segunda-feira, 30 de maio de 2022

Pe Reus: o Céu premia a centralidade monárquica do celebrante, enquanto a democracia se infiltra na Missa

Servo de Deus João Batista Reus SJ
Servo de Deus João Batista Reus SJ
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







continuação do post anterior: Pe. Reus: tratamento da Majestade divina ao celebrante zeloso



O Pe. Reus celebrou o rito latino durante a vida toda porque era o rito geralmente em uso na América Latina e na Europa. Tratava-se da Missa em Latim, chamada também Missa se São Pio V, ou rito extraordinário.

Porém, na sua vida no Brasil (chegou em 1900 e faleceu em 1947) desde a Europa chegavam influencias teológicas, morais e litúrgicas que preparavam uma radical mutação na Missa no rito latino aprovado durante séculos pela Igreja.

Não é objetivo deste blog de entrarmos na problemática, mas notamos como simples fiéis que os fenômenos místicos na Missa apontavam poderosamente no sentido contrário dessa sorrateira entrada de teorias e práticas novas.

Observamos que o Pe. Reus não parece ter tentado polemizar com as novas tendencias se apoiando nas maravilhosas manifestações sobrenaturais de que era objeto.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Maria Auxiliadora: chefe de guerra nas batalhas pela Cristandade

Imagem de Maria Auxiliadora mandada pintar por Don Bosco em Turim
Imagem de Maria Auxiliadora
mandada pintar por Don Bosco em Turim
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Histórico da imagem




O ensino de Doutores e Padres da Igreja


Numerosas inscrições cristãs dos primeiros séculos do Novo Testamento em territórios gregos contêm dois títulos da Virgem Maria: um é Teotokos (Mãe de Deus) e o outro é Boeteia (Ajuda dos cristãos).

O primeiro a chamar a Virgem de Maria Auxiliadora foi São João Crisóstomo (347-407), arcebispo e Patriarca de Constantinopla, Doutor e Padre da Igreja, proclamando: “Tu, Maria, és a ajuda mais poderosa de Deus”.

A partir do ano 398, ele o chamou de “Ajuda mais poderosa, forte e eficaz daqueles que seguem a Cristo”.

Outros Padres da Igreja que lhe reconheceram o título de “Auxiliadora” são Proclo (412 - 485) em 476 e São Sabas de Cesareia (439-532) em 532.

Também o poeta grego romano Melone em 518, São Sofrônio (560-638), arcebispo de Jerusalém, São João Damasceno (675 - 749) e São Germano de Constantinopla, Patriarca de Constantinopla (635 - 732) em 733.

São João Damasceno no ano 749 foi o primeiro a difundir a exclamação: “Maria Auxiliadora, rogai por nós”.

Em 532 São Sabas narrou que no Oriente havia uma imagem da Virgem chamada “Auxiliadora dos doentes”, por causa das muitas curas que ela fazia.

Nas guerras contra os pagãos


No início do século VII, quando Heráclio era imperador de Bizâncio, todo o Império Bizantino viu a fé cristã em perigo devido aos ataques dos ávaros, búlgaros e persas.

Edessa já havia caído em 609, Damasco em 613 e depois Jerusalém. O imperador propõe a paz ao persa rei Cosroes II. Esse já tinha raptado Cruz de Cristo e respondeu: “Isto vai ser discutido depois de os romanos terem abandonado a religião de Cristo pelo culto do Fogo”.

terça-feira, 10 de maio de 2022

Pe. Reus: tratamento da Majestade divina ao celebrante zeloso

Missa numa igreja do interior da França
Missa numa igreja do interior da França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








continuação do post anterior: Pe. Reus: o oposto dos maus sacerdotes “cloacas de impureza”



O Pe. Reus recebeu diversos fenômenos místicos que lhe fizeram ver, se fosse necessário, a natureza divina do rito da Missa multissecular.

Amor ao celebrante zeloso

A Providência tudo fez para lhe fazer evidente que no centro não se trata de pão e vinho partilhado festivamente pela comunidade.

Em 29.11.1938 mais uma vez, “No Ofertório subiram chamas da Santa Hóstia, que estava na patena. Certamente para significar como já é santo o pão oferecido hanc immaculatam hostiam – esta Hóstia imaculada, à Santíssima Trindade” (AeD vol3, nº 2430).

