O comunicado do Estado Islâmico assumindo o assassinato em Paris de mais de cem cidadãos, junto com o ferimento de outros trezentos desarmados, indefesos e incapacitados de se protegerem apresenta fanfarronamente os crimes como um dano feito aos “cruzados”.
“Allah foi até eles lá onde eles menos o aguardavam e lançou o terror em seus corações”, inicia o comunicado citando o Corão (59,2).
E prossegue: “um grupo crentes soldados do Califado visou como alvo a capital das abominações e da perversão, aquela que porta a bandeira da Cruz na Europa, Paris”.
“Um grupo avançou rumo ao inimigo, procurando a morte na trilha de Allah, socorrendo a religião, seu profeta e seus aliados, querendo humilhar seus inimigos. Pela sua mão, Allah semeou o pânico no coração dos cruzados em sua própria terra”.
“Oito irmãos levando cintos com explosivos e fuzis de assalto atacaram locais minuciosamente escolhidos previamente no coração da capital francesa (...) durante o jogo de dois países cruzados (...) O balanço de seus ataques é de no mínimo 200 cruzados mortos e ainda mais feridos, que o louvor e o mérito pertença à Allah”.
E no último parágrafo: “A França e aqueles que acompanham sua via devem saber que ficam como os principais alvos do Estado Islâmico e que eles continuarão a cheirar o odor da morte porque assumiram a liderança da Cruzada, porque ousaram insultar nosso profeta, porque se ufanam de combater o Islã e atacar os muçulmanos em terra do Califado”.
O comunicado encerra citando ainda o Corão que trata os cristãos de “hipócritas” (versículo 63,8). Cfr Communiqué sur l'attaque bénie de Paris contre la France croisée
Na perspectiva maometana a guerra declarada pelo Crescente contra a Cruz da Cristandade, nunca acabou. E os vis atentados do dia 13 de novembro estão na continuidade das ofensivas cruéis dos séculos passados.
É verdade que em tempos de Cruzadas o estandarte de Maomé atacou capitais cristãs da Europa Central como Viena. É também verdade que chegou a ocupar capitais cristãs da península ibérica até com a colaboração de bispos infiéis, precursores dos atuais falsos ecumenistas.
Nossa Senhora de La Salette chorou sobre Paris. E chegou a prever sua destruição. |
Mas também acrescenta que é a “capital das abominações e da perversão”. É claro que por abominações e perversão eles não entendem o que nós entendemos.
Pois, a religião islâmica promete a seus terroristas mártires um Paraíso onde todas as perversões sexuais são oferecidas em orgias sem fim em número e em fantasias sempre mais inimaginavelmente tortas.
É, sim, verdade, que Paris nos tempos da revolução anticristã se tornou um foco dessa revolução para o mundo. E muitos santos a increparam severamente.
Em La Salette, Nossa Senhora chega a ameaça-la com a extinção pelos seus pecados. E São João Bosco viu em sonho uma terra trabalhada por um camponês que dizia a seu filho: “aqui uma vez houve uma cidade chamada Paris”.
Entrementes, Paris exerce ainda um efeito bom sobre a cultura católica que muçulmanos e revolucionários querem destruir simultaneamente.
Lá Nossa Senhora se apareceu e deu a Medalha Milagrosa na capela da Rue du Bac, apresentando-a como escudo contra os males que vinham por cima de Paris, da França e do mundo.
Basta ter percorrido suas ruas históricas com olhar de católico para reconhecer em todo lado as pegadas dos santos e santas que até não muito percorreram os mesmos locais.
De um modo analógico, e com os devidos descontos podem se fazer críticas e elogios a Paris, como os profetas increparam e louvaram a Jerusalém no Antigo Testamento.
Considerando o drama que está vivendo essa cidade de bênçãos e de pecados imensos, recebemos um artigo do professor Plinio Corrêa de Oliveira que não poderia ser mais oportuno.
O título é “A tragédia de Paris” e, não pasme o leitor, foi publicado pelo jornal “O Legionário” em 16 de novembro de 1941.
Nele o conhecido autor católico apresenta uma visualização dos dois aspectos de Paris – o pecaminoso culpado e o católico sobrenatural – que parece escrito para nossos dias com olhar profético.
O artigo considerava a situação deplorável em que tinha caído a capital francesa durante a II Guerra Mundial. Omitimos os parágrafos sobre a casuística da época e reproduzimos a continuação longos excertos da problemática de fundo que a ofensiva islâmica reaviva.
