Nossa Sehora do Olvido, Triunfo e Misericordias retornou a Madri onde seu culto está ligado a uma visão sobrenatural de Soror Patrocínio. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Uma imagem ligada a uma célebre aparição de Nossa Senhora , voltou a ser venerada publicamente em Madri, informou o site católico Cari Filii.
A aparição foi para Soror Maria de los Dolores y del Patrocínio O.I.C.(1811-1891), nascida María de los Dolores Quiroga y Capopardo num lar da mais alta aristocracia espanhola.
O fato místico aconteceu no dia 13 de agosto de 1831 e foi reconhecido como sobrenatural pelo Papa Gregório XVI.
Como consequência da aparição de Nossa Senhora e obedecendo às indicações da Mãe de Deus na própria aparição foi procurada e achada no convento uma imagem ignorada ou desconhecida por todas as religiosas.
Tratava-se da imagem de Nossa Senhora do Olvido, Triunfo e Misericórdias, que agora está sendo venerada na cidade da aparição, Madri. Mais precisamente no mosteiro de São José, Jesus, e Maria da calle [rua] Caballero de Gracia, das religiosas Concepcionistas franciscanas, pertencentes à mesma Ordem das religiosas do mosteiro da Luz de São Paulo.
A fama de santidade de Soror Patrocínio, sua influência no século XIX e sua devoção a Nossa Senhora sob essa invocação, suscitaram vendavais de perseguição contra ela, atiçados por grandes políticos revolucionários da época.
Destacou-se notadamente Salustiano Olózaga (1805-1873), liberal anticatólico e antimonarquista que temia a influência de Soror Patrocínio sobre a Rainha Isabel II e o povo.
O anticatolicismo em suas diversas fórmulas – liberal, socialista, comunista e anarquista – tremia diante das multidões de madrilenos que iam em massa rezar no convento das concepcionistas.
Os revolucionários detestavam especialmente a influência contrarrevolucionária da religiosa sobre a hesitante rainha Isabel II, que era fraca de caráter e sofria violentas pressões de seus ministros.
Soror Patrocínio quando jovem religiosa. |
Passeatas revolucionárias exigiam a expulsão de ambos e do Beato Pe. Palau OCD, que fazia grande apostolado contrarrevolucionário na Catalunha.
No dia 9 de novembro de 1835, Olózaga, líder do partido liberal dito “exaltado” ou também “progressista”, combinou a prisão de Soror Patrocínio, acusando-a de “impostura artificiosa e fanática, e da tentativa de subverter o Estado favorecendo a causa do Príncipe rebelde”, Dom Carlos Maria Isidro [Carlos V na cronologia carlista] irmão do falecido rei Fernando VII.
Por fim, em 25 de novembro de 1836, Soror Patrocínio foi condenada sem provas a nove anos de exílio.
No mesmo ano, por ordem do presidente de governo Juan Álvarez Mendizábal (1790-1853), desatou-se um processo dito de “desamortização” dos bens eclesiásticos.
Tratou-se de um confisco sumário de milhares de prédios e propriedades da Igreja Católica. O botim do saque jurídico foi repartido entre os correligionários “liberais” ou “progressistas” do governo.
Criou-se assim uma nova casta de proprietários ilícitos que arrancou o poder econômico que a Igreja herdara após séculos de obras caritativas e sábia administração.
Uma das comunidades roubadas foi a das concepcionistas franciscanas da calle Caballero de Gracia.
O professor Javier Paredes, catedrático de História Contemporânea da Universidade de Alcalá de Henares, compulsou os inventários redigidos pelos fiscais do Estado confiscador, mencionando “três panelas, quatro frigideiras, vinte garfos de ferro, quinze cobertores, dois colchões…!”
As religiosas, que praticam em ato grau a virtude da pobreza, tiveram até esses mínimos objetos confiscados.
As obras de arte do convento foram saqueadas e o prédio vendido “a preço de banana” em 1838 a um estrangeiro de nome Pedro Adolfo Deville, que o demoliu.
Soror Patrocínio com roupas civis, condenada ao exílio. |
Mas Soror Patrocínio levou consigo ao exílio na França a imagem de Nossa Senhora do Olvido, Triunfo e Misericórdias que foi achada miraculosamente no convento após a aparição, como foi acima dito.
De volta a Madri em 1844, ela refundou a comunidade em outro endereço.
Soror Maria Isabel de Jesus, que foi durante muitos anos secretária de Soror Patrocínio, conta no livro “Vida Admirável da Serva de Deus Madre Patrocínio”, publicado em 1925, que a imagem aparecida miraculosamente no convento, “tornou-se companheira de viagem da Madre Patrocínio” até sua morte no convento de Guadalajara (Espanha).
Nesse mesmo livro lemos algumas das visões extraordinárias que teve a virtuosa religiosa. Elas nos falam de um imenso embate vindouro entre o catolicismo e seus inimigos. Ambos os lados são representados por dois leões. O católico tem uma Cruz na testa.
O que é que a santa religiosa viu? É o que reproduziremos nos próximos posts em todos os seus detalhes.
continua no próximo post: O grande combate que se avizinha. Visão de Soror Patrocínio da luta dos dois leões
Ciência confirma autenticidade das chagas de Sor Patrocinio, explica historiador Javier Paredes
Fiquei curioso por saber da visão que essa religiosa teve. Mas uma pergunta, não entendi esta parte que diz assim: "Mas Soror Patrocínio levara consigo ao exílio a imagem de Nossa Senhora que foi achada miraculosamente no convento após a aparição." Para onde ela levou a imagem? Em que convento ela achou miraculosamente a imagem?
ResponderExcluirAlex
Caro Alex,
ExcluirEsclareço:
1) a imagem foi encontrada -- ninguém sabia de sua existência, pelo menos -- no mosteiro das religiosas Concepcionistas em Madri. Esse convento não existe mais pois o prédio foi confiscado e demolido por um governo anticlerical. O atual mosteiro das Concepcionistas de Madri foi feito novo anos depois num outro endereço.
2) Soror Patrocínio foi mandada ao exílio pelo governo e ficou na França.
atenciosamente
Agora entendi! Obrigado pela explicação, Luís!
ExcluirAlex
Impressionante como a Europa, mesmo depois de todo secularismo e multiculturalismo que a assolou, ainda é alvo dos favores divinos. Não se tem notícias, por exemplo, de fatos como esse no Brasil que é considerado o maior país católico do mundo. Por esse motivo acho que a Europa, apesar de todos os problemas pelos quais passa atualmente, como a crise dos migrantes, ainda está numa situação melhor do que a do Brasil. Se eu estiver errado, me corrijam, por favor.
ResponderExcluirTalvez isso se deve ao fato da presença da vida religiosa na Europa desde o início do cristianismo.
Alex
No Brasil, há graças semelhantes ou mais portentosas do que essa. A diferença é que aqui ninguém tem interesse em divulgar ou simplesmente acha que só o que vem de fora é bom
ExcluirGostaria de ver a continuação da postagem!
ResponderExcluirObrigada!!
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