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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Milenar abadia trapista fecha as portas

Despedida de uma abadia cisterciense milenar
Despedida de uma abadia cisterciense milenar
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O mosteiro Nossa Senhora de Oelenberg, localizado próximo a Mulhouse e rodeado de campos e florestas, o único trapista da Alsácia (leste da França) fundada em 1046 pela condessa de Eguisheim, Heilwige de Dabo, mãe do Papa Leão IX, encerrou por falta de vocações.

Situado numa colina de onde tirou o nome de “Oelenberg” teve sua existência interrompida pelas guerras de religião às quais sobe se sobrepor.

Padeceu o assassino ódio igualitário da Revolução Francesa que dissolveu a comunidade e confiscou seus bens em 1794, vendendo-os em leilão como propriedade nacional até ser convertida em internato para meninas em 1821.

Porém, a Abadia de Oelenberg venceu todas as tempestades e em 1825 renasceu das cinzas quando um grupo de monges trapistas retornou do exílio.

No século XIX, os monges tornaram-se tão numerosos que uma parte deles partiu para fundar um outro mosteiro trapista na Alemanha!

Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos
Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos
No início do século XX, a abadia tinha 200 monges (80 padres e 120 irmãos) e se tornara um importante local trapista, até intelectual e econômico.

Mais duas vezes, as duas Guerras Mundiais destruíram a abadia: os prédios foram bombardeados e os monges foram dispersos.

Mas eles voltaram e reconstruíram a abadia voltada para aplacar a ira de Deus e salvar as almas.

Os trapistas holandeses da abadia de Zundert ajudaram muito para isso e a abadia de Oelenberg se recuperou de tal maneira que assumiu a abadia austríaca de Engelszell em 1925.

Ela que resistiu a tudo, não conseguiu ficar em pé diante do tufão do progressismo religioso pós-conciliar.

No fim do século XX, só ficavam 20 monges com a única opção de deixar o mosteiro de Oelenberg que caia em ruinas.

Hoje, a imensa abadia de Nossa Senhora de Oelenberg que só contava com apenas nove monges trapistas que viviam a Regra de São Bento, passaram a leigos a administração da propriedade de 370 acres, e o prédio virou loja e pousada.

A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada
A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada
Num fatídico de junho de 2024, a comunidade abandonou a abadia deixando apenas uma mensagem incomum da extinção da comunidade monástica, com exceção da loja!

O canto dos monges já não ressoará como fizera durante um milênio. O último abade atingiu o limite de idade e nenhum monge se apresentou para sucedê-lo.

Os edifícios estão em mau estado e os monges “exaustos” se dispersaram por outros mosteiros.

Os erros progressistas conseguiram o que nem as guerras mundiais tentaram sem sucesso: silenciar a oração que aplaca a ira de Deus intensamente provocadas pela onda de apostasias e blasfêmias da “era pós-conciliar”.


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Mosteiros fecham apagando história católica da Espanha

Igreja do mosteiro de Santo Domingo el Real que fechou sem vocações
Igreja do mosteiro de Santo Domingo el Real que fechou sem vocações
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O mosteiro de Santo Domingo el Real de Madri foi suprimido, após 805 anos de existência, por absoluta falta de religiosas, numa dolorosa confirmação do aviso premente de Nossa Senhora em La Salette:

“Várias casas religiosas perderão inteiramente a fé e perderão muitas almas”. Cfr. O SEGREDO DE LA SALETTE texto completo em português

Entre suas relíquias se destacava a pia batismal de Santo Domingo de Gusmão na qual são batizados os príncipes da casa real espanhola, informou a própria Ordem Dominicana.

Essa casa religiosa de oração e penitencia foi fundada pelo próprio santo de Burgos, Santo Domingo de Gusmão, durante a sua visita, em 1218, a Madri.

Numa cerimônia privada antes de uma missa especial foi lido o patético decreto suprimindo o Mosteiro. A relíquia vinda de Caleruega, província de Burgos foi transferida para a Basílica de Nossa Senhora de Atocha.

A emoção de irmãs de muitos outros mosteiros que beiram a mesma triste sorte não apagou a conclusão racional: a modernização da vida religiosa e a relativização da disciplina original no período pós-conciliar.

O progressismo prometia que faria florescer a antiga vida monacal relativizando-a.

Na prática derrubou as mais veneráveis comunidades, afastou as vocações e hoje entrega os prédios ao uso secular em proporções assustadoras rumo à extinção a nível nacional.