Em 4.12.1938, na Consagração um violento incêndio de fogo que chegava até o Céu mais uma vez, que ele interpretou assim:

“Isto é prova de como o amor do Sagrado Coração de Jesus, entrando no coração do sacerdote na Comunhão, faz dele uma unidade com a Santíssima Trindade. Sacerdote da oblação, isto é, a Santíssima Majestade de Deus, unida num único ardor de amor” (AeD vol3, nº 2435)

Longe estava a enganação do celebrante que por suas qualidades midiáticas, empolga e agita a comunidade para agradá-la.

Em 11.12.1938, “Durante a oração Domine, non sum dignus – Senhor, não sou digno, vi saírem da santa Hóstia sobre a patena duas chamas, uma para a direita e outra para a esquerda que me abraçaram.

“Certamente, foi para dar a entender que, no instante em que o sacerdote se reconhece indigno, o amado Salvador aceita esta humildade como oportunidade para suas manifestações de amor” (AeD vol3, nº 2442).

A mensagem divina é claríssima: “No momento em que rezava a oração “Corações ao alto”, vi meu coração elevar-se. Com o Sagrado Coração de Jesus, certamente, queria dar a entender que as palavras na Santa Missa também têm sua misteriosa eficácia” (AeD vol3, nº 2451)

Em 21.12.1938 “o coração do sacerdote deve estar completamente tomado e imbuído das disposições de grandeza de ânimo, generosidade e espírito de sacríficio do Coração de Jesus.

“Para que assim (...) seja uma Hóstia viva para a Divina Majestade e inflame tudo, sensibilizando os corações empedernidos dos pecadores com as chamas de amor que dEle emanam” (AeD vol3, nº 2452).

Nada, pois, de atrativos apenas humanos.

A bênção final da Missa também tem esse significado universal: “No instante da bênção, no final da Santa Missa, vi como a Santíssima Trindade, dava sobre mim a bênção.

“Isto não é nada estranho, pois Deus prometeu, já no Antigo Testamento, que Ele abençoaria sempre que o sacerdote desse a bênção” (AeD vol3, nº 2463)

Severidade que atrai incontáveis vocações sacerdotais


Primeira bênção solene de 16 novos sacerdotes em São Leopoldo
Primeira bênção solene de 16 novos sacerdotes em São Leopoldo
Não faltaram até padres jesuítas e seminaristas que criticavam o Pe. Reus por ser um religioso tão severo que afastava as vocações do seminário.

Nada de mais errado. Quando o Pe. Reus ingressou no seminário de São Leopoldo em 1913, esse contava com 123 seminaristas menores e 27 maiores.

Quando o Pe. Reus propôs uma casa para 250 internos, logo lhe responderam que essa ficaria vazia.

Porém em 1917, os seminaristas somavam 263. E foi preciso construir mais um prédio porque em 1937, o seminário menor contava com 249 alunos e o Maior com 203.

E construíam-se ainda outras casas religiosas em cidades vizinhas para seminaristas de outras instituições eclesiásticas enviados a assistir as aulas do Pe. Reus.

Nessas casas, as horas eram marcadas por toques de sino. Então o vale passou a ser conhecido, como até agora, como Vale dos Sinos.

Em 1938, o número de seminaristas beirava o milheiro com um aumento de 700%. Como explicar esse crescimento explosivo?

Responde o Pe. Reus: “Tive que escrever no diário, com forte resistência de minha parte, o que o amado Salvador exigia de mim: “Por causa de ti quero abençoar esta casa. (...) Quando terminei de escrever isso, passei os olhos mais uma vez.

“Vieram-me as lágrimas aos olhos, lágrimas de abandono; eu devo fazer simplesmente o que ele quer, sem tomar em consideração a minha opinião e a minha honra” (AeD vol3, nº 2467)

Como estamos hoje longe desse exemplo, quando vemos que os seminários se esvaziam e fecham, os costumes atingem o fundo do fosso da imoralidade, com o pretexto de atrair jovens que quereriam ser sacerdotes!

A Majestade do sacrifício do altar



E os fatos surpreendentes não acabam ali.

“Só pode tratar-se da gloriosa coroa do sacerdócio” desenho do Pe.Reus
“Só pode tratar-se da gloriosa coroa do sacerdócio” desenho do Pe.Reus
Na Missa de São João da Mata, no Ofertório se rezava Posuisti in capite eius coronam de lapide pretioso – Puseste na cabeça uma coroa de pedras preciosas, vi, de súbito, como me era posta uma coroa na cabeça. (...) creio que após a Comunhão, vi, à direita e à esquerda partirem raios das pedras preciosas da coroa (...) só pode tratar-se da gloriosa coroa do sacerdócio” (AeD vol3, nº 2539)

Quão longe está a interpretação moderna do sacerdote celebrante como um animador que meramente preside. Em verdade esta visão o apresenta como um rei ou um monarca coroado por Deus para o sublime sacrifício do altar.

