salve Maria! Queria partilhar um vídeo. Nestes dias passados (feriado de Nossa Senhora Aparecida), o exorcista português Pe. Duarte Sousa Lara esteve no Brasil pregando em um retiro. Como de costume, ele respondeu questões sobre exorcismo.

    Dúvidas sobre o exorcismo - Pe Duarte Sousa Lara
    https://youtu.be/w29Bi5k6Pho

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  3. Queria fazer uma sugestão de vídeos, se me permite o blog.
    O exorcista português Pe. Duarte Sousa Lara postou novos vídeos no seu canal oficial.
    Quem quiser conferir, o link do canal é https://www.youtube.com/user/duartesousalara/videos

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  4. Conhecer faz parte do aprender.

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