Por ocasião dos batismos reais, a fonte batismal era transferida para a cerimônia no Palácio Real, pois os herdeiros da Coroa eram confiados à Virgem de Atocha, co-padroeira de Madrid, escreveu “o site “Espanha na história”

A pia batismal é de pedra calcária, do século XII, e coberta por uma tampa prateada, onde se destacam os escudos da Casa Real e da Ordem dos Pregadores.

Mais um ato doloroso da revolução que abala a Igreja e destrói até o passado glorioso da ordem temporal cristã, ou Cristandade.

Carmelita exibe mão de Santa Teresa, em convento em riesgo de fechamento
Carmelita exibe mão de Santa Teresa, em convento em risco de fechamento
Não menos angustiante é o futuro dos Carmelitas Descalças da cidade de Ronda (Málaga) que está por um fio de ser fechado por análogas razões, escreveu o grande jornal de Madri “ABC”.

No sagrado claustro se custodia a muito venerada mão incorrupta de Santa Teresa de Jesus, mas ela poderá ser levada embora caso feche o convento.

As irmãs lançaram um apelo de última instância pedindo a incorporação de pelo menos duas freiras à sua comunidade para evitar que a execução de uma exortação do Papa as obrigue a fechar o mosteiro.

As últimas quatro irmãs são idosas, e uma delas muito doente. “O prédio está desabando”, disse ao jornal “ABC” a madre Jennifer, superiora deste convento do Coração Eucarístico de Jesus.

Falando do mundo atual disse a irmã Jennifer: “buscamos o nosso prazer, e é por isso que há cada vez menos vocações, menos casamentos e menos paternidades”.

As mães carmelitas de Ronda se sustentam fazendo doces conventuais durante todo o ano, embora o seu maior orgulho seja custodiar o relicário do século XVII com a mão incorrupta de Santa Teresa de Jesus.

A extraordinária relíquia é objeto de devoção e peregrinação há séculos e a sua presença em Ronda tem atraído milhares de fiéis em busca de graças, milagres e auxílios espirituais.

Convento del Corazón Eucarístico de Jesús, de Ronda, será clausurado por falta de religiosas
Convento del Corazón Eucarístico de Jesús, de Ronda,
será fechado por falta de religiosas
“Muitas pessoas vêm aqui em busca de Deus. E procuram graça, saúde, cura, ter filhos, todas essas coisas”, conta ela.

E entre os numerosos pereginos não há só espanhóis, mas grande número de estrangeiros. “Muitos vêm da Polónia, da Rússia e até da Coreia e do Iraque”, explica.

A mão de Santa Teresa chegou a Ronda após a exumação dos restos mortais da santa em outubro de 1582, e passar por vários conventos da ordem como o de São José de Ávila e de Santo Alberto de Lisboa.

No século XIX, a revolução portuguesa de 1910 ferozmente antimonárquica e anticatólica, expulsou as carmelitas de Portugal. Algumas foram para o convento de Ronda com o relicário nas mãos.

Na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), a mão foi confiscada pelas tropas de Franco até à morte do ditador. Só então a relíquia foi devolvida ao convento, onde permanece até hoje.

“A maior vergonha consiste em que Ronda fique sem este convento” lamenta a irmã Jennifer, que recorda o fechamento de outras casas religiosas como a das Filhas da Caridade e muitas outras no resto da Espanha por obra do devastador vento pós-conciliar.


segunda-feira, 4 de março de 2024

Cardeal Pie: perseguição atual da Igreja prefigura o Anticristo

Já não é tempo de calar, mas de combater. La Bible historiatus de Pierre [le Mangeur], BnF, Département des manuscrits, Français 155, fol 195r.
Já não é tempo de calar, mas de combater.
La Bible historiatus de Pierre [le Mangeur], BnF,
Département des manuscrits, Français 155, fol 195r.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Perdoai a energia de algumas de minhas palavras.

Pode-se manter o sangue frio diante tudo o que se pratica hoje no mundo?

Será que das profundezas da consciência oprimida dos pastores não saem em certas horas brados que as circunstâncias ordenam que eles expliquem?

Não têm os profetas do Altíssimo o direito de permanecer em silêncio quando a iniquidade parece liberta e supera todos os limites de iniquidade, quando o machado está no pé da árvore secular do papado, quando a moral universal é ridicularizada publicamente, e quando o banditismo parece ter-se tornado o novo direito do povo?

