quarta-feira, 3 de março de 2010

Conversão dos anglicanos II: Santo Eduardo Rei e São Paulo da Cruz, fundador


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




continuação do post anterior: La Salette e a conversão em curso de grandes grupos de anglicanos


A visão profética de Santo Eduardo o Confessor


A profecia mais antiga da prevaricação da Inglaterra e sua futura conversão é de um rei inglês, o grande Santo Eduardo o Confessor.

Ela se encontra registrada num antigo manuscrito da Biblioteca Bodleiana de Oxford, que leva o nome de “Vita beati Edwardi regis et Confessoris” (manuscrito Selden 55). Ele foi reproduzido pela Catholic Encyclopedia.

Por ocasião do restabelecimento da hierarquia católica na Inglaterra pelo Papa Pio IX em 1850, o aristocrata convertido ao catolicismo Ambrose Lisle Philipps re-exumou o documento e o transmitiu para o Conde de Shrewsbury. Ele reza assim:

“Durante o mês de janeiro de 1066, o rei santo da Inglaterra Santo Eduardo o Confessor estava confinado no leito pela derradeira doença no Palácio Real de Westminster.

“São Ælred, Abade de Rievaulx, em Yorkshire, relata que pouco antes de sua bem-aventurada morte, este rei santo entrou em êxtase.

“Nele viu dois piedosos monges beneditinos da Normandia, que ele havia conhecido em sua juventude durante seu exílio naquele país.

“Apareceram para ele, e lhe revelaram o que iria acontecer com a Inglaterra nos séculos futuros, e a causa do terrível castigo. Eles disseram:

“A extrema corrupção e maldade do povo inglês tem provocado a ira justa de Deus. Quando a malícia atingir a plenitude da medida, Deus, em sua ira, enviará para o povo inglês espíritos maus, que vão puni-lo e afligi-lo com grande severidade, separando a árvore verde de suas raízes durante a extensão de três “furlongs” (estádios, períodos, séculos).

“Mas esta mesma árvore, pela misericórdia de Deus compassivo, sem quaisquer nacionais (governamentais) que a assistam, deve retornar à sua raiz original, reflorescer e dar abundantes frutos.

“Depois de ter ouvido essas palavras proféticas, o santo rei Eduardo abriu os olhos, recuperou os sentidos, e a visão desapareceu. 

“Ele imediatamente relatou tudo o que tinha visto e ouvido a seu cônjuge, a virgem Edgitha, a Stigand, arcebispo de Cantuária, e a Harold, seu sucessor ao trono, que estavam no quarto orando em torno do leito”.

Visões e anseios proféticos de São Paulo da Cruz pela conversão da Inglaterra

Um santo canonizado que consagrou sua vida à conversão da Grã-Bretanha foi São Paulo da Cruz (1694-1775), sacerdote italiano, fundador dos padres passionistas.

No livro “Vida do bem-aventurado Paulo da Cruz” (Londres, 1860) o padre passionista Pio do Nome de Maria escreve o seguinte:

“Frequentemente ele acostumava dizer com muito sentimento:

“Ah, Inglaterra, Inglaterra, rezemos pela Inglaterra. Eu não posso parar de fazê-lo ainda que queira, pois desde que eu começo a rezar, esse infeliz reino aparece diante de min.

Já faz cinquenta anos que eu estou rezando pela conversão da Inglaterra.

“Eu o faço todos os dias pela manhã na Santa Missa. Eu não sei quais são as intenções de Deus sobre esse reino; tal vez Ele quer ainda ter misericórdia com ele, e o dia chegará quando Ele, na sua bondade, o trará de novo para a verdadeira fé. Bem, rezemos por essa bênção e deixemo-lo nas mãos de Deus”.

“Um dia que ele estava doente, o enfermeiro entrou no quarto e encontrou-o em êxtase. Ele teve que chacoalhá-lo três vezes pelo menos até ele voltar a si. 

“Ele então exclamou: “Oh, onde é que eu estava exatamente agora? Eu estava em espírito na Inglaterra contemplando o grande número de mártires dos tempos passados e rezando a Deus por esse reino”.
“Deus quis consolar, ao menos em parte, seu servo pois uma manha após celebrar a Missa e rezando pela conversão dos ingleses, ele disse com grande alegria:

‒ “Oh, o que é que eu vi? Meus religiosos na Inglaterra!”

“E ele não se enganou, pois um de seus filhos, o Pe. Domingos da Mãe de Deus, um religioso que se destacava pelo estudo, oração e zelo, herdou o espírito de seu amado padre e continuou durante 27 anos rezando e fazendo outros rezarem pela conversão daquela ilha, desejando ardentemente ir a trabalhar e morrer em tão santa causa.

“O santo confidenciou a um de seus discípulos, que estudava teologia sob sua direção, que esse desejo consumia-o, e que, numa visão na qual Nossa Senhora tinha se dignado lhe aparecer, Ela consolou-o com a garantia de que seus desejos um dia seriam atendidos, e assim veio a acontecer.

“Após tantos anos de orações e desejos o discípulo foi a Inglaterra no ano de 1841, em circunstâncias que pareciam quase miraculosas.

“Durante oito anos ele trabalhou com imenso zelo, reconciliando para a Santa Igreja bom número de protestantes, e entre eles várias pessoas de primeira linha pela sua educação e rango.

