segunda-feira, 21 de junho de 2021

Para pedir a Nossa Senhora de La Salette na pandemia

Nossa Senhora de La Salette, Butacan, Filipinas
Nossa Senhora de La Salette, Butacan, Filipinas
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







“A bela Senhora”, como a chamavam os dois pastores videntes, Maximino Giraud e Melanie Calvat, apareceu com profunda tristeza numa montanha de Salette, pedindo oração e penitência, e anunciando que não poderia sustentar o braço de seu Filho, prestes a castigar a humanidade por causa de seus pecados.

O fato ocorreu há muito mais de 100 anos. E foi uma das três aparições de Nossa Senhora que são como três montanhas altas de uma cordilheira.

Nessas três, Nossa Senhora confiou um segredo.

As três manifestações de Nossa Senhora foram reconhecidas pela Igreja. A primeira aconteceu em La Salette em 1846; a segunda em Lourdes em 1858; a terceira em Fátima em 1917.

E, se quiserem, a quarta em Siracusa, que é a mais recente em 1953.

A Igreja aceitou a ortodoxia de todas e as admitiu como festas dEla.

Em Siracusa, o episcopado mandou fazer um exame das lágrimas vertidas por uma imagem de Nossa Senhora numa casa familiar e verificou que eram lágrimas humanas.
Então reconheceu o milagre, mandou construir uma igreja e estabeleceu uma festa local.

Nestas quatro grandes aparições, dois têm segredos: La Salette e Fátima. Em todas, Nossa Senhora se manifestou profundamente entristecida com o estado da humanidade e preconizou um castigo tremendo que deveria vir.

Nossa Senhora das Lágrimas de Siracusa, durante a lacrimação
Nossa Senhora das Lágrimas de Siracusa, durante a lacrimação
Mas, padres, freiras, líderes católicos, estão muito alegres, julgando que a nossa época é muito boa e que as coisas estão correndo muito bem.

E acham que a ameaça de castigo das profecias é uma coisa absurda porque a religião está num progresso estupendo.

Em sentido contrário, os católicos sérios fazem o papel do indivíduo triste, preocupado, sombrio, pessimista, hipocondríaco, em face do indivíduo alegre, de nervos bem construídos, satisfeito, que tem uma opinião bonita a respeito das coisas.

É um papel duro porque para um gozador é sempre duro prever o castigo que está em vias de receber.

E não espanta que ninguém ou muito pouca gente esteja disposta a acreditar na dimensão política que provém do castigo, uma vez que as três mensagens de Nossa Senhora não foram adotadas.

As grandes catástrofes da História acontecem nas épocas que vão muito mal e que são avisadas, mas não dão ouvidos. Se elas prestassem ouvidos se emendariam e a catástrofe não viria.

A catástrofe sai porque elas não se emendam. Portanto os castigos previstos nessas quatro manifestações de fato vão ser realizados.

Em Siracusa houve um prodígio numa imagem de Nossa Senhora na casa de um casal.

É uma dessas imagens comuns feitas de gesso, colada sobre um pedaço de madeira junto à parede. E começou a verter lágrimas.

A figurazinha de gesso que representava Nossa Senhora, não falou.

Mas, como quem já não tem mais nada a dizer, se limitou a chorar.

A falta de palavras aí diz ainda mais do que quaisquer lágrimas.

Pode-se pensar: “mas, o milagre de Salette foi há mais de cem anos atrás. Onde estão os castigos que Nossa Senhora prenunciou?”

Os castigos começaram a vir. O mundo começou a se enchafurdar cada vez mais em revoluções e grandes guerras mundiais.

A guerra franco-prussiana de 1870 foi o prenúncio da grande guerra de 1914, porque nela a rivalidade franco-alemã tomou um apogeu que deu na I Guerra Mundial em 1914-1918 que, por sua vez, preparou depois a II Guerra Mundial 1939-1945.

E todos esses conflitos prenunciaram uma próxima guerra que pode ser atômica.

Nós devemos nos voltar para Nossa Senhora de La Salette e pedir que Ela mantenha bem firme em nossa alma a convicção de quanto a época atual anda mal.

Não sermos pessoas de uma religiosidade boba, ou otimistas de uma enganosa terceira posição “conservadora” só nas aparências.

Em segundo lugar, que Ela nos dê uma fé viva na realidade dos castigos que a humanidade está merecendo.

Em terceiro lugar, que Ela nos prepare para não sermos castigados, mas sermos aqueles que lutem pela a vitória e pela glória dEla.

Nossa Senhora chorou em La Salette não mais a crucifixão de Seu Filho, mas chorou a crucifixão da Igreja Católica.

Nesta época posterior ao Concílio Vaticano II nós vemos o esvaziamento das igrejas e a ausência dos sacramentos atingindo um auge com a pandemia.

Nós devemos então elevar a Nossa Senhora uma palavra piedosa de comiseração pelos homens que se perdem e de reparação pelas ofensas feitas ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria.

Devemos ser almas fiéis que não dobram os joelhos diante da impiedade triunfante, e que continuam dizendo que o mal é mal e que o bem é bem.

E que não pactuam com essa confusão e defecção monstruosa que vai se impondo como elemento dominador do universo.

É o que nós devemos pedir sempre, insistentemente, a Nossa Senhora de La Salette nesta hora em que o flagelo epidêmico leva centenas de milhares de vidas no Brasil e milhões no mundo sem receber os auxílios da religião.

(Fonte: adaptação de palestra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 18.09.1965, apud PlinioCorrêadeOliveira.info)


O pranto de Nossa Senhora em Siracusa (documentário da TV italiana RAI)




2 comentários:

  1. Nossa Senhora nos mostra, diante da nossa cegueira espiritual, que o mundo de hoje é um mundo que merece ser chorado. Precisamos chorar diante da situação do mundo de hoje.

    ResponderExcluir
  2. Verdade mas também temos que ora muito muitas orações

    ResponderExcluir