O Saque de Roma em 1527. Autor italiano do século XVII. |
Roberto de Mattei
(1948 - ) professor de História, especializado nas ideias religiosas e políticas no pós-Concilio Vaticano II. |
Neste blog postamos muitas visões e revelações, conferidas por autoridades da Igreja, que falam de avisos divinos sobre futuros castigos e perdões.
O artigo que apresentamos a continuação é de natureza estritamente histórica e se refere a um fato trágico passado de grande relevância: o Saque de Roma acontecido em 1527.
Ele é um exemplo da importância dos avisos providenciais, das consequências tremendas que decorrem de não ouvi-los e, também, das grandes misericórdias que a Providência oferece aos homens inclusive na hora de puni-los justamente por seus pecados.
A Igreja vive uma época de desvio doutrinário e moral. O cisma é deflagrado na Alemanha, mas o Papa não parece dar-se conta do alcance do drama.
Um grupo de cardeais e de bispos propugna a necessidade de um acordo com os hereges. Como sempre acontece nas horas mais graves da História, os eventos se sucedem com extrema rapidez.
No domingo, 5 de maio de 1527, um exército descido da Lombardia entra no Gianicolo [uma das sete colinas de Roma]. O Imperador Carlos V, irado pela aliança política do Papa Clemente VII com o seu adversário, o rei francês Francisco I, tinha feito avançar um exército contra a capital da Cristandade.
Naquela noite, o sol esvaneceu-se pela última vez sobre a beleza deslumbrante da Roma renascentista. Cerca de 20.000 homens, italianos, espanhóis e alemães, entre os quais os mercenários Landskchnechte, de fé luterana, estavam se preparando para atacar a Cidade Eterna.