Desejamos que possa ser de utilidade ao leitor.
Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP, quando jovem deu nova vida ao jornal “O Legionário”onde este artigo foi publicado |
A tragédia de Paris
Não é este o lugar nem o momento de se tentar um processo contra a cultura francesa. É certo que, da França, nos tem vindo muitas sementes de corrupção e de impiedade.
Seja-nos lícito, entretanto, narrar a este propósito um episódio significativo. Certa vez, encontrava-se um Bispo brasileiro, e um dos mais insignes, presentes a um jantar de Prelados franceses.
Durante a refeição, aquele nosso virtuoso e eminente patrício travou conversa com um Bispo vizinho, no qual comunicou seu pesar pela onda de imoralidade e de ceticismo que nos vinha da França.
E o prelado francês, com aquela finura cortês que caracteriza o espírito de sua terra e de sua gente, lhe deu a seguinte resposta: é certo que a França exporta muita coisa lamentável, mas quem faz as encomendas? Não serão porventura as nações estrangeiras?
Com efeito, a França do século XIX, por exemplo, não produziu apenas um monstro como Gambetta, um ímpio como Renan, ou atrizes levianas como as que, nas “boites” de Montmartre, escandalizavam os viajantes do mundo inteiro.
Produziu ela também um Luiz Veillot, um Ozanam, um Montalembert, um Lacordaire, e uma rosa de pureza e de candura, como Santa Terezinha do Menino Jesus.
Se a humanidade inteira, em lugar de se abeberar nas fontes de talento e de santidade que nunca se estancaram em terras de França, se ia dessedentar nos antros da corrupção ou nas obras dos apóstatas, de quem a culpa? Só da França?
Tudo isto posto, é bem de se ver que Paris cometeu graves pecados e sofre imensos castigos.
São Luís descalço carrega o relicário com a Coroa de Espinhos rumo à catedral Notre Dame de Paris |
Ela se circundou de luzes, e foi chamada a Cidade-Luz. Ela se encheu de alegrias profanas, e foi chamada metrópole mundial da alegria.
Em seus museus, em seus cenáculos intelectuais, em suas galerias artísticas, ela não cultuou somente a verdade, a beleza, e o bem, mas pôs seu talento ao serviço do erro, do mal e da ignomínia.
Por isto mesmo, baixou sobre ela uma catástrofe apocalíptica. Apagaram-se as luzes da Cidade-Luz. Silenciaram os cânticos joviais de seu povo sempre alegre.
A ruína em que está Paris lembra, ponto por ponto, as grandes desgraças que, na narração do Antigo Testamento, se abatiam sobre Jerusalém quando ela violava seus deveres.
À cabeceira dessa grande agonia, quantos profetas se tem acumulado! Na sua maioria são profetas que afetam os sentimentos de dor de Jeremias, apenas para poder mais facilmente recriminar a França. É o lobo assumindo ares de ovelha...
Não será essa nossa atitude. Reconhecendo embora, com a tristeza com que os profetas reconheciam a culpabilidade de Jerusalém, que Paris está muito longe de ser uma cidade inocente, é com o coração pesado de amarguras, que comentamos a desgraça em que caiu.
Com efeito, tinha Paris uma missão histórica na Cristandade. E sua ruína deve por nós ser chorada como os profetas choravam a ruína de Jerusalém, deixando transparecer através do pranto as esperanças e o desejo de uma ressurreição.
Se a desgraça de Paris foi merecida, adoremos e beijemos a Mão Divina que permitiu a punição.
São Luís e a Coroa de Espinhos. No fundo: a Sainte-Chapelle que ele mandou construir no palácio real de Paris para guardar a Coroa da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo |
Crer nos desígnios da Providência não é, por certo, justificar, desculpar, ou ao menos atenuar toda a gravidade da infração que a desgraça de Paris representa quanto às leis da moral internacional.
Quem não vê aí a enormidade do castigo?
Mas se Deus pune assim essa cidade, que punição há, com isto, para toda a Cristandade!
A antiga capital dos Reis Cristianíssimos, hoje tomada pelas tropas do neo-paganismo! Do alto do céu, que dirão São Luiz e Santa Joana d'Arc?
Nessa hora de desgraça não amaldiçoemos Paris, não batamos palmas aos que a oprimem, não nos acumpliciemos com os que a desolam.
