Boom de inscritos em cursos de exorcismo en Roma

O Pe. Gabriele Amorth (RIP), impressionado com as denúncias do Beato Palau,
iniciou movimento internacional de exorcistas

Luis Dufaur

Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs

Foi-se o tempo enganosamente otimista em que de púlpitos, confessionários, sacristias e até cadeiras episcopais se pregava que o diabo não existe, ou deixou de existir, que é uma sugestão ou uma psicose que o psiquiatra resolve.

Hoje a possessão diabólica se manifesta em toda sua assustadora maldade em jovens e velhos, católicos ou não, em igrejas, casas ou locais de dança, na Internet ou na mídia em geral.

Essa invasão do mundo pelos demônios foi anunciada por Nossa Senhora em La Salette, mas não foi ouvida.

Por toda parte, os fiéis e pessoas sem fé se sentem ferozmente atacadas e pedem um exorcista que até hoje a maioria dos bispos reluta em autorizar.

Mas, a ofensiva diabólica convence a mais e mais sacerdotes a se consagrarem a ínclita tarefa de expulsar os demônios segundo Nosso Senhor Jesus Cristo ordenou: “expulsai os demônios” (São Mateus, 10, 8)

O Instituto Sacerdos do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em colaboração com o grupo Gris e a Universidade de Bolonha, dispensou este ano mais um curso que tem quinze anos de existência em Roma, informou o quotidiano argentino “Clarín”.

A pandemia obrigou a suspender os cursos sobre expulsão dos espíritos infernais em 2020, mas agora foram retomados com sucesso inesperado.

Estátua de Satanás erigida
diante de Legislativo estadual nos EUA

Se inscreveram nada mais e nada menos que 137 padres e leigos, um número em crescente expansão.

O padre Luis Ramírez, coordenador, afirma que “essa questão atual [o demônio e sua maldade] é muitas vezes pouco conhecida”.

Na edição de 2021 há várias novidades, entre elas a apresentação de uma importante pesquisa sobre exorcismo realizada pelo Instituto Sacerdos do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em colaboração com o grupo Gris e a Universidade de Bolonha.

O maligno explora com grande frequência a Internet. Por isso, o curso inclui um aprofundamento do assunto como se apresenta na web.

A pedofilia também está relacionada com ritos ocultos e satânicos. Também há manipulações mentais e atividades criminosas ligadas ao ocultismo, uma área muito ativa na Internet.

Também o curso estudou as relações entre a possessão satânica e a filosofia da Nova Era, explicou o padre Ramirez.

O curso lembra que os que negam a existência da ação diabólica e dos distúrbios que causa “não compreendem o Rito dos Exorcismos, com o qual a Igreja ora pela libertação da pessoa do invasão do diabo”.

Em sentido contrário, o atual “Papa negro”, o general da ordem dos Jesuítas, Padre Arturo Sosa S.J. se engajou na promoção do negacionismo anti evangélico que prega que o diabo não existe.

Ele parafraseia sem originalidade o velho sofisma ateu segundo o qual o espírito maligno não existe.

Segundo ele e, aliás também segundo a Teologia da Libertação, apenas “existe o mal personificado em diferentes estruturas, mas não nas pessoas, porque [o demônio] não é uma pessoa, mas é uma forma de agir do mal”.

O general dos jesuítas envenena ainda suas frases dizendo que o diabo “não é uma pessoa como é uma pessoa humana”.

Negar a existência do demônio e sua ação é negar as Escrituras

A ideia de que o Diabo é só um símbolo causou uma maré de condenações católicas, até que a Associação Internacional de Exorcistas, fundada pelo famoso exorcista de Roma Pe.Gabriele Amorth, em 2019, contestou as posições do mal “Papa negro” venezuelano.

A Associação Internacional de Exorcistas lembrou ao chefe dos Jesuítas que a missão de libertar os fiéis possuídos da possessão demoníaca “está no magistério expresso no IV Concílio de Latrão sobre anjos e demônios, o que implica uma adesão vinculativa de fé”.

A negação ou a posta em dúvida de uma verdade “vinculativa de fé” põe a pessoa fora da Igreja automaticamente.

A existência real do Diabo, como sujeito pessoal que pensa e age em rebelião contra Deus “é uma verdade de fé que faz parte da doutrina cristã” e é ensinada em numerosos textos bíblicos dogmáticos.

Na prática, os exorcistas declararam habilidosamente que o chefe da ordem dos Jesuítas, à qual o próprio Papa pertence, se afastou da Igreja.

Essas controvérsias dão a impressão de que mesmo entre os jesuítas o diabo se infiltrou até na mais alta cúpula da Igreja Católica, comentou o jornal “Clarin”.