A posteridade não irá nos acusar pelo excesso de nossa prolongada moderação, não recearemos que a autoridade dos grandes doutores nos censure por termos esquecido que os servos de Deus devem conciliar liberdade e submissão? (In Ps. LII, 14) (...)

Chegou o tempo de falar porque o tempo de calar acabou...

Olhando para as nuvens para ver se Cristo não vai aparecer, porque o Anticristo domina a Terra.

Chegou o tempo em que os pastores devem levantar a sua voz, porque Satanás se transformou em anjo de luz. (...)

O combate seria mais fácil contra inimigos declarados. Então não haveria dúvida alguma sobre as intenções dos perseguidores.

É no meio dos suplícios, sob a ameaça da espada, diante dos patíbulos que nós elevaremos a voz.

E os povos, testemunhas de uma perseguição manifesta, viriam a nós para nos seguir como a seus chefes e nos acompanhariam na confissão da verdade: et nos populi tanquam duces suos ad confessionem religionis, intelligentia persecutionis publicæ, comitarentur.

"Agora nós lutamos contra um perseguidor que engana, finge ser cristão" Trinity Apocalypse, Cambridge R.16  010r.
"Agora nós lutamos contra um perseguidor que engana, finge ser cristão"
Trinity Apocalypse, Cambridge R.16  010r.
Mas agora nós lutamos contra um perseguidor que engana, contra um inimigo que não emprega outras armas senão as da astúcia e da sedução.

Digo-te, Constâncio [N.T.: imperador romano fingidamente cristão que secretamente adorava uma deidade pagã. É prefigura de certos inimigos da Igreja], tu batalhas contra Deus, tu golpeias a Igreja, tu sacrificas a religião, tu tiranizas não apenas as coisas humanas, mas as coisas divinas.

Tu finges ser cristão, e tu és um novo tipo de inimigo de Cristo.

Tu antecipas o Anticristo e preludias surdamente seus mistérios de iniquidade.

Em tudo isso, tu és um perseguidor mais refinado que teus predecessores, porque tu operas tanto mal, arrastas tantas deserções e odeias fazer mártires; tu nos tiras a palma dos mortos gloriosos (S. Hilar. contr. Constant., I, A-7).


(Autor: Cardeal Louis-Édouard-François-Desiré Pie (1815 – 1880), “Éloge funèbre des volontaires catholiques morts pour la défense des États de l'Église, prononcé dans la cathédrale de Poitiers, a la suite du service solennel célébré à leur intention, 11 octobre 1860”, in Oeuvres de monseigneur l'évêque de Poitiers, Tomo 4, Bibliothèque Nationale de France)


Notícia histórica do Cardeal Pie


O Cardeal Luis Eduardo Pie (1815 – 1880), foi bispo de Poitiers, França, elevado ao Cardinalato pela brilhante apologia da infalibilidade pontifícia no Concílio Vaticano I. Ele ficou famoso pelo seu “ultramontanismo” [literalmente = além das montanhas, apelativo dado aos franceses defensores do Papado] e pela sua ativa apologia do reinado social de Cristo Rei.

No Grande Seminário de Saint-Sulpice, em Paris, se destacou na polêmica contra os eclesiásticos “galicanos” [defensores de falsas prerrogativas do governo leigo francês, ou “galo”]. Ele foi ardido pregador contra o liberalismo, o relativismo e o livre pensamento condenado pelos Papas.

Em 12 de julho de 1843 escreveu uma carta que definia sua orientação autenticamente católica: “O partido neo-católico liberal é um filho da Revolução; e a Revolução é satânica na sua essência”.

Foi vigário da catedral e vigário geral da diocese de Chartres. Em 28 de setembro de 1849, o Papa Pio IX o nomeou bispo da diocese de Poitiers, ilustrada pelo ensinamento de Santo Hilário, Doutor da Igreja.

Ele resumia sua ação com a frase de São Paulo: instaurare omnia in Christo.

Exerceu grande influência sobre o conde de Chambord, pretendente legítimo ao trono da França. Foi muito hostilizado pelos bispos favoráveis a uma conciliação com o liberalismo positivista anticristão. Esses bispos defendiam um carunchado e insincero “cristianismo moderado”.

O bispo de Poitiers lhes respondia que “o diabo se chacoalha violentamente no seio do cristianismo moderado”, o qual segundo ele, era uma das mais danosas formas de subversão.