“Ele fundou ali três casas, e a Inglaterra tornou-se uma das províncias de nosso Instituto. Seu nome ficou famoso entre os católicos desse reino, que olhavam para ele como um homem apostólico e um santo religioso.

“No meio de seus trabalhos, no ano de 1849, apraz a Deus chamá-lo ao repouso eterno, após ter realizado pessoalmente o que seu bem-aventurado fundador viu em espírito.

“Isto é, seus filhos trabalhando com bom sucesso pelo retorno de essa nação ao aprisco da Igreja”.


continua no próximo post: Conversão dos anglicanos III: o santo cura de Ars e o Servo de Deus Bartolomeu Holzhauser


A peregrinação das relíquias de Santa Teresinha
e a conversão da Inglaterra





quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

La Salette e a conversão em curso de grandes grupos de anglicanos

Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Cardiff, outubro de 2009
Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Cardiff, outubro de 2009
Luis Dufaur
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Quando Maximin redigiu seu Segredo em 1851 escreveu: “um grande país no norte da Europa, hoje protestante, se converterá. Pelo apoio desta nação todos os outros países se converterão”.

Na redação de seu Segredo feita em 1853 Maximin registrou que esse país protestante seria a Inglaterra.

Essas são suas palavras redigidas em 5 de agosto de 1853:

A Inglaterra será o instrumento pelo qual todas as nações do universo se converterão”.

Dita conversão seria um dos sinais da proximidade dos terríveis castigos que purificariam o mundo preparando o advento do Reino de Maria.

Esta previsão adquiriu cogente atualidade após a notícia oficial que a Igreja Católica se apresta a receber grandes blocos de anglicanos ‒ sobre tudo ingleses ‒ agastados com a nomeação de “sacerdotisas”, “bispos” e “bispas” homossexuais.

Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Lancaster, outubro de 2009
Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Lancaster, outubro de 2009
As notícias da mídia inglesa especulam que poderiam ser milhões.

Entre eles tal vez 30-50 “bispos” e 1.000 “sacerdotes” (os anglicanos não têm o sacramento da Ordem, e esses títulos não têm o significado que têm no Catolicismo).

Para o influente diário de Londres “The Times”, no fim do processo a igreja anglicana poderia ficar reduzida a uma insignificância residual.

O fato tem projeção política, social e cultural.

O anglicanismo é religião oficial de Estado e a rainha Elisabeth II é a chefe nominal dele, mas se encontra em estado avançado dde descomposição interna pela admissão de 'padres' e 'bispos' homossexuais e lésbicas.

Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Darlington, outubro de 2009
Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Darlington, outubro de 2009
Uma lei proíbe os católicos herdarem o trono.

Porém, houve casos recentes de príncipes e princesas da casa real inglesa que se tornaram católicos.

Segundo boatos nunca confirmados, mas também nunca infirmados, a rainha teria, ela própria, ocultas simpatias pelo catolicismo e participa do desgosto de inúmeros anglicanos com a decomposição moral do “clero” dessa denominação.

Há sérias iniciativas parlamentares visando remover a lei que proíbe um príncipe católico herdar o trono.

A passagem em massa de anglicanos para o catolicismo fez lembrar não só La Salette mas outras profecias particulares relativas à conversão da Inglaterra.

A visão de São Domingos Sávio

Além do segredo de La Salette a mais famosa é o “sonho” de São Domingos Sávio. Em verdade, tratou-se de um êxtase que o menino santo chamou de “distração”.

Este “sonho” é especialmente digno de nota, pois envolve também a São João Bosco e ao Beato Pio IX.

A vida e a obra dos três foi objeto dos severos crivos dos processos de beatificação e canonização. Neles, escritos e falas dos três foram analisados com lupa pelos advogados vaticanos que os declararam isentos de todo erro contra a fé ou contra a moral.

A visão num êxtase de São Domingos Sávio foi descrita pelo próprio São João Bosco no capítulo XX do livro “Vita del giovanetto Savio Domenico” (“Vida do jovem Domingos Sávio”) .

Don Bosco conta que estando perto de São Domingos Sávio agonizante perguntou-lhe o que ele diria ao Papa se pudesse falar-lhe. De ali nasceu o seguinte diálogo entre os dois santos:

“‒ Se eu pudesse falar ao Papa, quereria lhe dizer que em meio às tribulações que o aguardam não deixe de trabalhar com especial solicitude pela Inglaterra; Deus prepara um grande triunfo do catolicismo naquele reino.

“‒ No que é que V. baseia essas palavras?

“‒ Vou contar-lhe, mas não mencione isso aos outros, pois podem achar ridículo. Mas se o Sr. vai a Roma, diga-o a Pio IX por mim. (...)

“Certa manhã, durante minha ação de graças após a comunhão, voltei a ter uma distração, que me pareceu estranha; eu achei ver uma grande parte de um país envolvida em grossas brumas, e estava cheia com uma multidão de pessoas. Estavam se movendo, mas como homens que, tendo perdido seu caminho, não estavam certos onde pisavam.

“Alguém próximo disse: ‘Esta é a Inglaterra.’

“Eu estava para fazer algumas perguntas a respeito disso quando vi Sua Santidade Pio IX, representado da mesma maneira que vi nas figuras.

“Ele estava majestosamente vestido, e estava carregando uma tocha brilhante com a qual ele se aproximou da multidão, como que para iluminar sua escuridão.

“À medida que se aproximava, a luz da tocha parecia dispersar a névoa, e as pessoas foram trazidas à plena luz do dia.