A coroa voltou a aparecer outras vezes coroando a Hóstia sobre o altar. E ainda em 9 de fevereiro de 1939, “vi o amado Salvador em mim, ornado daquela mesma coroa” (AeD vol3, nº 2541)

Qual a natureza dessa monarquia sacerdotal no altar?

Em 10 de fevereiro de 1939 após a Consagração “vi em mim, (...) num grande brilho, que se estendia além da minha pessoa. Nisso, eu me vi de súbito no interior de um sol. (...) O Cristo vive em nosso interior. O sacerdote dentro do Sol, sendo um sol ele próprio” (AeD vol3, nº 2542).

Abraços divinos


A majestade de Deus abraçando o sacerdote zeloso se lhe manifestaria de diversas formas. “Desde o dia 23 de dezembro [1938], resisti e não senti nenhum impulso para falar do Menino Jesus que com seu braço direito envolve o meu pescoço.

“Naquele dia, eu caminhava no corredor e pensava como, por este tempo, a querida Mae de Deus estava de viagem para Belém. De repente, senti o Menino Jesus sobre meu braço esquerdo, a cabecinha reclinada na minha face. Desde então, isto me acontece muitas vezes
” (AeD vol3, nº 2457).

E ainda em 9 de janeiro de 1939 enquanto rezava na Missa a oração pelos defuntos “vi e senti como o Salvador crucificado, desta vez em tamanho grande, envolveu-me em seus braços, puxou-me para o seu peito lentamente, mas com tal força que tive que ceder (...)

“Devo ter sido um espetáculo estranho para o ajudante de Missa” (AeD vol3, nº 2473).

E o acólito veria ainda muitas manifestações da majestade de Deus através de seu sacerdote.

“No Ofertório subiram chamas da Santa Hóstia, que estava na patena”
“No Ofertório subiram chamas da Santa Hóstia, que estava na patena”. Desenho  Pe.Reus
Em 3 de fevereiro de 1939, “Quando, escreve, o Pe. Reus, me virei para o ajudante de Missa e rezei o Misereatur, para dar-lhe a Comunhão, um raio de luz irrompeu da minha boca e se derramou sobre ele. Certamente, é a ação das preces da Igreja como última preparação para a recepção do Sacramento do amor” (AeD vol3, nº 2536).

Ainda enquanto se preparava para atender confissões com ato de contrição e dor e aversão ao pecado viu “quase ao mesmo tempo que estou inseparavelmente unido a Deus. A inseparabilidade não me foi comunicada por palavras, mas pela realidade, a sensação de firmeza, graças ao Sagrado Coração de Jesus” (AeD vol3, nº 2580).

Em 22 de março de 1939, as Santas Pessoas da Trindade apareceram sobre o altar rodeadas de anjos “para indicar que também os anjos estão presentes no santo sacrifício.

“No momento em que subia ao altar, rezando Aufer a nobis – Afastai de nós, as três Santas Pessoas me abraçaram. (...) creio que a Santíssima Trindade concede esta demonstração de amor a todo sacerdote que se aproxima dignamente do altar. (...) O abraço foi o sinal sensível do perdão que pedira (...) com as palavras Ut indulgere digneris omnia peccata mea – Para que perdoeis todos os meus pecados” (AeD vol3, nº 2586)

Os portentosos prodígios místicos concedidos ao Pe. Reus foram em continuo aumento. Na medida que leiamos os milhares de páginas de seus informes ao Superior, supúnhamos ter chegado ao máximo.

Ledo engano. A falta de espaço nos impõe uma interrupção, mas nos próximos posts pretendemos continuar com apanhados das mais impressionantes.


Continua no próximo post:


Fonte: “Autobiografia e Diário do Padre Reus”, editora Unisinos – Livraria e Editora Pe. Reus, Porto Alegre, 1999, 5 volumes. Fundamentamos estes posts nos cinco volumes desta autobiografia, que citaremos por brevidade como AeD. Em caso de recorrermos a outra fonte, faremos menção completa dela.


segunda-feira, 2 de maio de 2022

Pe. Reus: o oposto dos maus sacerdotes “cloacas de impureza”

O Pe. Reus teve a missão de mostrar aos sacerdotes o bom caminho e afasta-los da censura de Nossa Senhora em La Salette
O Pe. Reus teve a missão de mostrar aos sacerdotes o bom caminho
e afasta-los da censura de Nossa Senhora em La Salette
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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diversos blogs







continuação do post anterior: Pe Reus: místico em tempos de infiltração do relativismo litúrgico



Na aparição de La Salette em 1846, Nossa Senhora teve palavras muito severas para os maus sacerdotes. Na opinião de muitos, poderiam ser aplicadas a não poucos sacerdotes que se têm em conta de “modernos”.