Ele tentou influenciar o imperador Napoleão III e lhe abrir os olhos diante do perigo que crescia contra a Igreja e contra a sociedade. Após infrutífera audiência em 15 de março de 1859, Mons. Pie anunciou profeticamente ao chefe de Estado o fracasso de seu reinado. O imperador foi deposto em setembro de 1870 após catastrófica derrota contra a Prússia protestante e iluminista.

Mons. Pie comparava o contrarrevolucionário Papa Pio IX ao próprio Cristo dizendo que o furor do inferno e do laicismo se desencadeou contra o Pontífice. Ele punha no boca do governo francês as insensíveis e cruéis palavras de Poncio Pilatos: Ecce homo !

Ele preveniu bispos e governantes para a vinda não remota do Anticristo preanunciada pela dissolução geral da sociedade cada vez mais liberal.

Mons. Pie foi perseguido e condenado pelo governo. Em 1863, denunciava a perseguição anticristã dizendo:

“O objetivo da Revolução [se referindo em primer lugar à Revolução Francesa de 1789 e seus sucedâneos] é o esmagamento do cristianismo na vida pública, a derrubada da ortodoxia social.

“Destruir os últimos restos do edifício antigo da Europa cristã. E, para que a demolição seja definitiva, abater a pedra angular em volta da qual ainda poderiam se articular os últimos restos subsistentes.

“Eis a obra na qual convergem abertamente as mil vozes da impiedade da nossa geração: a caotização à qual nos assistimos”.

Em 29 janeiro de 1879 foi elevado à dignidade de Cardeal pelo Papa Leão XIII. Roma quis premia-lo pelo seu brilhante atividade no Concílio Vaticano em favor do dogma da infalibilidade pontifícia, felizmente aprovado.

O cardeal Pie – “meu Mestre”, dizia São Pio X – profetizou, e eis aqui alguns textos que é bom redescobrir nestes dias.

A concordância com as mensagens de La Salette e Fátima se impõe por si mesma e dispensa comentários.

(Fonte: verbete Louis-Édouard Pie, Wikipedia, e idem).


segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Cardeal Pie: a ousadia do Anticristo
tentará os fiéis para a ‘religião nova’ do relativismo

“O Anticristo se fará conhecer nos homens malvados exultantes e reverdecidos”.
Os homens adorarão a besta da Terra e a Besta do mar, Museo Paul Getty
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Pois é preciso dizê-lo, na medida em que as sociedades irão se divorciando do cristianismo, o papel dos homens de bem, dos homens de fé, tornar-se-á cada vez mais impossível.

Ouvi ainda o nosso Santo Doutor [Santo Hilário de Poitiers]. Ele fala desses últimos tempos que Nosso Senhor anunciou que se aproximam e sinalizou seu caráter com a figura da figueira cujos galhos começam a amolecer.

“Com efeito, diz ele, se saberá que o Anticristo começa a despontar, a brotar: Antichristus autem frondescere noscetur; o desabrochar do Anticristo se fará conhecer vendo os homens malvados exultantes e como que reverdecidos: Antichristus autem frondescere quadam peccatorum exultantium viriditate noscetur.

“Pois haverá então uma nata de malvados, uma elite de perversos; e todas as vantagens, todos os favores e toda a consideração serão concedidos aos irreligiosos: Erit enim tum flos criminosorum, et honor facinorosorum, et gratia profanorum (Comment, in Matth., XXVI, 2)”.

Todo o texto que acabo de citar é digno de destaque; a última pincelada exprime ao vivo certas disposições, certas tendências que não são estranhas em nosso tempo: et gratia profanorum.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Cardeal Pie: dever dos cristãos vendo a Igreja assediada pelos maus

Tapeçaria do Apocalipse. Castelo de Angers, França.
Tapeçaria do Apocalipse. Castelo de Angers, França.
Luis Dufaur
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“Eu quero dizer bem forte, meus filhos, que hoje mais do que nunca a força principal dos maus está na fraqueza dos bons, e o nervo de Satanás entre nós é o esvaziamento do cristianismo nos cristãos. (...)

“A grande provação estará próxima, estará longe – ninguém o sabe, e não ouso fazer vaticínios a esse respeito, pois estou de acordo com Bossuet quando diz: ‘Eu tenho medo de pôr minhas mãos sobre o futuro’”. (Explication de l'Apocalypse, cap. 20. Edit. Lebel, T. m, p. 478).