“Esta tocha,” disse meu informante, “é a religião Católica que está para iluminar a Inglaterra”.

No Boletim Salesiano (Turim, abril de 1924, nº 4), ainda encontramos as seguintes confidências ouvidas por São João Bosco da boca do menino santo:

‒ “Quantas almas aguardam nossa ajuda na Inglaterra! Oh se eu tivesse força e virtude, quereria ir para lá aqui na hora e conquistá-las todas para o Senhor com pregações e com o bom exemplo”.

No mesmo boletim (1° de março de 1950, nº 5), ainda lemos:

“No dia seguinte, ele fez todos os exercícios pela boa morte, despediu-se dos companheiros, um por um, pagou uma dívida de dois tostões que tinha com um deles, falou aos sócios da Companhia da Imaculada, e por fim saudou a Don Bosco dizendo:

‒ “O Sr. indo a Roma lembre do recado para o Papa pela Inglaterra. Reze por mim para que eu possa ter uma boa morte e adeus até o Paraíso...”

Don Bosco cumpriu o combinado, e assim narrou:

“No ano de 1858 quando eu fui a Roma, contei essas coisas ao Sumo Pontífice, que ouviu com bondade e aprazimento.

“‒ Isto, disse o Papa, me confirma no propósito de trabalhar energicamente em favor da Inglaterra, pela qual eu já engajo as minhas mais vivas solicitudes. Esse relato, para não dizer mais, chega-me como o conselho de uma boa alma.”

__________________

E São Domingos Sávio não foi nem o único nem o primeiro santo que recebeu luzes proféticas sobre a conversão futura da Inglaterra e dos grandes fatos que adviriam em consequência do retorno inglês à Fé católica, única verdadeira.


Continua no próximo post: Conversão dos anglicanos II: profecias de Santo Eduardo Rei e de São Paulo da Cruz, fundador


A peregrinação das relíquias de Santa Teresinha
e a conversão da Inglaterra





segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

São Luiz de Paraitinga: povo acha que foi um “castigo de Deus”

Luis Dufaur
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A histórica cidade de São Luiz de Paraitinga, 11 mil habitantes, foi destruída pelo poder das enchentes na passagem do ano.

Para muitos moradores Deus decidiu punir a cidade porque na opinião deles tinha se transformado numa espécie de Sodoma e Gomorra.

Assim informa a “Folha de S.Paulo” de 17 de janeiro 2010, em matéria de seu enviado especial Rogério Pagnan.

Sem dúvida há explicações técnicas procedentes: altos índices pluviométricos, sistema de escoamento deficiente, construções irregulares.

Porém, para grande parte dos moradores, diz a “Folha”, há um único motivo para explicar o que aconteceu: um castigo de Deus.

De fato, uns e outros não entram em contradição: Deus nos seus desígnios superiores pode se valer de fatores naturais por Ele criados para executar sua vontade suprema.

“Assim como as cidades bíblicas perdidas no pecado ‒ continua o diário paulista ‒ e também destruídas por decisão divina, São Luiz do Paraitinga teria abandonado os ensinamentos de Deus e se perdido em festas mundanas.

“A queda da igreja matriz deixou, para eles, claro o recado. “Vai mais gente à Festa do Saci do que à Festa do Divino, que é a festa do padroeiro”, diz a cozinheira Bruna Aparecida da Silva, 23.

“É um castigo. Deus tá vendo tudo isso”, emenda a colega de profissão, Benedita Arlete.

O Saci Pereré é uma versão indígena do demônio, por vezes amenizada com elementos folclóricos. Certas vezes é representado mais consoante com o furor maléfico dos espíritos infernais. Outras vezes é apresentado como um espírito brincalhão ou gracioso comparável aos espíritos revoltados que a teologia chama de “demônios dos ares”. Isto é, anjos de perdição que na hora da revolta de Lucifer escolheram um meio termo não tendo sido imediatamente aprisionados no inferno, mas ficaram na terra fazendo judiações e pequenos males à espera de serem precipitados definitivamente no abismo de fogo no Dia do Juízo Final.

Uns e outros fazem parte das legiões infernais e servem a Lucifer na obra de perder as almas.

“A grande atração de Paraitinga é ‒ prossegue o jornal ‒, porém, seu Carnaval, que chega a reunir em suas apertadas ruas 60 mil pessoas por dia.

“Tem que fazer festa para Deus, não para o outro lado. Saci é do outro lado, da esquerda, não é não?”, explica o agricultor João Rangel dos Santos, 67, que perdeu um filho em soterramento na noite da enchente.

“Isso é para as pessoas acordarem e voltarem a pensar em Deus”, diz a dona de casa Rita de Cássia Cezar Ramalho, 45, vizinha da família dos Santos, no bairro Bom Retiro.

“Para a aposentada Olga Pires Fontes, 85, há também a ingratidão de parte dos moradores da cidade com seus padres ‒ assim como aconteceu com anjos enviados a Sodoma. “Aqui tem muita lágrima de padre. Isso contribui”, diz ela, também entre lágrimas. “Cada padre que vem aqui sai sentido com alguma coisa. Conheço uns oito que saíram chorando daqui feito criança”, afirmou ela.

O engenheiro Jairo Borriello, prefere a explicação técnica do desastre, porém reconhece que as “coincidências reforçam a versão religiosa. Uma delas é uma casa ter sido destruída pelas águas e apenas uma parede, a única com crucifixo pregado, ter resistido.”

