Despedida de uma abadia cisterciense milenar |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O mosteiro Nossa Senhora de Oelenberg, localizado próximo a Mulhouse e rodeado de campos e florestas, o único trapista da Alsácia (leste da França) fundada em 1046 pela condessa de Eguisheim, Heilwige de Dabo, mãe do Papa Leão IX, encerrou por falta de vocações.
Situado numa colina de onde tirou o nome de “Oelenberg” teve sua existência interrompida pelas guerras de religião às quais sobe se sobrepor.
Padeceu o assassino ódio igualitário da Revolução Francesa que dissolveu a comunidade e confiscou seus bens em 1794, vendendo-os em leilão como propriedade nacional até ser convertida em internato para meninas em 1821.
Porém, a Abadia de Oelenberg venceu todas as tempestades e em 1825 renasceu das cinzas quando um grupo de monges trapistas retornou do exílio.
No século XIX, os monges tornaram-se tão numerosos que uma parte deles partiu para fundar um outro mosteiro trapista na Alemanha!
Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos |
Mais duas vezes, as duas Guerras Mundiais destruíram a abadia: os prédios foram bombardeados e os monges foram dispersos.
Mas eles voltaram e reconstruíram a abadia voltada para aplacar a ira de Deus e salvar as almas.
Os trapistas holandeses da abadia de Zundert ajudaram muito para isso e a abadia de Oelenberg se recuperou de tal maneira que assumiu a abadia austríaca de Engelszell em 1925.
Ela que resistiu a tudo, não conseguiu ficar em pé diante do tufão do progressismo religioso pós-conciliar.
No fim do século XX, só ficavam 20 monges com a única opção de deixar o mosteiro de Oelenberg que caia em ruinas.
Hoje, a imensa abadia de Nossa Senhora de Oelenberg que só contava com apenas nove monges trapistas que viviam a Regra de São Bento, passaram a leigos a administração da propriedade de 370 acres, e o prédio virou loja e pousada.
A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada |
O canto dos monges já não ressoará como fizera durante um milênio. O último abade atingiu o limite de idade e nenhum monge se apresentou para sucedê-lo.
Os edifícios estão em mau estado e os monges “exaustos” se dispersaram por outros mosteiros.
Os erros progressistas conseguiram o que nem as guerras mundiais tentaram sem sucesso: silenciar a oração que aplaca a ira de Deus intensamente provocadas pela onda de apostasias e blasfêmias da “era pós-conciliar”.