Mas o certo é que, na medida em que o mundo se aproxima de seu final, os maus e os sedutores terão sempre mais vantagem: Mali autem et seductores proficient in pejus (II Timoth., III, 13).

Não se encontrará quase mais Fé sobre a terra” (Luc., XVIII, 8), ou seja, ela terá desaparecido quase completamente de todas as instituições terrenas.

Os próprios fiéis apenas ousarão fazer profissão pública e social de sua Fé. Divisão, separação, divórcio das sociedades em relação a Deus: isso é o que nos é dado ver por São Paulo como um sinal precursor do fim que irá se consumando dia a dia: nisi venerit discessio primum (II Thessal. ,I, 3).

A Igreja, sociedade visível, sem dúvida ficará cada vez mais reduzida a proporções meramente individuais e domésticas.

Ela, que em seu início dizia: “O espaço me fica estreito, abri espaço para mim onde eu possa morar”: Angustus est mihi locus, fac spatium mihi ut habitem (Is., XLIX, 20), verá seu terreno disputado palmo a palmo; será sitiada, assediada por toda parte; tão grande como foi através dos séculos, tentar-se-á reduzi-la na mesma proporção à pequenez.

Por fim, haverá para a Igreja na terra como que uma verdadeira derrota: “será dado à besta fazer a guerra aos santos e vencê-los” (Apoc., XIII, 7). A insolência do mal atingirá o auge.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Cardeal Pie: no dia em que o Papado
parecerá sucumbir nas mãos do mal

O Cardeal Pie, bispo de Poitiers, teve luzes proféticas.
O Cardeal Pie, bispo de Poitiers, teve luzes proféticas.
Luis Dufaur
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Notícia histórica do Cardeal Pie


O Cardeal Luis Eduardo Pie (1815 – 1880), foi bispo de Poitiers, França, elevado ao Cardinalato pela brilhante apologia da infalibilidade pontifícia no Concílio Vaticano I. Ele ficou famoso pelo seu “ultramontanismo” [literalmente = além das montanhas, apelativo dado aos franceses defensores do Papado] e pela sua ativa apologia do reinado social de Cristo Rei.

No Grande Seminário de Saint-Sulpice, em Paris, se destacou na polêmica contra os eclesiásticos “galicanos” [defensores de falsas prerrogativas do governo leigo francês, ou “galo”]. Ele foi ardido pregador contra o liberalismo, o relativismo e o livre pensamento condenado pelos Papas.

Em 12 de julho de 1843 escreveu uma carta que definia sua orientação autenticamente católica: “O partido neo-católico liberal é um filho da Revolução; e a Revolução é satânica na sua essência”.

Foi vigário da catedral e vigário geral da diocese de Chartres. Em 28 de setembro de 1849, o Papa Pio IX o nomeou bispo da diocese de Poitiers, ilustrada pelo ensinamento de Santo Hilário, Doutor da Igreja.

Ele resumia sua ação com a frase de São Paulo: instaurare omnia in Christo.

Exerceu grande influência sobre o conde de Chambord, pretendente legítimo ao trono da França. Foi muito hostilizado pelos bispos favoráveis a uma conciliação com o liberalismo positivista anticristão. Esses bispos defendiam um carunchado e insincero “cristianismo moderado”.

O bispo de Poitiers lhes respondia que “o diabo se chacoalha violentamente no seio do cristianismo moderado”, o qual segundo ele, era uma das mais danosas formas de subversão.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Descristianização prevista em La Salette: dioceses francesas põem igrejas à venda

Antigo mosteiro à venda em Gacé, Orne, França
No período “pós-conciliar” houve um espantoso abandono da prática religiosa na França. Os católicos, que no início dos anos 70 eram 88% da população, ficaram reduzidos a 60,4% em 2010 (último dado disponível), segundo o instituto americano Pew Research Center.

Conforme pesquisa do instituto galo Ifop, apenas 4,5% dos franceses vão à igreja todos os domingos e somente 15% a frequentam pelo menos uma vez por mês.

Imbuídas da ideia de “inserir a Igreja no mundo”, em vez de diante de tamanha queda promoverem o retorno à verdadeira prática religiosa, as dioceses francesas aceleram, pelo contrário, a venda de igrejas e de outros prédios religiosos católicos como conventos, seminários e escolas, noticiou a BBC Brasil.