“Que as imagens de santo estão sendo encontradas de pé, isso é fato, e ajuda a aumentar esse sentimento”, afirmou” segundo a “Folha”.

No Portal Plugados Net o internauta Leonardo Rios Duarte postou o comentário “A mão de Deus pesou sobre São Luiz do Paraitinga”

Nele diz que “o povo deve se concientizar é que Deus não está se agradando com as obras e feitos da maioria do povo luizense (São Luiz do Paraitinga - a cidade do carnaval, a cidade do saci perere...). Tenho parentes ali, homens de Deus, mas que hoje também pagam o preço e se encontram somente com a roupa do corpo desde o dia 01/01/2010.

“As pessoas estão esquecendo de Deus, o amor de muitos estão se esfriando e estão enraizados no mundo satisfazendo vontades da carne.. Favorecendo as vontades do inimigo... Não condeno festas ou curtições, mas para tudo há um limite.

“O último carnaval foi terrível, a cidade não comportava os habitantes, crianças e jovens a partir de 11 anos praticando orgias, fornicações, prostituição frente aos templos sagrados da cidade.. são pessoas católicas, crentes assembleianos e outras denominações que reconhecem o erro, e ainda estão presas ao pecado, são pessoas corruptíveis...

“O povo deve ter consciência que Deus não terá paciência “infinita” com o povo, uma vez que “inocentes estão pagando o preço dos pecadores”...

Por certo não faltarão vozes eclesiásticas pregando que Deus não castiga o pecado e que, em última análise não há pecado... Ou tal vez, nessa posição, só há “estruturas de pecado” que devem ser combatidas com revolução social enquanto isso a religião, a família, e a propriedade vão sendo impiedosamente demolidas...

Porém, a Igreja ensina que Deus pune os pecados dos homens. E os pecados coletivos com castigos coletivos. Porém o faz com misericórdia visando a conversão e o perdão dos pecadores.

Isto nos ensina o grande doutor da moral católica Santo Afonso Maria de Ligório no sermão por ele composto para ser pregado em tempos de grandes calamidades:

“Alguns veem os castigos e fingem não vê-los. Outros ainda, diz Santo Ambrósio, não querem ter medo do castigo se não veem que já chegou. Irmão meu, quem sabe se esta é a última chamada que Deus te faz”.

Quando o pecador reconhece a sua culpa e glorifica a Justiça divina, atrai sobre si as doces e inefáveis torrentes de misericórdia de Nossa Senhora. Porém, quando se torna indiferente ao castigo, só atrai maiores e mais terríveis punições.

No mesmo sentido pronunciou-se ‒ sendo intensamente aplaudido pelos fiéis ‒ Mons. Philip M. Hannan, arcebispo emérito de Nova Orleans (EUA), por ocasião do furacão Katrina que destruiu a cidade:

“Atingimos um grau de imoralidade nunca visto, e o castigo foi o Katrina. Devemos contar à nossa posteridade como ele foi terrível, para que ela entenda que se tratou de um castigo, o qual deve melhorar nossa moralidade.

“Eu penso que nos corresponde pregar muito fortemente, sinceramente e diretamente que isto foi um castigo de Deus. Deus nos deu direitos e tudo o mais. Mas também nos deu deveres. Nós temos que prestar atenção neste castigo. [...] Para quem lê seriamente as Escrituras, não há como escapar disso. Todos os que eu conheço, sacerdotes e bispos, acreditam nisso também”.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Os “elefantes cristãos” da Índia incutem temor de Deus nos pagãos perseguidores


Luis Dufaur
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Deus intervém na vida hodierna? Ou está afastado?

Sem dúvida ele já está intervindo, mas por vezes nós não sabemos interpretar bem o divino modo de operar.

Vejamos senão, o singular caso ‒ para homens sem fé ‒ dos elefantes de Orissa.

Nessa região da Índia havia anos aconteciam atrozes perseguições anticristãs praticadas por hinduístas.

Porém, guiados por mão não humana manadas de elefantes passaram a punir os perseguidores.

A matéria que publicamos a continuação é de autoria do Pe. Sunil de Silva e foi publicada no site da arquidiocese de Colombo [Ceilão], no tempo dos acontecimentos, precisamente em 9 de dezembro de 2009. Ela dispensa comentários.

Em julho de 2008, estourou uma grave perseguição contra os cristãos no estado indiano de Orissa [Bahia de Bengala, parte oriental da Índia].

Uma freira de 22 anos de idade foi queimada viva quando multidões enfurecidas incendiaram um orfanato na aldeia de Khuntpali, no distrito de Barhgarh.

Outra freira foi estuprada por uma gangue em Kandhamal. Bandos atacaram as igrejas, incendiaram os carros e destruíram as casas de cristãos.

O Pe. Thomas Chellen, diretor do centro de pastoral que foi destruído por uma bomba, escapou por pouco de ser queimado vivo por um magote de hindus.

O resultado final foi de mais de 500 cristãos mortos, milhares de outros feridos e desabrigados após suas casas serem reduzidas a cinzas.

Porém, recentemente, um evento dramático e estranho ocorreu em Orissa, que fez muitas pessoas falarem e refletirem sobre essas perseguições.

Nos meses precedentes, manadas de elefantes selvagens desceram sobre as aldeias onde residem alguns dos piores perseguidores dos cristãos durante os distúrbios.