Rezemos por Paris.
Se das cinzas dessa terrível penitência renascer uma cidade convertida, que mais podemos desejar para a França, que é e será sempre a Primogênita da Igreja?
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, “O Legionário” nº 479, 16 de novembro de 1941)
É preciso sim rezar pela França e de maneira particular por Paris,é certo que existem complexas questões politicas e econômicas envolvidas,mas há uma questão espiritual que poucos são capazes de compreender e assimilar.Uma vez,estando em Paris,mais especificadamente na rue du bac,uma feira brasileira me perguntou o motivo pelo qual,nas aparições de Nossa Senhora na França ( foram muitas no séc XIX,creio que umas cinco ou seis),ELA sempre pedia orações por aquele país.
ResponderExcluirCompreendo que a Santissima Virgem insistia tanto neste aspecto,porque sabia que a França era uma grande influência para o Mundo,influência esta que poderia ser para o BEM ou para o MAL .O que aconteceu?Infelizmente as graças tão abundantemente oferecidas foram calcadas e o Sagrado Coração ferido e desprezado.
O Senhor permite então que tudo isso aconteça,permitiu (ou terá sido nós que permitimos,com nossos pecados?) que o Inimigo se instalasse dentro de casa.
Precisamos rezar muito,em reparação,em desagravo,e pedir à Nossa Senhora que ponha sua mão sobre a França,e atenue o tempo desse castigo.
Salve Maria!
ResponderExcluirRezemos por Paris e peçamos as graças a Nossa Senhora que de tantas maneiras alertou a humanidade pecadora sobre o perigo da perda da Fé. A França, filha primogênita da Igreja, apesar dos seus pecados tem muitos Santos que enriquecem o tesouro da Santa Igreja Católica. Por que não seguir o exemplo desses heróis da Cristandade? Santa Genoveva, Santa Joana D"Arc, São Luís e a maior santa dos tempos modernos, conforme São Pio X ,Santa Teresinha do Menino Jesus e Sagrada face.
Salve Maria! Rezemos pela França
ResponderExcluirExcelente reflexão e pertinente!Caiu como uma luva!
ResponderExcluirSagrado Coração de JESUS e Imaculado Coração de MARIA, tende PIEDADE de nós!
ResponderExcluirEstou postando este comentário no dia 16 de abril de 2019. Um dia após o incêndio na Catedral de Notre Dame. Parece-me que dia de aniversário de Santa Bernadete e do papa emérito Bento XVI.
ResponderExcluirRezemos muito pela França, por Paris,pela Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Penso muito nos parágrafos 675-677 do Catecismo da Igreja Católica. Em resumo eles nos dizem que o mesmo itinerário do Cristo histórico será percorrido pelo Cristo eclesial. E a vitória de Cristo e da Igreja virá não de modo ostensivo mas mediante a sua páscoa derradeira. Em outras palavras, historicamente o Cristo histórico teve o momento das multidões depois afunilou na Cruz e abriu novamente o vértice na Ressurreição. A Igreja teve o momento das multidões, há tempos vive um tempo de afunilamento,e quando estiver na Cruz/catacumbas prestes a se acabar, virá a Ressurreição, a Parusia a manifestação gloriosa do Senhor Jesus Cristo!
Lembremos que aos pés da Cruz restaram apenas Maria e um dos apóstolos. Um traiu, dez se acovardaram,um apenas permaneceu. Aquele que reclinou sobre o Sagrado coração do mestre e ficou junto ao Imaculado coração da mãe do Senhor.
Rezemos nós. Nos convertamos. Permaneçamos fiéis. E perseveremos fiéis até o fim para que sejamos salvos.
Encerro lembrando daquilo que Nossa Senhora em Medjugorge tem ensinado: as cinco pedrinhas para vencermos o Golias atual que é Satanás.
- Santa Missa
- Confissão mensal
- Meditação da Palavra de Deus
- Jejum
- A reza do Santo Rosário.
Com humildade e coragem admito que nem sempre consigo ser fiel as cinco pedrinhas, mas é também verdade que tenho tentado viver e algum progresso tenho conseguido fazer.
Rezemos irmãos e irmãs. Não desistamos de Deus e do Seu amor por nós. Busquemos a santidade e a graça. Pois sabemos Ele o Senhor jamais desiste de nós.
Nossa Senhora Imaculada Conceição rogai por nós.