Mas precisamente, Nossa Senhora verberou “os sacerdotes, ministros de meu Filho, [que] pela (...) sua irreverência e impiedade na celebração dos santos mistérios, (...) tornaram-se cloacas de impureza”. Cfr. O segredo da La Salette, texto completo em português

O Pe. Reus foi durante sua vida toda, malgrado as insídias do liturgicismo que se infiltrava de modo nascente, o exemplo radicalmente contrário de ditos sacerdotes de má conduta.

Como ele agia “na celebração dos santos mistérios” em que o relaxamento tinha tornado tantos sacerdotes “cloacas de impureza”?

O Pe. Reus amava se oferecer como vítima crucificada na hora da renovação do sacrifício da Cruz no altar. Renovava a grande tradição litúrgica dos santos na Igreja, e repelia a tendência liturgicista de fazer do celebrante um mero animador de uma festa comunitária, prática que daria margem a tantos abusos.

Em 8 de julho de 1938 quando levantava as mãos e braços na oração Unde et memoresPor esta razão – “senti-me pregado na cruz. (...) há muito tempo que peço sempre (...) a graça de morrer com Ele na Cruz. (...) o sacerdote, no sacrifício da morte do Senhor, durante a Santa Missa, deve ser um só com Ele na Cruz” (AeD vol3, nº 2297).

“O Pai Celeste aceita e deseja dos seus sacerdotes o oferecimento pessoal, juntamente com o sacrifício do Divino Filho” (AeD vol3, nº 2322)

“Vi mundos de fogo subindo do meu coração”. Desenho do Pe. Reus
“Vi mundos de fogo subindo do meu coração”. Desenho do Pe. Reus
Impossível imaginar uma disposição tão do agrado de Nossa Senhora.

Desde 1938 se intensificavam em continuidade as manifestações de amor de seu coração trocado com o Sagrado Coração de Jesus: “Cai sete vezes no chão. Ardor, peito descoberto na altura do coração, vibração até a última fibra. Fogo ardente, Comunhão forte ardor.

“Na Ação de Graças, fogo, calor, noiva de chamas, noiva de fogo, noiva do coração, noiva do ardor. Mar, sol, mundo de ardor, vulcão de amor, vulcão de chamas, sóis de fogo” (AeD vol3, nº 2304).

E em 21 de julho de 1938: “Na Ação de Graças, vulcão de amor. Logo subiu uma intensa chama do mais profundo do meu coração e se elevou até o firmamento. (...) vi sair do meu coração, mundos de chamas” (AeD vol3, nº 2309).

E ainda extraímos mais um exemplo do 22 de julho de 1938: “Vi mundos de fogo e mais mundos de fogo, subindo do meu coração. Subiam tão alto que pareciam ficar sempre menores, de acordo com a perspectiva.

“Também fora destes mundos de fogo havia chamas. No meio dessas chamas ‘eu Te amo’ foi a única expressão que pude dizer. Estive tão surpreso, confuso e perplexo com este amor ilimitado do Sagrado Coração de Jesus” (AeD vol3, nº 2310).

Finalidade da vida do Pe. Reus


Nossa Senhora em La Salette chorava com lágrimas de sangue da alma – se assim se pode dizer – pelos sacerdotes que faziam da Missa qualquer coisa menos o que deve ser.

Ela disse aos pastorinhos:

“Sim, os sacerdotes atraem a vingança e a vingança paira sobre suas cabeças.

“Ai dos sacerdotes e das pessoas consagradas a Deus, que pela sua infidelidade e má vida crucificam de novo meu Filho!

“Os pecados das pessoas consagradas a Deus bradam ao Céu e clamam por vingança.

“E eis que a vingança está às suas portas, pois não se encontra mais uma pessoa a implorar misericórdia e perdão para o povo” Cfr. O segredo da La Salette, texto completo em português.

O Pe. Reus foi suscitado por Deus para mostrar aos sacerdotes qual é o bom caminho, especialmente em matéria litúrgica e vida sacerdotal.