Numa aldeia de onde, em agosto de 2008, os cristãos tiveram que fugir para salvar as vidas enquanto suas casas destruídas pelos baderneiros, uma manada de elefantes surgiu da floresta circundante exatamente um ano depois, em julho de 2009, na mesma hora e dia do ataque.

Esses elefantes primeiro atacaram uma máquina trituradora de propriedade de um dos principais líderes da perseguição. Em seguida, avançaram e destruíram sua casa e suas fazendas.

No Estado de Orissa, centenas de habitantes das aldeias foram obrigados a se refugiarem em acampamentos após repetidos ataques das manadas.

No distrito de Kandhamal, sete pessoas foram mortas e várias outras ficaram feridas em ataques perpetrados por uma manada de 12-13 elefantes.

Mais de 2.500 pessoas que vivem em 45 vilarejos foram afetadas pelos ataques, disse o chefe do distrito Krishen Kumar.

Não é claro, contudo, por que essa manada de elefantes migrou da reserva de Lakheri num distrito vizinho. Krishen disse que o rebanho viajou cerca de 300 km até Kandhamal, e até entrou numa cidade do distrito.

Especialistas em animais selvagens estão acampados no local dos ataques tentando descobrir por que os elefantes saíram de sua reserva.

Os moradores das aldeias insistem em que os elefantes atacam em manada, causando pesadas destruições.

Crescendo em ousadia, os elefantes invadiram outras casas de não-cristãos, demolindo os jardins, como se tivessem memorizado as casas dos perseguidores, e deixando intocados os lares cristãos.

Estes estranhos ataques se espalharam, e de acordo com um outro relatório, os elefantes já destruíram mais de 700 casas em 30 aldeias, e mataram cinco pessoas.

Ninguém na região vira ou sequer imaginou o singular aparecimento de uma manada de elefantes selvagens como essa. Os elefantes não agem normalmente, eles parecem estar cumprindo uma missão.

Pelo geral, os elefantes menores entram os primeiros nas aldeias, como se estivessem fazendo um recenseamento da comunidade. Depois voltam para a manada, e logo aparecem os elefantes maiores que fazem o serviço.

Um missionário da Índia, afirmou: “Nós achamos que isto pode ter algo a ver com a vingança do sangue dos mártires. De fato, o temor de Deus desceu sobre o povo local, que chama esses elefantes de “elefantes cristãos”.

O governo fornece pouca ajuda e os moradores montaram bloqueios nas estradas. “Os elefantes destruíram seletivamente plantações e casas.”

Mas os agentes do governo também confessam desconcerto e desamparo. Não há um ambiente permanente para elefantes em Sudargarh. Eles vêm de Bihar, Chhattisgarh e Jharkhand, onde seus habitats encolheram. Mas não está claro como e por que esses elefantes atingiram Orissa.


P.S.: entre os deploráveis efeitos das perseguições conta-se a a "reconversão" forçada ao hinduísmo de alguns católicos mais fracos. Porém, em Orissa verifica-se mais uma vez a palavra de Tertuliano (155-220 d.C.) para o imperador Antonino Pio: Semen est sanguis Christianorum “o sangue dos mártires é semente de cristãos.”

Ainda em dezembro de 2009, diante de mais de três mil fiéis, o arcebispo de Bhubaneswar, D. Raphael Cheenath, consagrou nova igreja no cidade de Kandhamal, mencionada acima.

Segundo informações que então colheu a agência Zenit é a igreja mais espaçosa jamais construída na região, e o mais belo templo de todo Kandhamal. Ela ficou indispensável para atender o crescente número de fiéis que já atingem o 20% da população da região.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A proibição (já perimida) de La Salette foi por causa dos laicistas anticlericais?

Luis Dufaur
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O leitor Baccaro de Freitas enviou-nos a seguinte pergunta:

Algumas fontes dizem que a perseguição à mensagem de La Sallete deu-se principalmente não pela objeção dos eclesiásticos, senão pela livre interpretação das palavras do segredo feitas por iluministas, maçons e laicistas franceses que utilizavam as frases da Virgem Santíssima para desestruturar a credibilidade do Santo Padre da época, bem como dos Estados Pontifícios.
Caríssimo, essa informação procede com os fatos?

Respondemos com um atraso que nós não desejávamos.

De fato, argüiu-se que as palavras do segredo de La Salette manipuladas por anticlericais e laicistas franceses traziam dano à Igreja, ao clero francês e, obviamente à Santa Sé.

Porém, é preciso esclarecer quem dizia isso.

O Pe. Jean Stern embora, crítico dos videntes e de seu segredo, produziu uma das mais imponentes e respeitadas coleções de documentos autênticos relativos ao caso de La Salette.

Trata-se de “La Salette ‒ Documents authentiques: dossier chronologique intégral” em 3 volumes publicados por Desclée de Brouwer e Les Éditions du Cerf em datas sucessivas. Encontra-se à venda, por exemplo, no próprio santuário de La Salette (capa foto acima).

Esta coleção é preciosa pela quantidade, qualidade e rigor científico na apresentação de documentos da época.

O Pe. Stern reproduz vários artigos de jornal do tempo das aparições e outros escritos contra La Salette nos quais apalpa-se a inimizade visceral do laicismo anticlerical contra La Salette.

Porém, neles o argumento aludido não se encontra.

