segunda-feira, 28 de março de 2022

Pe. Reus: seminaristas admiram coragem anti-relativista

Pe. João Baptista Reus SJ e sua assinatura
Pe. João Baptista Reus SJ e sua assinatura
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







continuação do post anterior: Fiel à disciplina face a prenúncios de tempestade na Igreja



Mas a contestação de que falamos no post anterior não era geral, poderia ser atribuída com propriedade às minorias que ansiavam pela revolução eclesiástica que vinha se incubando e provocou a crise religiosa e litúrgica atual.

Um bom número de seminaristas ficou encantado com seus ensinamentos, criando uma nomeada de professor sério de Liturgia que se espalhou por todo o país de modo sem precedentes, como veremos.

Um deles escreveu: “O que nos penetrava o coração da instrução religiosa, eram as suas palavras cheias de unção, palavras que traiam íntima familiaridade com as coisas de Deus. Quantas vezes, depois da aula, eu ia à capela para agradecer a graça de ser aluno de um santo” (Kohler, op.cit, p.91).

Outros ressaltaram a “profunda emoção” que lhe suscitavam as matérias litúrgicas que ensinava e externava a vontade de consagrar o Brasil e a América a Deus.

Insistia na ordem, pontualidade, atenção e aplicação. “Seu olhar calava fundo, de modo que muitos achavam que ele lia na alma”, mas nas exposições sabia usar uma mímica, uma viveza e até uma veemência que, de caso pensado, provocava sonoras gargalhadas (Kohler, op.cit, p.92)

segunda-feira, 21 de março de 2022

Fiel à disciplina face a prenúncios de tempestade na Igreja

No túmulo do Padre João Baptista Reus SJ
No túmulo do Padre João Baptista Reus SJ
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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continuação do post anterior: Grandes fatos místicos surpreendem o Pe Reus


No seminário de São Leopoldo, os estigmas místicos ardiam cada vez com mais calor, mas ele aumentava as penitências.

Seu confessor lhe dizia que não se explicava naturalmente como podia suportar tanta abstenção do alimento. Pela santa obediência o Pe Reus renunciou a essas penitências.

O episódio foi revelador de uma das mais trágicas realidades: a futura revolução eclesiástica que germinava no desinteresse pelo heroísmo da santidade e no relaxamento disciplinar.

“O Superior da Missão tinha um informante, escreveu o Pe. Reus. Por causa das constantes queixas a ele dirigidas sobre minha penitencia, escreveu pessoalmente uma carta.

“Contudo eu nada tinha feito que fosse contra as licenças recebidas dele ... Foi-me muito penoso.

“Impulsionado por Nosso Salvador, querendo sempre fazer a sua vontade, consciente até os mínimos detalhes da santa obediência, sob luta constante contra mim mesmo, vi-me sozinho na luta, abandonado por todos importunado e atacado.

“Comuniquei isso ao meu confessor. Eu lhe disse mais ou menos o seguinte: tudo parece contra mim, todos querem segurar-me e ninguém me anima e ajuda.

“Contudo, assim creio, eu me ative fielmente às Constituições da Companhia de Jesus”. (AeD, vol 1. nº882)

segunda-feira, 14 de março de 2022

Grandes fenômenos místicos surpreendem o Pe Reus

Sagrado Coração de Jesus, bordado pelas dominicanas de Stafforshire
Sagrado Coração de Jesus, bordado pelas dominicanas de Stafforshire
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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continuação do post anterior: Em Rio Grande dobra os inimigos da Igreja



Por temperamento, o Pe Reus não era voltado para os fenômenos místicos, ainda que rodeados de todos os elementos de autenticidade.

Já destacamos seu perfil psicológico pró-militar e sua combatividade arriscando a vida contra os inimigos da Igreja em Rio Grande, numa época em que o assassinato de um padre por ódio à religião não era novidade.

Nisso o Pe. Reus estava nas antípodas dos misticismos fáceis e extravagantes que empestam o mundo até abusando do nome de católicos.

Desconfiava de fenômenos do gênero temendo enganos do demônio que age muito por trás de falsos fenômenos sobrenaturais.