Por isso, pode escrever sem censura do superior que conferia suas anotações, que o referidos fenômenos místicos que se davam com ele, traziam uma mensagem sobre sua missão:

Minha vida tem uma única finalidade, mostrar como o divino Amigo dos sacerdotes ama os seus ministros e os encerra em seu coração.

“Deles espera, acima de tudo, correspondência de amor ardente. (...) Durante a Ação de Graças, por curto espaço de tempo, cheguei a conhecer por experiência própria o amor nupcial da Divindade” (AeD vol3, nº 2310).

E as manifestações divinas nesse sentido foram incessantes até o fim de sua vida.

Em 13 de agosto de 1938 ao rezar as palavras omni benedictione caelesti – toda a benção celeste – “vi descer sobre mim a benção do Altíssimo em forma de labaredas de fogo” (AeD vol3, nº 2332).

E em 20 de agosto “em consequência da purificação das mãos sacerdotais ... vi-me rodeado por um esplendor” (AeD vol3, nº 2339)

Repulsa da onda de blasfêmias no mundo


Essa intensa vida mística estimulava nele uma formidável repulsa da onda de blasfêmias que já se havia desatado até chegar ao tsunami diabólico de nossos dias.

No dia 9 de julho de 1938: “Ontem, li nos jornais diversas blasfêmias proferidas contra o Divino Salvador. Hoje de manhã, enquanto me dirigia para a igreja paroquial, vieram à minha mente, estas tremendas ofensas, (...)

“Sobreveio-me tal dor, que as lágrimas irromperam dos meus olhos. Logo depois da genuflexão e depois de ter adorado o Divino Salvador, cresceram o amor e a pena de tal maneira, que eu não podia ir mais adiante e tive que me encostar na coluna próxima, até que, depois de algum tempo esta excitação da alma tivesse passado” (AeD vol3, nº 2316).

O Pe Reus fazia tudo o possível para celebrar num local onde não pudesse ser visto. “Enrubesceu meu rosto de vergonha quando no dia 29 (outubro 1938), dois sacerdotes puderam testemunhar o êxtase de amor, depois da Consagração” (AeD vol3, nº 2402).

“O ardor de amor à maneira de coluna ereta de fogo, elevando-se para o alto”. Desenho do Pe.Reus
“O ardor de amor
à maneira de coluna ereta de fogo,
elevando-se para o alto”.
Desenho do Pe.Reus
Íntima união entre o sacerdote e a Vítima Divina


Na Missa de 3.11.1938 do cálice consagrado “subiram labaredas de fogo (...) como uma possante coluna de fogo até o trono de Deus. (...) Quando, voltado para o Irmão (acólito), eu pronunciei as palavras Domine, non sum dignusSenhor, eu não sou digno – vi sair da Santa Hóstia uma chama de fogo que, em curva, dirigia-se para o Irmão” (AeD vol3, nº 2405).

Em 12.11.1938, “Durante a Comunhão, vi sair da minha boca, vinda do meu coração, uma coluna de fogo que se dirigia para o Céu” (AeD vol3, nº 2414). E em 17 do mesmo mês “após a oração Pax Domini e na Comunhão, do meu peito saíram chamas de fogo que subiram flamejantes, verticalmente, com as que subiam do altar.

“Depois, repentinamente, uniram-se as duas chamas e, rodopiando entrelaçando-se, elevavam-se para o céu. Isto foi certamente para indicar a íntima união que existe entre o sacerdote e a divina vítima inocente.” (AeD vol3, nº 2418).

E em 27.11.1938 “Hoje me dirigi para o altar com o firme propósito de não permitir nenhuma imagem da fantasia e somente manter viva a fé. E isto eu cumpri.

“Mas quando, Na Comunhão, recebi o amado Salvador em meu coração, vi tão claramente que não posso duvidar: irrompia do meu peito, como de um chafariz, o ardor de amor à maneira de coluna ereta de fogo, elevando-se rapidamente para o alto, que no trono da Santíssima Trindade, dividiu-se. (...)

“Nisso se vê claramente com quanto amor a Santíssima Trindade acolhe, durante a Santa Missa, o amor do sacerdote.” (AeD vol3, nº 2428)




Fonte: “Autobiografia e Diário do Padre Reus”, editora Unisinos – Livraria e Editora Pe. Reus, Porto Alegre, 1999, 5 volumes. Fundamentamos estes posts nos cinco volumes desta autobiografia, que citaremos por brevidade como AeD. Em caso de recorrermos a outra fonte, faremos menção completa dela.