Há muitos e variegados ataques que repetem o realejo anti-católico transato: “estúpida invenção acolhida pela imbecilidade de alguns, explorada pelo charlatanismo desavergonhado de outros” (“Le Patriote”, 9-01-1847); “impostura fantástica”, “anedotas fictícias” (“Le National”, 20-02-1847), “prodígios calculados para a glória das sacristias”, “semelhante milagre é um crime”, “conto que só seria ridículo se não fosse que lançado entre as populações ignorantes ele pode dar lugar às conseqüências as mais deploráveis” (“Constitutionnel”, 20-02-1847), etc., etc.

Na extensa literatura que eu compulsei só encontrei o argumento da pergunta em escritos de eclesiásticos galicanos. Estes, naquela época estavam bem relacionados com os governos liberais, e acalentavam o nascente modernismo. Os exemplos são abundantes.

Cabe observar que o Bem-aventurado Papa Pio IX não acreditou no argumento. Às primeiras tentativas ele respondeu com a frase famosa: “Tenho menos a temer de Proudhon que da indiferença religiosa e do respeito humano”.

Pelo geral, o B. Pio IX mostrava conhecer a fundo a realidade da Igreja na França e o estado das dioceses e respondia que no precisava de revelações para saber o que estava acontecendo. Nessas condições, o clero galicano preferia não continuar a puxar o assunto.

No pontificado de S.S. Leão XIII houve uma mudança de atitude diplomática na Santa Sé. O novo Papa empreendeu uma política de aproximação com a República nascida da Revolução Francesa ‒ o polêmico ralliement ‒ e se afastou do monarquismo legitimista. Isto é, assumiu uma política oposta à de seu antecessor.

Nesse ambiente de aproximação com os inimigos de outrora, a referida crítica encontrou espaço para se expandir.

Assim, por exemplo, em 6 de setembro de 1880 o bispo de Angoulême escrevia ao Núncio em Paris, informando que tinha interditado a difusão da Mensagem de La Salette publicada com o imprimatur de Mons. Salvatore Luigi Zola, bispo de Lecce falecido em odor de santidade. 

O bispo francês acrescentava que atitude semelhante fora assumida por bispos de seu país como os de Nîmes, Rodez, etc.

E explicava: “Se [esses escritos] fossem cair nas mãos de nossos inimigos, não daria um escândalo público? (...) Não seria bom, Monsenhor, que Sua Santidade seja informada de nossa tristeza e de nossa inquietação?” (Michel Corteville, “La ‘Grand Nouvelle des Bergers de La Salette”, vol. I, Téqui, Paris, 2008, p. 341).

O bispo de Sées em carta a Leão XIII de 7 de setembro de 1880 resumia de modo assaz imperfeito, puxado a caricato, o conteúdo da mensagem de La Salette publicado com o imprimatur de Mons. Zola e concluía:

“Seria verossímil que, por meio dessas maldições e outras atitudes semelhantes, a Bem-aventurada Virgem Maria ataque o conjunto de nossas castíssimas virgens e as integríssimas ordens religiosas regulares que consumem sua vida pela glória de Cristo e a salvação do próximo?

“Quem acreditará que a piedosíssima Mãe de Deus, Padroeira da Igreja, diante de todos os homens possa ter apontado como suspeita a virtude dos sacerdotes, pior ainda, que Ela tenha desmoralizado a dignidade divina e a autoridade dos bispos para ser calcada aos pés dos ímpios?”

A carta concluía garantindo ao Papa que “sem dúvida em toda a França, os sacerdotes, os seminários e as famílias religiosas dos dois sexos florescem na integridade; não se encontra ordem alguma, casa alguma, a respeito das quais a Santíssima Virgem poderia proferir tão atrozes palavras” (id. ibid. p. 342).

A Santa Sé conhecia muito bem o estado ‒ aliás, crítico ‒ da Igreja na França e as polêmicas suscitadas pela corrente modernista em crescimento. Na cúria vaticana do tempo de Leão XIII houve muita disparidade de opiniões sobre La Salette e o Pontífice assumiu uma posição conciliatória.

O pontificado de São Pio X significou o fim da política de aproximação com a República anti-católica francesa e o renascer feroz do anticlericalismo. O argumento em foco perdeu força de convicção.

Por fim, S.S. Bento XV proibiu a difusão da Mensagem nos termos que mencionamos num outro post. AQUI.

O que estava na mente do Papa na hora de aprovar essa interdição? Poucos documentos são tão esclarecedores quanto um relato escrito pelo embaixador Jacques Maritain, então representante diplomático da França ante a Santa Sé, descrevendo uma audiência com S.S. Bento XV.

O embaixador fora solicitar o levantamento da proibição. A embaixatriz Raisa Maritain esteve presente tendo tomado parte na animada audiência que, entre outras coisas, descreveu assim:

S.S.Bento XV
S.S.Bento XV
“’La Salette!’, disse ele com um olhar vivo e interessado.Ele próprio explicou longamente seus sentimentos sobre a questão:

“‘A aparição está fora de dúvida; mas as palavras da Santa Virgem a Mélanie, em particular quando na mensagem secreta elas exprimem tanta severidade em relação ao clero, são bem certas? Eis o ponto da discussão! 

Que ela se tenha queixado do clero falando em termos gerais é bem possível, mas os termos tal vez foram exagerados pela fantasia (a imaginação) de Mélanie, quaisquer que sejam a sinceridade e as boas disposições dela.

“Brevemente, se é uma mensagem secreta, quoad substantiam concedo, quoad singula verbe nego (concedo no que diz à essência, nego no que se refere a cada palavra). O Santo Ofício quer evitar o escândalo, pacificar os espíritos, evitar que o povo cristão se afaste dos sacerdotes, que já tantos inimigos quereriam acabrunhar.’ [...]

