segunda-feira, 3 de junho de 2019

Contra La Salette o furor dos inimigos da religião foi inútil


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






continuação do post anterior: Primeiros milagres logo após a aparição


Enquanto que as graças ligadas à aceitação da aparição de Nossa Senhora em La Salette operavam uma verdadeira regeneração moral, os inimigos de La Salette, católicos liberais e anticatólicos, se mostravam cada vez mais incomodados.

De início, os jornais laicistas e anticlericais do tempo tentaram abafar o acontecimento. Mas, com tantas peregrinações e milagres, o silêncio ficou insustentável.

Em pouco tempo começaram a veicular versões deturpadas ou caricatas, e até virulentos ataques contra La Salette e contra a Igreja.

O “Patriote des Alpes” foi o primeiro jornal de Grenoble a dedicar algumas linhas ofensivas à aparição: “Estúpida invenção acolhida pela imbecilidade de alguns, explorada pelo charlatanismo descarado de outros”, escreveu com insolência.

Logo haveria de ser imitado por outros jornais de Paris e Lyon. Em geral essas mesmas publicações se recusavam a publicar retificações ou simples testemunhos da verdade dos fatos de La Salette enviados por leitores.

Faziam exceção os jornais católicos legitimistas, rotulados de ultramontanos ou contrarrevolucionários. Estes eram numerosos, mas não tinham a imensa tiragem dos anticlericais.

Os inimigos da religião, inspirados pela Revolução Francesa,
perceberam logo que Nossa Senhora em La Salette
veio a por coto a seus iníquos desígnios e ficaram furiosos
Em maio de 1847 o Ministério da Justiça elaborou um relatório ameaçadoramente contrário a La Salette.

O documento era endereçado ao chefe da pasta, o ministro Hébert, hostil à Religião e a La Salette.

Esse relatório resumia informes de polícia que descreviam a difusão da devoção a La Salette pelo país todo.

Para propor uma perseguição, ele tomava como pretexto o anúncio de Nossa Senhora de que, se a França não se convertesse, viria fome e mortalidade de crianças.

“Tais passagens, diz o pérfido relatório, são de molde a produzir efetivamente, e já tem produzido, funestas impressões sobre as populações ignorantes.

“Elas poderiam, neste tempo de fome, até comprometer a tranquilidade pública.

“Porém não se encontra no Código Penal, nem nas leis de imprensa, nem nas leis sobre os cereais, qualificação penal alguma que lhe seja imputável.

“Não há nem incitamento à desobediência das leis, nem tentativa de perturbação da paz pública excitando o menosprezo ou o ódio contra uma ou várias classes de pessoas, etc.”.

Em palavras mais simples, a polícia reconhecia que não havia nenhum mal na devoção a La Salette.

O relatório recolhia informações da imprensa hostil e recomendava que o ministro acionasse os bispos que apoiavam La Salette para que pusessem fim à difusão da aparição de Nossa Senhora.

Assim seria barrado o que o relatório qualificava de perigosos efeitos do aviso celestial.

O ministro Hébert agiu em consequência. Enviou carta aos bispos que apoiavam La Salette.

Mons. Philibert de Bruillard, bispo de Grenoble,
em cuja diocese está La Salette,
defendeu o caráter sobrenatural da aparição,
sofrendo a cólera e os ataques
de inimigos da religião e de católicos modernistas
Exigiu cinicamente ao bispo de Grenoble, Mons. Philibert de Bruillard:

“deter muita presteza o progresso do mal [a difusão da mensagem de La Salette], fazendo conhecer a verdade às populações e desbaratar as manobras culposas”.

Mons. Bruillard respondeu com a autoridade e a superioridade que corresponde a um bispo.

Fez saber ao ministro a inconsistência dos pedidos contidos na sua carta e a verdade inteira dos fatos acontecidos em La Salette.

O regime – a monarquia ilegítima de Luís Felipe – caiu no ano seguinte, mas a ofensiva laicista contra La Salette não parou.

A imprensa continuou a bater na mesma tônica contra a “imoral predição propagada por alguns inventores de patranhas”, que só serviria para tirar o dinheiro dos fiéis que iam a La Salette procurar auxílio e perdão.

Nestes episódios pode-se apalpar a dureza dos corações afastados da Igreja.

E, também admirar a sabedoria de Nossa Senhora increpando com firmeza a maldade do século.


continua no próximo post: La Salette recebe o reconhecimento oficial da Igreja


Um comentário:

  1. Jesus disse que estaria conosco até os fins dos tempos. Que Deus tenha piedade dos responsáveis por estas publicações quando da abertura dos seus "Livros da Vida". Nossas orações para a conversão deles. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

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