O que ele de início qualificou “estranhos fenômenos” começaram, segundo suas anotações, em 27 de agosto de 1912 em Porto Alegre.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Pe Reus: em Rio Grande dobra os inimigos da Igreja

Padre Juan Baptista Reus SJ 26, Rio Grande 1907
Padre Juan Baptista Reus SJ, Rio Grande, 1907
Luis Dufaur
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continuação do post anterior: Nascimento e infância de um combativo místico


Após pisar terra brasileira em Rio Grande, o Pe. Reus e companheiros foram para o Colégio jesuíta que já existia em São Leopoldo. Ali ficou até abril de 1901 quando foi mandado para Rio Grande.

A cidade tinha um baixo conceito moral: a chegada constante de imigrantes de todas as línguas enchia as fábricas de mão de obra onde o recrutamento protestante, socialista e maçônico se fazia escancaradamente num tom agressivamente anticatólico.

O Pe. Reus foi acompanhado do Pe van Laak que fora processado caluniosamente por um suposto crime contra os bons costumes, que teria sido invenção do governador do estado Júlio de Castilhos.

O Pe van Laak foi inocentado pela Justiça, mas por prudência saiu clandestinamente para o Chile, com uma passagem emitida para “Reus”.

A ignorância religiosa era lamentável, o ódio contra o clero e a religião era pregado abertamente desde antros maçônicos.

Certa feita uma jovem italiana ingressou no convento das Carmelitas. O fato suscitou um furacão de ódio contra a Companhia de Jesus acusada de “escravização das consciências”.

A polícia teve que intervir para impedir um ataque ao convento do Carmo e a invasão da casa dos jesuítas.

“Quantas vezes fomos apupados na rua com alcunhas injuriosas ou alvejados com frutas podres” (Pe. Leo Kohler S.J., “Vida do Pe. João Baptista Reus”, Paulinas, 6ª ed.1960, p.67).

quinta-feira, 3 de março de 2022

A Rússia é do demônio? Mas, no fim, se convertirá!

Nossa Senhora de Fátima. Fundo: Moscou
Luis Dufaur
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“A Rússia será católica?” não é a interrogação de um sonhador.

Em Fátima, Nossa Senhora patenteou predileção por esse país de dimensões imperiais.

Porque Ela deu a entender que a instauração de seu Reino na terra teria como condição a conversão do mundo russo ao catolicismo.

Porque quando Nossa Senhora se manifestou em Fátima, a Rússia estava rompida com a Igreja Católica e era cismática. Pouco depois se tornaria comunista e o flagelo do demônio voltado contra os homens.

terça-feira, 1 de março de 2022

Beata Aiello: a Rússia traz a ruína e a morte para o mundo

Beata Elena Aiello, jovem religiosa
Luis Dufaur
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A Bem-aventurada Elena Emília Aiello é pouco conhecida no Brasil.

Mas bem mereceria sê-lo muito mais. Como na sua Itália natal, onde sua fama de santidade e a benemérita atividade caritativa da Ordem que ela fundou estão sempre crescendo.

A Beata é também famosa pelos dons sobrenaturais com que foi beneficiada pelo Altíssimo. Recebeu os estigmas e numerosas revelações de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Nelas, Ele se mostra primordialmente preocupado, e até agoniado – se se pode dizer assim – pela degringolada da ordem política e social dos países até então católicos, em particular da Itália.

Com insistente premência, Ele retoma as palavras de Sua Santíssima Mãe em Fátima, colocando como que uma lente de aumento sobre os males que ameaçam o mundo, a Igreja e o Papado se os homens não fizerem penitência.

Essas mensagens foram especialmente intensas na década de 1950, marcada por um otimismo enganoso que predispôs o ambiente psicológico que penetrou em todas as esferas, inclusive na eclesiástica, e influenciou a fundo as elaborações do Concílio Vaticano II.

Mas essas advertências haviam começado décadas antes. Cabe destacar a correspondência da Bem-aventurada Aiello com a irmã do então líder máximo da Itália, Benito Mussolini, exortando o duce a não se engajar na fatídica II Guerra Mundial. Tratou-se de Edvige Mussolini (1888 – 1952), casada com Michele Mancini.

Benito Mussolini repeliu com orgulhoso desdém a ardorosa advertência da Beata da parte de Nosso Senhor.

A visão profética da Beata cumpriu-se de cheio em relação ao chefe máximo da Itália e um dos mais poderosos homens da política europeia. A Itália perdeu a guerra e o Duce teve uma espantosa morte.