“Depois, com grande doçura :

“– ‘Mas o Sr., o Sr. acredita que a Santa Virgem falou assim, ao pé da letra?’ [...]

“– ‘Sim, Santíssimo Padre, eu acredito que Mélanie era uma santa e que o que ela referiu é verdadeiro ao pé da letra. Eu conheço muitos detalhes sobre sua vida. Ela era estigmatizada. Ela sofreu muito por fidelidade à sua missão...’

“– ‘Sim, eu sei, disse o Papa que não parecia muito ofendido com minha resposta. Não se pode falar dela tudo o que se reprocha do outro vidente.’

“– ‘Mas ele foi muito caluniado também. Ele não teve as graças extraordinárias com que Mélanie foi favorecida. Mas era um bom cristão.’

“Raisa :

“– ‘Um coração simples.’

“– ‘Mas a Sra. também acredita? A Sra. também tem devoção a Nossa Senhora de La Salette?’

“– ‘Sim, Santíssimo Padre’ (ela disse isso compenetrada, malgrado o temor de avançar demais intervindo na conversa).

“– ‘Sim, eu sei, há muitas pessoas na França que tem grande devoção a Nossa Senhora de La Salette. Maior que outros têm a Nossa Senhora de Lourdes, não é?’

“Eu disse:

“– ‘É que a Santa Virgem chorou em La Salette, é por causa de suas lágrimas.’

“– ‘As lágrimas’, acrescentou Raisa, ‘expressam bem o estado atual do mundo.’

“O Papa ficou silencioso. Parecia tocado, seu rosto estava grave. Depois de um momento me disse:

“– ‘Pois bem, eis o que deveis fazer. Ide ver Nosso Irmão o Cardeal Billot (...) abri para ele vosso coração. (...) Se o bom Deus quiser se servir de vós na ocorrência, Ele inspirará a resposta que convém’.” (Laurentin-Corteville, “Découverte du secret de La Salette”, Fayard, Paris, 2002, p 140-142).

Não conhecemos o desdobramento do caso. O certo é que o embaixador francês não obteve o que desejava. Só a redescoberta dos documentos originais em 1999 dissolveu definitivamente as dificuldades apresentadas por S.S. Bento XV.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Como anda o processo de beatificação de Mélanie?

Melania junto com Santo Anibal Maria di Francia,
seu confessor e diretor espiritual

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Recebemos do Sr. Sidney Andrade a seguinte pergunta:

Como anda o processo de beatificação de Melanie?

É a questão que muitos se põem. Sobre tudo, quando conhecem a vida da vidente de La Salette, e tomam conhecimento de suas qualidades e dons.


A história de La Salette é marcada pelas contrariedades, as oposições incompreensíveis, e os retornos inesperados.

Mas, ela não somente não está terminada.

Antes bem, parece ter entrado numa nova fase.

Ela tem analogia com o que, por vezes, se qualifica de “vias proféticas”, em referência às aparentes derrotas dos profetas do Antigo Testamento, seus surpreendentes sucessos, e, em geral, sua vida cheia de providenciais imprevistos.

Após a morte de Mélanie, Santo Aníbal Maria di Francia
Santo Aníbal Maria di Francia
Santo Aníbal Maria di Francia
(foto ao lado), que foi o confessor e diretor espiritual dela nos últimos anos de vida, preparou o processo diocesano (histórico informativo) primeiro passo para uma eventual beatificação da vidente, mas não pôde introduzi-lo, pois foi chamado ao Céu.

Dito seja de passagem, esse Santo estendeu pessoalmente seu apostolado até no Brasil, notadamente em Passos, Diocese de Guaxupé, Minas Gerais.

Pouco depois veio a proibição de se tratar de público da mensagem de La Salette, e a prudência obviamente desaconselhou promover esse processo.

Agora, que as dificuldades foram dissipadas é de se auspiciar que o processo venha a ser introduzido na instancia eclesiástica competente.

Aliás, muitos hoje o desejam com graves e documentados argumentos.

Na Wikipedia lemos que “atualmente o postulador de sua causa é o Pe. Ciro Quaranta R.C.J., religioso italiano”. A abreviatura R.C.J. indica se tratar de um religioso rogacionista, ou seja do instituto fundado por Santo Aníbal Maria di Francia.

Idêntica informação é reproduzida em vários sites da Internet em inglês, trazendo todos eles cópias textuais do verbete da Wikipedia.

As tentativas que temos feito para obter alguma outra informação sobre dito religioso ou sobre o estado do eventual processo tem sido infrutíferas, até o momento.

Aguardamos com esperança a notícia de que esse processo foi aberto, e agradecemos desde já a quem possa nos comunicar a informação tão desejada.

Recebemos do Pe. Reinaldo Aparecido Bento a seguinte informação que julgamos de utilidade para todos os que se interessam pela mensagem de La Salette e a vida da vidente Melania:
Não existe processo de Mélanie, deve-se tomar cuidado pois uma chamada Ordem do Magnificat do Canadá a "beatificou".

Para quem deseja conhecer os processos que estão correndo em Roma basta acessar o site abaixo, atualizado (a ultima foi dia 28 de Julho de 2009, com os processos abertos até essa data):
http://newsaints.faithweb.com/index.htm

E
squeci de dizer, o site é ligado a congregação da Causa dos Santos, e contem todas as causas abertas desde a criação da Congregação dos Ritos.
Visitamos o site indicado pelo sacerdote e ficamos bem impressionados. Um site para voltar outras vezes, traz muitos dados belamente apresentados, com grande rigor e seriedade documental.

O Pe Reinaldo também comunica que a extravagante Ordem do Magnificat do Canadá que pretende ter "beatificado" Melania tem presença na Internet e "ordena" mulheres, mas estas não celebram em público. É bom estarmos cientes para não cair em suas ciladas.


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Fotos de La Salette, onde Nossa Senhora apareceu. No dia da festa (2008)

Corps, a cidade natal dos videntes

Corps, a cidade natal dos videntes

Casa natal de Melanie, em restauração, Corps.

Casa natal de Melanie, em restauro
Santuário entre as nuvensSantuário entre as nuvens
Coração de Maximin, enterrado na igreja do santuário

Coração de Maximin, na igreja do santuário
Local da aparição

Local da apariçãoLocal da aparição

Local da aparição 2Local da aparição

La Salette na festa da aparição

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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Maximino e Mélanie eram irmãos? Primos? Como se conheceram?

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









La Salette-Fallavaux é uma pequena aldeia (foto) nos contrafortes dos Alpes, na diocese de Grenoble (França). 

Sua pacata igreja, rodeada por um certo número de casas, lembra o fato de Nosso Senhor ter chamado a atenção para a galinha que protege os pintainhos sob suas asas.

Um pouco acima na montanha há outra aldeia, menor que a anterior. Seu nome é Les Ablandens e depende de La Salette.

Panorama austero e grandioso deslumbra pela beleza. Os Alpes rodeiam o vale. Suas partes mais altas cobrem-se de neve no inverno e brilham iluminadas pelo sol.

Na parte inferior das montanhas a neve se derrete na primavera, aparecendo novamente os prados naturais. Os habitantes de La Salette há muito tempo levam os seus rebanhos para ali pastar. E contratam servidores para vigiar o gado.

Foi esta a razão pela qual Mélanie Calvat, de 14 anos, e Maximin Giraud, de 11, subiram o morro de La Salette, conhecido como Sous-les-Baises, no dia 19 de setembro de 1846.

Os dois não eram de La Salette. Suas famílias moravam em Corps, pequena cidade localizada na parte mais quente e acessível do vale. Os lares de ambos eram pobres. A casinha de pedra onde nasceu e viveu Mélanie ainda está em pé e pode ser visitada. Sua pobreza é acentuada pelo fato de não ter sido restaurada. Um pouco melhor é a casa de pedra da família de Maximin, hoje transformada em loja.

Os dois jovens precisavam trabalhar para ajudar as famílias. Por isso puseram-se a serviço de dois proprietários de gado na condição de pastores. Mélanie cuidava do gado de Baptiste Pra, agricultor de Les Ablandens. E Maximin tocava as vacas de Pierre Selme, da mesma aldeia. O trabalho não era difícil e adequado à idade dos dois. Na época da aparição havia cerca de 40 pastores trabalhando em condições análogas nas montanhas vizinhas.

Primeiro encontro entre Mélanie e Maximin

Casa de Mélanie, A Aparição de La Salette e suas profecias Mélanie e Maximin não se conheciam. Ela ficava ocupada em afazeres domésticos ou em encargos que recebia da mãe. Maximin brincava com os meninos da mesma idade. Em 18 de setembro de 1846, véspera da aparição, repararam um no outro pela primeira vez. Estava nos planos divinos que os dois testemunhassem juntos a aparição de Nossa Senhora em La Salette e fossem instrumentos privilegiados da difusão da mensagem que Ela havia de revelar.

Quando Mélanie subia o morro, percebeu um menino que se aproximava dela. Era Maximin.
– “Menina, eu vou com você, também sou de Corps”.

Num primeiro momento, Mélanie não quis aceitar.
– “Não quero ninguém, quero ficar sozinha”, respondeu ela.

Mélanie gostava da solidão, do silêncio e da oração. E o menino a iria atrapalhar. Ela costumava ficar sozinha, falando para “as florzinhas do bom Deus”, que cobrem as encostas das montanhas no verão. Era sua forma preferida de rezar, que se prendia a fatos extraordinários acontecidos na sua primeira infância. Mas disto ninguém sabia.

Maximin era vivo e loquaz. Ficou insistindo. Mélanie se afastava dele fazendo sinais de que não o queria por perto.

Maximin a seguia de longe. Quando ela se punha a falar com “as florzinhas do bom Deus”, ele se aproximava para ouvir. E insistia:
– “Me leve com você. Serei bem comportado. Meu patrão me disse cuidar as vacas junto com as de você. Também sou de Corps”.

Quando acrescentou que iria ficar sozinho e se entediar muito, Mélanie teve pena.
Ela acabou arrancando de Maximin a promessa de guardar silêncio e não perturbá-la na sua contemplação. Maximin garantiu e não se afastou mais dela. Mas, como criança, logo esqueceu a promessa e se pôs a perguntar o que ela falava às flores. E pediu com insistência que Mélanie lhe ensinasse um jogo.

Por fim ouviram o sino da igrejinha de La Salette, que chamava a rezar o Angelus. Ela fez sinal a Maximin para tirar o chapéu e rezaram. Depois ofereceu um pão ao menino e inventou um jogo para ele. A jornada terminou calmamente.